Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“EU
NUNCA PUDE IMAGINAR QUE PODERIA VOLTAR PARA DAR UM DEPOIMENTO DESTE NÍVEL”
Como
pode ter gente que pensa que a morte aniquila um pensamento? Seria muita
inutilidade de consciência. Deus que é todo Soberano, criar um ser que leva
muito tempo para conjecturar tanta coisa e vem a morte para acabar com tudo? Eu
tinha receio disso (risos).
Sempre
procurei saber e tive a oportunidade de me dedicar às pesquisas que
possibilitavam o fermentar da minha mente. Eram assuntos tão abrangentes.
Questões tão maravilhosas de raciocinar. Eu aprendi tanta coisa com pessoas
magníficas que elaboravam uma forma misteriosa de pensar e tão atentamente eu
me dispunha a ouvir, a aprender. Eu me recordo de épocas remotas onde não tive
estudo e, ainda assim, me dedicava a aprender com os filhos dos senhores de
engenho. Épocas em que a pobreza não me permitia ter um livro ou saber ler as
letrinhas e, ainda assim, eu sempre encontrava um jeito de aprender alguma
coisa. Eu amo descobrir.
Acho
que todo mundo tem algo maravilhoso a ensinar e se você tem paciência e
humildade, pode descobrir mundos deslumbrantes que existem nas mentes das
outras pessoas, por isso, é tão importante um bom papo. É bom se aproximar dos
demais e conversar com todo tipo de gente porque não dá para saber o que as
pessoas sabem só de olhar para elas, mas, e quando a gente morre?
Eu
fiquei me perguntando, já bem velho, se eu ia acabar de vez. Eu fiquei querendo
saber se tudo o que eu havia descoberto se perderia como uma lâmpada que
simplesmente apaga. Eu achei desperdício e não podia imaginar que Deus iria
desperdiçar o seu tempo que deve ser bem precioso. Eu fiquei atento para
observar bem de perto o que a morte teria reservado para mim, sem medo, como
investigação. Por uma questão de lógica eu precisava saber e como as religiões
teimavam em discutir esta questão, o jeito era eu mesmo passar para isso.
EU NUNCA PUDE IMAGINAR QUE PODERIA
VOLTAR PARA DAR UM DEPOIMENTO DESTE NÍVEL.
Sei
que muitos irão pensar que tudo está saindo da cabeça desta jovem senhora, mas não
poderia ser. Ela também pensa bastante, mas têm coisas que estou mostrando
agora para ela e estas sensações, minha jovem, são todas minhas. Veja que eu
gostei demais da vida. E estas são todas as pessoas que eu deixei e que, eu
sei, me amaram demais. Eu não quis partir e veja como foi doloroso me separar
de todos vocês porque Deus coloca em nós o instinto de conservação que nos
impede de desejar a morte, eu quis viver. Mas, o momento chegou e eu olhei nos
olhos de Amália e pedi para ela não chorar, mas eu chorei. É que é um momento
muito duro este da despedida, eu temi sim. Eu não quis sumir.
A
morte pode significar acabar e ninguém quer acabar, desaparecer, mas olha eu
aqui. Muito melhor do que antes, rejuvenescido, sem dor e com toda a minha
consciência. É maravilhoso quando, após algum tempo, você toma posse de tantos
conhecimentos. Sabe o mais sofisticado de seus computadores? Não chega a meus
pés neste momento (gargalhada). Vivam intensamente e aproveitem toda esta
tecnologia para descobrirem tudo o que puderem, mas não se esqueçam do mais
importante, tudo esta dentro de nós, portanto, se comuniquem, interajam uns com
os outros, troquem experiências de vida. Amem! Muito obrigado por permitir que
eu seja eu novamente para vocês. LUDOVICO
31/12/18
--------------------Paula
Alves--------------
“SERÁ QUE TODOS NÓS SOMOS EGOÍSTAS AO
EXTREMO?”
Eu
estava perdendo a esperança nas pessoas. Tive uma família grande e me
decepcionei tanto com eles. Eu almejei meus filhos e netos, fiz tudo o que pude
para dar atenção, educação, afeto, mas conforme fui envelhecendo percebi que as
pessoas se afastaram de mim. Eu percebi tudo, o distanciamento e as justificativas
descabidas. Sempre por bobagens.
SERÁ QUE TODOS NÓS SOMOS EGOÍSTAS AO
EXTREMO?
Jesus
nos pediu para fazer aos homens o que queremos que os homens nos façam, mas
ninguém pensa nos homens, nos outros. Pensa primeiro em si mesmo. Isso é um
absurdo, mas é fácil observar por toda parte e entendi que somos treinados para
isso.
O
materialista acha que pode ser prejudicado nos seus interesses se não lucrar
sempre. Ele pode ser tachado de tolo se pensar primeiro nos seus semelhantes,
então, nós entramos num mundo do “salve-se quem puder”. “É cada um por si”. Eu
vi meus filhos lutando por um lugar ao sol, cometendo equívocos uns com os
outros e deixando os pais passando privações, enquanto eles se divertiam.
Depois do desencarne foi ainda pior porque eu estava decepcionado e peregrinei
no meu próprio lar. Pude ver a briga pela partilha e a venda do lar com enorme
desprezo dos meus que nem se preocuparam com as lágrimas da mãe, agora viúva e
idosa. Minha esposa ficou sendo jogada de um lar para o outro até sua morte. Eu
vi por toda parte pessoas que faziam barulho sem se preocupar com os vizinhos,
deixavam lixo por toda parte e desprezavam os próprios filhos por diversão.
Fiquei tão inconformado.
Eu
ainda preciso deste tratamento porque estou muito pessimista. Não sei como
podemos seguir o Mestre. Não sei como podemos melhorar porque eles estão com os
olhos fechados para as revelações. Eles não querem se esforçar. O mundo trás
muitas facilidades e eles se entregam. Não sei como pode melhorar.
VICENTE
31/12/18
--------------------Paula
Alves--------------------
“EU
TORÇO PARA ISSO E ACREDITO COM ESPERANÇA”
São
muitos de nós por toda parte. Pessoas que estão inclinadas a estimular a
mudança, o bem. Claro que vai dar certo. Claro que vai. Eles têm a mente ofuscada
pela matéria, mas isso é prova coletiva. Assim, como existem as grandes
catástrofes naturais que fazem com que as pessoas prestem a atenção em tantos
outros que sofrem e precisam de ajuda, existem outras provações que atingem
todos os outros. Todos evoluem, ninguém está fora dos planos de Deus. Seria
mais fácil a mudança de planos se eles se esforçassem, se desejassem a mudança,
mas ,de qualquer forma, ela chegará. São tantos de nós.
Eu
vi muitas coisas pelos locais em que estive e me deprimi, precisei ser
afastada, eu me desesperei e precisei de ajuda. Eu vi seres lindos, luminosos,
eu sei que existem mundos ricos de conhecimentos e cheios de amor, aos quais
ainda não tenho permissão de visitar, mas eu também conhecerei, eu também estou
me esforçando. Não é fácil ver o que existe. Por isso, aqueles que sabiam muito
precisaram ser silenciados. Causaria a loucura de alguns, desespero de outros,
mas Deus é amantíssimo porque não nos desampara e a frase da moça é perfeita: “o
bem sempre triunfa”. Eu fui às esferas inferiores e vi o inferno. Nada se
compara ao sofrimento daquele lado. São todas as torturas que vocês vêm aí e
muito mais. Níveis terríveis de destruição e dor somados ao mais ameaçador
desgaste mental, angustiante.
Eu
precisei sentir na pele o que vivenciam aqueles que ferem no plano físico.
Todos os mais criminosos, os ladrões, marginais, delinquentes. Aqueles que têm
a intenção de fazer o mal, eles têm o seu lugar cativo. Eu sofri por eles e não
imaginei que fosse orar por eles, mesmo sabendo dos seus crimes que envolveram
crianças e multidões. Mesmo assim, eu pedi clemência e entendo que precisamos
orar muito mais para que estes núcleos, um dia, sejam eliminados porque as
pessoas vão compreender que precisam respeitar o próximo e fazer o bem.
“SE O MALVADO NÃO CONSEGUE SE CONTROLAR,
ELE VAI SABER QUE ESTÁ DOENTE DA ALMA E VAI PEDIR AJUDA.”
EU TORÇO PARA ISSO E ACREDITO COM
ESPERANÇA.
Mas,
tive a permissão de visitar colônias tão lindas. Locais de asilo para seres que
fizeram o bem. Educandários e locais apropriados aos animais em transição para
a vida humana. Eu me encantei e sei Senhor o quanto Tu és magnânimo.
CREIAM NOS PLANOS DE DEUS IRMÃOS.
CREIAM! AFASTEM-SE DO MAL. OREM, PERSEVEREM.
Sigam
Jesus para atrair os amigos bondosos que o Pai colocou aos vossos lados porque
ninguém está sozinho e consegue se livrar de suas más tendências, se for da sua
inteira vontade.
LÉIA
31/12/18
----------------------Paula
Alves-------------------
“QUANDO
A GENTE ATINGE UM OBJETIVO, AÍ SIM VEM O VERDADEIRO PRAZER”
Eu esperei
pacientemente até que ele pudesse voltar, após ter saído para pedir ajuda, mas
ele não voltou. O carro estava em frangalhos e eu senti uma dor no peito. Eu
sempre temi o abandono e vi naquela noite que estava sozinha. Eu sentei e
chorei sem saber para onde ir. Eu percebi que alguma coisa estava errada porque
meu corpo já não reagia da mesma forma e minha mente estava atordoada.
Eu
vi as pessoas que eu amava dali mesmo, eu ouvi o que eles diziam e senti a
presença de um monte de gente que eu não conseguia ver. Eu ouvi vozes. Foi como
se meus sentidos ganhassem força sobrenatural, como se eu me tornasse um alguém
especial de repente e eu soube que estava morta.
Mas,
é ruim falar assim, porque de fato estou bem viva e foi quando raciocinei
exatamente deste modo, eu não morri. Então, parei de sentir pena de mim e
decidi mudar o jogo. Incrível como podemos, em situações de risco, ter
comportamento estranho. Eu me ergui e senti uma vitalidade boa demais. Não tive
ferimentos, só estava zonza. Eu abri bem os olhos e tentei ver. Perguntei: “Tem
alguém aí?” E ouvi: “Eu”. Aí eu quase corri, mas pra onde? “Eu quem?” –
perguntei para a voz. Eu tentei ver e ficou um pouco nublado, mas eu vi um
rapaz tão lindo que falou: “Eu!” Fui me aproximando dele e ficou mais nítido.
Daí perguntei um monte de coisas, tão rápido e como não dava para ele responder,
ele ia mostrando as cenas, demorou para eu notar que estávamos conversando
mentalmente, achei muito legal. Eu fui socorrida por meu amigo espiritual, o
Leonardo, o rapaz lindo. Ele me trouxe para cá depois de me responder todas as
perguntas e falar que o Lucas me deixou e foi procurar ajuda mesmo, mas ele não
voltou porque ele não morreu, eu nem vi quando o socorro físico chegou porque
eu já estava aqui. Foi tão rápido, tempo que corre diferente deste lado, muito
legal. Eu me arrependi sim, claro, porque podia ter sido diferente. Sei do
sofrimento dos meus familiares e eu queria ter vivido mais tempo com eles,
foram maravilhosos para mim.
Eu
amava o Lucas, a gente se dava super bem, mas acho que a juventude não está
percebendo o seu verdadeiro papel no mundo. Eu não consegui entender que eu
podia ter feito tanta coisa útil. Achei que eu tinha que me divertir e viver o
momento, curtir a fase de namoro, descobrir coisas novas, mas eu conheci bebida
e moto, sensação de adrenalina, ao invés de seguir o plano. Jovem tem
vitalidade, tem oportunidade de usar a voz para tanta coisa, tem tecnologia e
tem como mudar o mundo se quiser porque interfere na vida dos pais e até muda a
consciência dos avós.
JOVEM PODE MUITO E NÃO ESTÁ CONSCIENTE
DO PODER QUE TÊM NAS MÃOS PORQUE ESTÁ PERDENDO TEMPO COM COISAS FÚTEIS COMO
VAIDADE, SEXO, DROGAS E DELINQUÊNCIA, INDO ATRÁS DE PRAZERES QUE NUNCA VÃO
ENCONTRAR PORQUE O VERDADEIRO PRAZER ESTÁ LIGADO ÀS SENSAÇÕES DO BEM E DO AMOR.
Quando
a gente atinge um objetivo, aí sim vem o verdadeiro prazer. Eu tinha que ter
tido a paciência de formar grupos de atuação, mas me perdi no caminho e, por
isso, voltei. Ainda bem porque eu vou me preparar para voltar o mais rápido
possível, não posso perder mais tempo precioso de fazer o certo. Pensem bem
jovens: quando a gente não segue o plano, a própria consciência cobra de voltar
para o caminho.
GEÓRGIA
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“UM MUNDO MAIS HUMANIZADO COMEÇA QUANDO
AS PESSOAS AUXILIAREM PELO SIMPLES FATO DE SERVIR SE COLOCANDO NO LUGAR DO
OUTRO”
A
palavra é indulgência. É o que nos faz refletir sobre os motivos alheios. Os
motivos de seus comportamentos e atitudes. Em um trecho do Evangelho Segundo o
Espiritismo, nós podemos ler que é fácil amar o nosso amigo, da mesma forma,
que é também fácil manter bom relacionamento com pessoas educadas, belas,
cheirosas, de boa índole ou de boa conversação.
O
difícil é se aproximar daqueles que te repelem com palavras ríspidas ou que
demonstram atitudes grosseiras. Nós lemos em vários livros da Codificação que
os homens devem se relacionar e aprender uns com os outros, em convívio. Nós
fomos feitos para viver em sociedade e, por isso mesmo, a clausura não poderia
nos libertar de nossas mazelas morais. Eu creio que está próximo o dia em que
as pessoas se aproximarão umas das outras sem observar seus trajes ou sua forma
de se expressar com puro preconceito. Esta é uma das maiores chagas da
humanidade proveniente do orgulho porque só tem preconceito quem se acha
superior, melhor que os demais.
UM MUNDO MAIS HUMANIZADO COMEÇA QUANDO
AS PESSOAS AUXILIAREM PELO SIMPLES FATO DE SERVIR SE COLOCANDO NO LUGAR DO
OUTRO.
Eu
não desejo que meu filho passe fome, por isso, vou ajudar minha vizinha, sem
esperar recompensa ou agradecimento de qualquer espécie, simplesmente porque é
a coisa certa a fazer. Não devemos aguardar por outrem, pelo governo, pela
sociedade. É fazer o que deve ser feito naquele momento. Eu tenho aprendido
muito aqui. E tenho sentido enorme prazer de estar convivendo nesta sociedade
que é una. Onde as pessoas se amparam, onde escutar o outro é questão de
tolerância e paciência, onde as pessoas se amparam porque são irmãos e devem se
ajudar. É a necessidade de servir e faz tão bem poder ajudar. Eu me sinto muito
grato e espero levar daqui muito mais do que as sensações de felicidade. Espero
recordar a sensação e seguir reencarnado auxiliando pessoas de todas as raças, credos,
partidos ou opiniões.
FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM. OSVALDO
23/12/18
-------------Paula Alves----------
“EU
QUERO PERDOAR, NÃO DESEJO CONTINUAR COM ESTE PESO DENTRO DE MIM”
Eu
só me recordo do tapete. Ela se importava tanto com ele: “Tapete Persa!” –
dizia. Não podia cair nada no tapete que ela ficava furiosa e logo me mandava
limpar. Eu já conhecia a patroa porque estávamos juntas há trinta anos, mas meu
corpo foi ficando enfraquecido depois de tanta faxina e eu não era tão ágil.
Estranho como o trabalho pesado acaba com a gente. Nós tínhamos a mesma idade,
mas ela sempre foi bem tratada, mulher rica e acostumada com regalias, eu não.
Enquanto eu ia envelhecendo, ela ficava mais bem cuidada. Mas, o marido
percebia seus deslizes e, naquele dia, eles tiveram uma briga terrível e o
vinho foi arremessado direto no tapete. Ela gritou e ele foi embora. Daí ela recorreu
à empregada: Zildete, o tapete!
Eu
corri e levei os produtos, mas ela estava tão nervosa. Eu só falei que teria de
tirar o tapete para lavar e ela me tacou a garrafa na cabeça. Eu sei que não
foi por mal, mas ainda dói. O pior foi saber que ela mudou todo o discurso
quando o policial chegou. Fez parecer que eu tinha um caso com o marido dela,
inverteu toda a situação, falou que eu tinha vício e saiu ilesa depois de pagar
um bom dinheiro. Eu fiquei tão revoltada, peregrinei.
Triste
pensar que eu tinha feito tudo certo até ali. Cuidei bem da minha família, fui
mulher honesta e dedicada, não fiz mal a ninguém, porém, nutri tanto rancor
dela, eu desejei que ela sofresse e fosse pega. Tudo o que senti naquela hora
me fez sofrer por longos anos.
“EU QUERO PERDOAR, NÃO DESEJO CONTINUAR
COM ESTE PESO DENTRO DE MIM”
Me
ensine um jeito de tirar do meu peito esta dor que empata o meu caminho.
ZILDETE
23/12/18
--------------Paula
Alves------------
“EU AGRADEÇO POR TER SIDO INTUÍDA
NAQUELE DIA E TER DEIXADO MEU ORGULHO DE LADO”
Quase
todos estavam presentes, mas faltava ela. Eu tive cinco filhos e dentre eles,
uma moça linda que nunca se entendeu comigo. Parecia que fazia de tudo para me
torturar. Mara... Como ela me fez chorar. Naquele Natal, eu pensei nela com
saudade, não me esqueci de tudo o que se passou da última vez que estivemos
juntas, da briga e da mágoa que eu ainda carregava, mas eu também me lembrei de
sua infância e fui além, lembrei da gravidez, do parto e da felicidade quando
eu a recebi em meus braços. Uma bebê tão linda que sedenta queria o leite que
só eu podia ofertar. Ela me amava!
POR QUE NÓS TEMOS QUE NOS DESENTENDER
COM AQUELES QUE AMAMOS?
SERÁ QUE NÓS SOMOS SERES TÃO ORGULHOSOS
QUE NÃO PODEMOS DEIXAR AS MÁGOAS DE LADO E TENTAR MAIS UMA VEZ?
SERÁ QUE O AMOR É TÃO FRÁGIL ASSIM QUE
NÃO PODE SUPERAR UM ERRO POR MAIOR QUE ELE SEJA?
Eu
pensei tanto e desejei que ela estivesse conosco. Eu quis que Mara pudesse me
abraçar. Eu vi a casa cheia com todos os meus outros filhos, meus netos, genros
e noras, mas faltava Mara e, por isso, minha felicidade não era completa porque
era como se ela estivesse sumida ou morta. Eu chorei e pedi que os meus filhos
fossem atrás dela. Ali mesmo, em meio à ceia de Natal, eu pedi por Mara.
Meus
filhos maravilhosos compreenderam meu pedido e surpreendidos sorriram com minha
postura. Um deles falou: o filho pródigo? Eu apenas sorri. Mara se esquivou,
mas não se negou a entrar em minha casa. Ela chegou com sua família, me
abraçou, nós choramos e comemos em paz. Foi o último Natal que eu passei com
minha família. Eu sou grata por ter tido tempo de me reconciliar com ela.
EU AGRADEÇO POR TER SIDO INTUÍDA NAQUELE
DIA E TER DEIXADO MEU ORGULHO DE LADO.
Acho
que todas as pessoas deveriam repensar suas atitudes, ao menos nesta época do
ano que nos faz lembrar do Mestre que nos pede insistentemente para perdoarmos
nossos ofensores enquanto estamos a caminho com eles porque depois, só nos
restará o remorso e o arrependimento.
LAURINDA
23/12/18
----------Paula Alves-----------
Eu
me separei dele porque nós percebemos que não tínhamos as mesmas ideias. Existia
muita briga e faltava respeito entre nós. Eu não aguentei saber que havia sido
traída, esta é a verdade. Eu não suportei e decidi ir embora, mas nós tivemos
filhos e as festas de fim de ano acabavam comigo. Era como se eu fosse
torturada por ele no momento em que ele levava meus filhos. Eu me sentia só e
abandonada. Não havia festa para mim, era choro e dor. Meus filhos percebiam e
tentavam me fazer entender que logo estariam de volta, mas as coisas pioraram
muito quando ele assumiu o relacionamento com Claudete porque ela era meiga e
fazia de tudo para agradar.
Na
minha loucura eu cheguei a desejar que ela fosse má com eles para que eles
desejassem voltar para casa, mas isso nunca aconteceu graças a Deus.
O FATO É QUE, QUANDO AS PESSOAS QUEREM
SER BOAS, ELAS SEMPRE ENCONTRAM OPORTUNIDADE PARA ISSO.
Claudete
percebeu que as crianças não ficavam inteiramente à vontade, nem totalmente
felizes porque estavam sempre falando de mim com preocupação e ela soube que,
enquanto estavam juntos, eu estava sozinha. Ela me surpreendeu. Recebi no ano
seguinte um convite formal para passar o Natal em sua casa com meu ex-marido e
filhos. Eu nem acreditei. Eu não queria
mais estar casada com ele, mas sentia falta dos meus filhos na noite do Natal
ou de Ano Novo. Fiquei apreensiva, mas aceitei o convite e foi maravilhoso. Eu
nunca fui tão bem tratada na vida. Aquela mulher me deu provas de educação e
cordialidade. Ela me recebeu como a uma amiga e nós conversamos muito. Eu senti
como se já a conhecesse de longa data e fiquei feliz por saber que o Afonso era
feliz com ela porque meus filhos estavam sendo bem tratados.
Depois
disso, nós nunca mais passamos as datas comemorativas, separados. Até porque
éramos todos da mesma família com o elo fortíssimo dos nossos filhos. Eu me
tornei grande amiga da Claudete e pude contar com ela segurando minha mão no
dia do meu desencarne. Somente quando cheguei aqui pude compreender tudo o que
aconteceu e fiquei emocionada com minhas lembranças. Claudete havia sido uma
irmã muito querida em outra existência, nós sempre tivemos muita afinidade. Eu
agradeço a Deus por não ter desperdiçado a chance de conhecê-la melhor e ter
aproveitado mais esta existência ao seu lado.
APRENDI QUE NÓS NÃO DEVEMOS TENTAR
PREVER O QUE ACONTECERÁ OU TER PRECONCEITOS EM RELAÇÃO A NINGUÉM PORQUE AS
PESSOAS SEMPRE NOS SURPREENDEM.
APARECIDA
23/12/18
-------------------------------------------------Paula Alves--------------------------------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“EU
ESPERO QUE VOCÊS SAIBAM ENXERGAR O QUE É REALMENTE IMPORTANTE, VALORIZEM E TENHAM
UMA LINDA NOITE DE NATAL”
Sempre
gostei de festejar e as comemorações de fim de ano eram oportunidades preciosas
de reencontrarmos familiares queridos. Minha mãe gostava de preparar a casa e
aguardava nossos familiares com entusiasmo. Eles vinham de outras cidades e
ficavam em nosso lar que era modesto, mas muito hospitaleiro. Éramos quatro
irmãos e todos ajudavam na decoração da casa aguardando o momento mais
esperado, a ceia de Natal.
Mas,
naquele Natal muitas coisas aconteceram que deixaram minha mãe derrotada para
sempre. As pessoas vinham de todos os lados, atraídas pelas luzes e música, a
dança de todos no quintal... Minha irmã Paola, se engraçou com um rapaz que
veio com nosso primo, mas ela tinha namorado e eles começaram a brigar, foi
terrível porque o rapaz estava armado e para se defender quebrou uma garrafa,
foi para cima dele. Não foi nada grave, apenas um ferimento sem importância no
braço, mas mamãe sucumbiu. O nervoso foi tanto que ela teve um derrame e
tivemos que correr para o hospital.
Nunca
mais o nosso Natal trouxe alegria. Minha mãe ainda viveu cinco anos depois
disso, mas não tivemos a casa cheia, nem a alegria das comemorações. As pessoas
se afastaram de nós. Nossos familiares viajavam para passar as festas, mas
nunca visitaram mamãe no leito. Muito triste perceber que nós éramos poucos no
lar. Hoje percebo que foi um castelo de areia. Em minha casa, o rei nunca foi
Jesus, nós não comemoramos o aniversário do Mestre, mas as convenções, as
frivolidades. O brilho, a música e os presentes, a ceia, em nada lembravam o
amor e a esperança que Jesus poderia nos oferecer e, quando mamãe estava no
leito, eu e meus irmãos nos esforçamos para cuidar dela e fazer do Natal um
momento de agradecimento por tê-la conosco, percebemos o nosso verdadeiro
presente, tínhamos uns aos outros na noite de Natal.
VOCÊ DEVE VALORIZAR JUSTAMENTE O QUE O
DINHEIRO NÃO PODE COMPRAR: os seus afetos. Nossos bens mais preciosos
são a atenção que você recebe dos seus entes queridos, a solidariedade e o
respeito, a cordialidade, o apoio que você tem deles, a presença deles. Ninguém
quer ficar sozinho na noite de Natal porque o Natal nos faz lembrar a família,
então, envolva-se com as pessoas, pratique as virtudes que você gostaria de
receber dos outros, seja sempre sincero, mas com a maior delicadeza e nunca se
esqueça de quem ama você.
EU ESPERO QUE VOCÊS SAIBAM ENXERGAR O
QUE É REALMENTE IMPORTANTE, VALORIZEM E TENHAM UMA LINDA NOITE DE NATAL.
TEREZA
15/12/18
--------------------Paula
Alves---------------
“NÓS AGRADECEMOS A DEUS POR ESTARMOS
JUNTOS E SABOREAMOS AQUELE JANTAR SIMPLES COMO SE FOSSE O MELHOR DO MUNDO”
Eles
passaram tão mal e minha mais nova precisou de internação. Tudo difícil, sem
plano médico, eu corri atrás de hospital. Parece que tudo só poderia piorar
porque chovia tanto naquela noite e eu desesperada por causa da crise de
bronquite da Samara. Fui até a casa da minha irmã e pedi para ela cuidar do
Samuel. Minha irmã foi um amor sempre, nunca foi grosseira, no meio da noite
ficou com o menino mesmo com a cara feia do esposo dela e eu corri com minha
menina. Internei e fui trabalhar. Eu chorava escondida para a patroa não ver.
Era véspera de Natal e ela queria a casa impecável, nem me perguntou das
crianças, eu com sono e preocupada com meus filhos e ela falando do pernil.
Queria sair correndo e jogar o emprego fora, brigar com ela porque era uma
mulher muito egoísta, nem percebia o quanto eu passava por dificuldades.
Eu
sempre vi maldade nas pessoas e parecia que a vida só colocava os piores no meu
caminho. Quando saí fui correndo para o hospital e me falaram que a Samara
estava bem e poderia ir para casa. Foi meu presente de Natal. Fui pegar meu
filho e fomos para casa. Eu não tinha nada especial para oferecer. Me lembrei
da casa da patroa com comida farta e gente elegante, na minha casa não tinha
nada demais. Eu olhei para os meus filhos e preparei a melhor comida com o que
eu tinha.
NÓS AGRADECEMOS A DEUS POR ESTARMOS
JUNTOS E SABOREAMOS AQUELE JANTAR SIMPLES COMO SE FOSSE O MELHOR DO MUNDO.
Eu
entendo que cada um de nós tem a sua vida e não podemos ficar de olho na vida
alheia para não nos perdermos com indagações desnecessárias porque isso é
perder tempo e existe muito que pode ser feito com empenho e boa vontade. Eu
olhei para minha vida naquele dia e percebi que as coisas podiam melhorar
porque eu já tinha muito bem perto de mim. Meus filhos com saúde e o apoio da
minha irmã. Eu voltei a estudar, mudei de emprego e agradeci a Deus pelos
momentos de dificuldade porque quando estamos em sofrimento não coseguimos
perceber, mas eles são necessários para o nosso crescimento, sem eles, provavelmente,
estagnaríamos.
ALCIONE
15/12/18
------------------Paula
Alves-----------------
“UM
PAI DEVERIA SABER QUE TER UM FILHO IMPLICA EM ABDICAR DE SEUS PRAZERES E
REVOLTAS PARA PROPORCIONAR À SUA CRIANÇA UM AMBIENTE ENRIQUECEDOR PARA O SEU
DESENVOLVIMENTO”
Eu
escutei o pedido dela. Nunca pensei que fosse uma tarefa tão extremosa e, após
mais de trinta anos, não era mesmo. Mas, naquela noite, eu me senti inútil, de
mãos atadas. Eu sou do grupo Noel e desempenho minha tarefa com enorme prazer.
Tenho a incumbência de me fazer presente nos dias que antecedem o Natal.
MUITOS, NÃO SABEM A REAL NECESSIDADE DO
GRUPO, TENTAREI EXPLICAR: existem grupos de Espíritos para muitas
funções. Alguns trabalham na natureza, outros nos setores religiosos, existe
ainda, os que fazem os trabalhos junto aos profissionais de diversas categorias
para que desempenhem adequadamente suas tarefas junto a grupos de encarnados.
Tudo isso sempre visa o progresso geral ou coletivo, mas o grupo dos Noéis visa
a esperança de uma data muito especial. Nós estamos aliados ao Evangelho porque
o Natal está diretamente relacionado ao nascimento do Mestre. Enquanto as
pessoas se lembram do Natal, se emocionam no Natal e confraternizam no Natal,
nós podemos levar as lembranças. São lembranças de Natais felizes que já
viveram, todas as lembranças das imagens de um Jesus que nos remete a
fraternidade universal e, muitas vezes, quem abre esta porta para nós são as
crianças porque os Espíritos podem trabalhar com simbologia, assim como
acontece nos sonhos. A criança em questão me fez parar para pensar naquilo que
eu realmente poderia fazer para ajudar, eu fiquei confuso e frustrado. Ela via
a mãe apanhando e, foram tantas situações de desespero vivenciadas pela
garotinha de seis anos, que tudo o que ela queria pedir para aquele Natal era
que o pai desaparecesse. Eu fiquei pasmo. Nós não damos presentes materiais,
nós incentivamos as lembranças. Podemos fazer lembrar de pessoas, fazer lembrar
de presentes que conquistam, incentivamos boas ações para lembrar do Mestre,
pelo menos neste dia. Mas, a garotinha não me permitia fazer o trabalho em
questão tamanho ressentimento pelo pai. O sentimento me repelia e eu me deixei
vacilar em minha fé de trabalhador atuante. Eu sei que devo voltar para a função.
Sei que não existem injustiças nos planos e cada um está na melhor família que
poderia ter para concretizar o seu plano reencarnatório, mas os pais deveriam
cuidar da saúde física, mental e emocional de suas crianças.
UM PAI DEVERIA SABER QUE TER UM FILHO
IMPLICA EM ABDICAR DE SEUS PRAZERES E REVOLTAS PARA PROPORCIONAR À SUA CRIANÇA
UM AMBIENTE ENRIQUECEDOR PARA O SEU DESENVOLVIMENTO.
Eu
vou retornar para o trabalho que desempenho com amor, mas o que eu posso fazer
por ela?
TELES NOEL
15/12/18
----------------------------Paula
Alves----------------------------
MUITO SE ENGANA O ORGULHOSO QUE ACHAR
QUE ESTÁ DOANDO AO NECESSITADO PORQUE NÓS É QUE SÓ APRENDEMOS COM ELES.
Eu
tive tudo. Uma vida maravilhosa onde fui agraciada com bens que eram mais do que
necessários para minha família toda. Quando se nasce em berço de ouro e é bem
educada por pais amantíssimos, nós fazemos tudo o que todos fazem, mas com
inúmeras facilidades. Eu estudei em bons colégios e trabalhei porque a
ociosidade é uma doença.
SER ÚTIL PARA SI E PARA OS OUTROS NOS
TRAZ FELICIDADE, TODO O RESTO É PERDA DE TEMPO E RUÍNA PESSOAL.
Eu
me aproveitei do fato de que nossas futuras gerações nunca conseguiriam gastar
toda nossa fortuna e pude doar muito tempo em favor dos necessitados. Claro que
fomos alvo de trapaceiros, óbvio que tive conquistadores de todos os tipos e
acabei me decepcionando com o amor, mas não me detive nisso. Assim que conheci
alguns locais muito necessitados, eu soube exatamente o que eu deveria fazer e
o que me dava alegria e motivação. Eu trabalhei incansavelmente para ajudar
crianças e idoso. Encontrei tantas pessoas dispostas a ajudar. Todos com os
mesmos objetivos que eu, tão amorosos e lindos. Eu me associei com estas
pessoas e pude colocar parte do meu dinheiro para ampliar a nossa doação de
afeto, atenção e tudo o que fosse possível para sanar suas necessidades.
Conheci
um homem maravilhoso, um visionário que me ensinou muito e me amou durante
várias existências. Pessoa extraordinária a quem muito devo. O fato é que o
Natal para nós sempre foi oportunidade de levar a esperança. Passamos os Natais
rodeados de pessoas que não foram nosso sangue, mas que precisavam de nós e
também nos doaram tudo o que possuíam. Doaram todo o seu amor, toda a sua
atenção e boa vontade, nos ensinaram a ter paciência, ânimo e perseverança. Com
eles, limpando suas enfermidades, alimentando-os, dando banho, nós aprendemos o
verdadeiro sentido da palavra amor e eu sou muito grata por ter recebido muito
mais do que doei.
MUITO SE ENGANA O ORGULHOSO QUE ACHAR
QUE ESTÁ DOANDO AO NECESSITADO PORQUE NÓS É QUE SÓ APRENDEMOS COM ELES.
O
simples fato de permitir nosso contato numa sociedade tão cheia de falso
puritanismo e tão cheia de discriminações, racismo e crueldades, já nos faz
agradecer por confiar em nós. Hoje, posso partir para as regiões inferiores,
realizarei meu trabalho com outros tantos que, fora da carne precisam de
atenção e auxilio de todos os tipos e eu ainda me sinto rica porque tenho um
grupo maravilhoso que está ao meu lado nesta nova etapa. Como sou feliz!
AURORA
15/12/18
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“EU SÓ TENHO BOAS LEMBRANÇAS DO NATAL”
Eu
adorava aquelas luzes e o ânimo das pessoas que riam e se cumprimentavam. Para
mim, era a noite mais importante do ano todo. Eu pegava meu violão e saia para
a porta do restaurante. Eu tinha amizade com o dono, ele me deixava tocar na
porta e eu recebia algumas gorjetas. Na verdade, eu não posso reclamar do Natal
porque eu ganhava muito bem. Passava a noite toda tocando e ainda ganhava uma
oportunidade de entrar no restaurante chique e comer de verdade. Eu sempre
lembrava da mãe, enquanto estava saboreando o meu jantar de Natal. Ficava
imaginando o que ela, meus irmãos e o pai estavam comendo. Lá em casa era tudo
tão simples.
No
Natal, a mãe fazia um belo frango assado, enchia de farofa de miúdos e todo
mundo ficava sentindo aquele cheirinho. Eu comia a comida do restaurante
pensando no frango assado da mãe porque não tinha igual a comida da mãe, gosto
de carinho. A noite acabava, eu abraçava o pessoal do restaurante e agradecia o
dono que era tão generoso e deixava a gente levar tudo o que era de gostoso
para nossas famílias. Nunca jogava comida boa no lixo. Eu voltava para casa com
dinheiro do meu trabalho honesto, da música que Deus colocou nas minhas veias e
ainda tinha umas comidinhas para minha família. Aí dormia e de manhã acordava
com os beijos da mãe falando feliz Natal.
EU SÓ TENHO BOAS LEMBRANÇAS DO NATAL.
Nunca
fui músico importante. Depois que fiquei homem feito tive que arrumar emprego
na fábrica e nem dava tempo de chegar perto do violão, mas no Natal, eu
lembrava da minha época de músico e lembrava da minha família, da minha mãe e
pegava o violão, cantava para os meus filhos, para a minha amada esposa.
EU SEMPRE FIZ ASSIM, NO NATAL EU ME
TRANSFORMAVA NUMA PESSOA MAIS FELIZ, COM MAIS ESPERANÇA.
Era
como se aquela lembrança do nascimento do Cristo me fizesse acreditar que as
pessoas podem se renovar. Eu pensava que as pessoas podiam se modificar sendo
incentivadas por Jesus. Depois que eu vim para cá, estas lembranças ficaram
ainda mais vivas e eu me transformei nisso que você está vendo.
MAIS UM NOEL.
Foi
tão bom saber que aqui eu posso fazer parte desta magia. Estou no grupo de
Noéis há mais de sessenta anos e meu compromisso é fazer que o sentimento
ressurja dentro deles. Até o mais endurecido dos corações têm uma boa lembrança
e eu faço com que se lembrem. Eu gosto do meu trabalho e sinto gratidão em
poder atuar modificando os sentimentos deles. Que Deus ilumine o seu Natal. ROBERTO NOEL
09/12/18
-------------------Paula
Alves------------
“É ESTRANHO PORQUE AS PESSOAS RARAMENTE
OLHAM A GENTE NOS OLHOS”
Quando
não tem estudo é mais difícil mesmo. Minha mãe sempre falava para eu aproveitar
a oportunidade para estudar, mas eu nunca gostei de estudar. Eu matava aula
para namorar o Alan e não poderia ser diferente. Eu engravidei e minha mãe
quase me matou quando descobriu, ela me bateu tanto que achei que fosse perder
a criança. Ela nem pensou duas vezes, me tirou da escola e fez trabalhar. No fim
não deu outra, eu acabei como atendente de uma lanchonete.
É ESTRANHO PORQUE AS PESSOAS RARAMENTE
OLHAM A GENTE NOS OLHOS.
Teve
uma vez que uma moça que estudou comigo chegou para pedir um lanche e, por pouco,
não me reconheceu. Ela não me olhava, então, eu pensei que, algumas vezes, nos
tornamos invisíveis. Acho que as pessoas não querem ver algumas pessoas. Isso
deve acontecer muito com moradores de rua, drogados ou prostitutas, também deve
acontecer com os ciganos. Sabe, pessoas que você acha que poderiam te
importunar ou te causar algum tipo de constrangimento. Eles não me viam e eu
não estava pedindo nada. Eu sei que a minha vida foi praticamente isso. Eu fui
vivendo e tendo sempre dificuldade.
No
fim de ano, eu só me esforçava para comprar alguma coisa para o meu filho. Uma
vontade enorme de arrumar minha casa ou dar uma televisão nova para minha mãe,
mas só dava para pensar numa ceia gostosa e mais nada. Morando de aluguel? Mas,
numa noite eu me lembrei da dona Zilá. Ela tinha perdido o marido e as crianças
não iam ter alegria no Natal. Daí, eu arrumei a mesa bem bonita e coloquei mais
pratos na mesa. Falei para a mãe que teríamos convidados e minha mãe ficou
encafifada porque a gente nunca tinha convidados. Eu achei que a criançada ia
querer sobremesa e eu não tinha como comprar uma coisa cara, então, fiz
rabanada e quando a dona Zilá ouviu meu
convite, ela me abraçou chorando. Ela foi com as crianças e eu senti naquele
Natal que eu tinha feito a coisa certa. Depois disso, eu sempre convidava meus
vizinhos queridos para a noite de Natal. Coisa simples, cada um levava um
pratinho e virava um mesão.
EU TENTAVA RECEBER AS PESSOAS E TENTAVA
MOSTRAR PARA ELES QUE NÓS TODOS SOMOS IRMÃOS DE JESUS.
NÃO IMPORTA DE ONDE VEIO O NOSSO SANGUE,
MAS DE ONDE VEIO A NOSSA ALMA. CINTIA
09/12/18
----------------Paula
Alves-------------
“QUANDO RECEBEMOS BOA EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO
DE MORALIDADE ELEVADA, FICA BEM FÁCIL DISCERNIR ENTRE O CERTO E O ERRADO”
Foi
difícil me soltar porque eu gostava do meu corpo. Eu tinha gratidão por tudo.
Eu adorava a vida. Eu gostava da minha família e do meu trabalho. Eu vivi
feliz! Não tenho motivos para queixas ou lamentações. Eu recebi as melhores
oportunidades e eu melhorei a partir dos meus esforços e também do auxílio de
familiares que me deram tantos bons exemplos que ficou fácil seguir em frente.
EU ACHO QUE QUANDO RECEBEMOS BOA
EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO DE MORALIDADE ELEVADA, FICA BEM FÁCIL DISCERNIR ENTRE O
CERTO E O ERRADO.
Foi
tudo maravilhoso. Eu me lembro das provas que eu tinha que superar, mas na
minha trajetória encontrei tantas pessoas boas que tudo foi bom. Consegui
vencer as provas com satisfação e alegria. Depois que desencarnei, precisei
seguir em frente e isso para mim foi o mais doloroso. Eu me apeguei àquela vida
e ser quem eu fui, me encheu de contentamento. Eu não quis partir. Vi meus familiares
sofrendo e eu sofri a separação. Fui extremamente feliz. Demorei um pouco para
perceber que estava sendo egoísta e presunçosa.
Eu
achei que as coisas deviam ser como eu queria, mas estava no tempo de retornar.
Foi aí que avistei meu avô e me assustei com ele. O bondoso Enoque teve toda a
paciência e me falou que havia chegado o momento de mudar de fase. Eu ainda
estou aprendendo a viver aqui. Estou me superando, superando a saudade e sei
que estarão todos reunidos neste ano pensando em mim. Eu sei porque eu
preparava tudo para eles. Eu sempre desejava agradá-los e fazia os pratos
favoritos de cada um. Isso era um prazer porque meus familiares são lindos. Eu
também sofri a separação e oro para que vocês percebam que precisam uns dos
outros.
DEIXEM A CASA EM FESTA COMO EU FIZ
DURANTE QUARENTA ANOS.
SÓ QUERIA SABER QUE ESTÃO COMEMORANDO,
ALEGRES.
Desejo
ser lembrada, claro, mas desejo mais ainda que não sofram porque a vida deve
ser vivida intensamente. Sem sentimentos derrotistas ou melancólicos.
ANTÔNIA MARIA DE JESUS
09/12/18
-------------------Paula
Alves------------------
“TUDO O QUE TEMOS A FAZER É OLHAR O
SEMELHANTE E FAZER CADA UM O SEU PAPEL INSUBSTITUÍVEL NO MUNDO PARA QUE, UM
DIA, SEJA NATAL TODO DIA”
Preparar
o Natal na igreja era uma satisfação. Eu fiz isso por mais de vinte anos e
minha família sempre compreendeu que eu me sentia feliz em servir. Era um árduo
trabalho, mas nossa equipe trabalhava alegre e motivada. Nós organizávamos a
missa e o jantar de Natal onde servimos mais de duzentas e cinquenta pessoas
que viviam nas ruas.
NÃO EXISTE NADA MAIS ESPECIAL DO QUE
SERVIR A DEUS.
NÃO EXISTE NADA MAIS ESPECIAL DO QUE
SERVIR UM IRMÃO NECESSITADO.
Eu
sempre achei que era uma época onde as pessoas se igualavam. Onde todos
tentavam ser mais fraternos. Claro que ouvi muitos afirmando que era mais
importante estar com minha família, receber meus parentes e amigos em casa.
Muitos me criticaram, mas eu me lembrava do Mestre dizendo que devemos segui-lo.
Pegar a cruz para segui-lo. Nós seríamos apontados, mas ainda assim, eu desejei
segui-lo e segui com sorriso e agradecimento. Meu esposo sorria e dizia que eu
tinha que cumprir meu papel de cristã. Para mim, não era só isso. Eu nem sei
explicar, era um compromisso assumido e eu me achava peça insubstituível, assim
como todos os outros componentes do grupo.
Se
cada um de nós, achasse que deveríamos ficar em casa, não tinha um trabalho tão
belo no jantar de Natal. Todos são importantes e Deus sabe disso. Tudo o que
temos a fazer é olhar o semelhante e fazer cada um o seu papel insubstituível
no mundo para que, um dia, seja Natal todo dia.
FLORIPES NOEL
09/12/18
------------------------------Paula Alves---------------------------------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografia
“HOJE
EU ENTENDO QUE A GENTE NÃO DEVE SER APEGADO AOS BENS E AS CONVENÇÕES SOCIAIS”
Tem
muita inversão de valores nesta sociedade, mas isso é assim, desde que o mundo
é mundo. O próprio Jesus não foi aceito por causa de tamanha humildade. Eu
trabalhava duro para dar o melhor para os meus filhos. Eu acreditava que devia
dar a eles tudo o que não tive. É claro que eu me concentrei em bens materiais.
Nunca me passou pela cabeça que a responsabilidade de um pai é tão grande, só
descobri isso aqui, há pouco tempo. Trabalhei tanto e quando o Natal se
aproximou, eu me concentrei nos presentes. Eu queria agradar. Queria que
ganhassem bicicleta e carrinho de controle, mas eram caros para mim. Mesmo
assim, eu fiz de tudo para comprar.
Queria
ver os olhos cheios de alegria e contentamento. Eu percebi quando os vizinhos
se recusaram a emprestar os brinquedos caros para meus pivetes. Eu não gostei,
mas cada um cria seu filho como acha que deve e os pais ensinaram a exibir o brinquedo.
Eles não ensinaram a emprestar porque meus filhos podiam destruir um brinquedo
caro. O fato é que tudo na vida deriva da sua intenção e isso te mostra se o
caminho que você escolheu é bom ou ruim, entende?
Eu
também queria exibir meus filhos. Queria deixar claro que eu também podia
presentear com um brinquedo caro e que eles eram tão bons como os filhos dos
vizinhos, mas deu tudo errado. Naquele Natal, eu fui demitido. Eu ganhei uma
boa quantia e não pensei duas vezes, ia direto para loja de brinquedos para
comprar os presentes dos meninos, mas não cheguei a tempo. Eu corri tanto para
pegar o ônibus que não vi quando uma moto atravessou o sinal. Foi um baque tão
violento que eu fiquei muito tempo caindo e batendo com a cabeça no chão.
Quando
eu levantei, nem percebi que já tinha desencarnado, só pensei nos brinquedos e
fui parar na loja. Porta que abriu para eu entrar e ficou fechada por dez anos.
A consciência da gente engana fácil. Hoje eu entendo que a gente não deve ser
apegado aos bens e as convenções sociais. Eu não entendia e achava papo de
hippie. Hoje eu sei que meus filhos precisavam de família unida e com os pés no
chão. Eles sofreram muito, minha esposa, então, nem se fala. Quando consegui
sair daquela loja, fui até meu antigo lar e lá estavam eles, tão crescidos e
bons. O Marcos já tinha até sua filhinha e eu precisei ouvir dele uma frase
para nunca mais esquecer: “O QUE IMPORTA
NO NATAL É FAMÍLIA UNIDA MEU BEM. E NÃO O MONTE DE PRESENTES QUE VOCÊ PODE
GANHAR. NADA NA VIDA DEIXA A GENTE MAIS FELIZ DO QUE SABER QUE TEM QUEM AMA A
GENTE. O PRESENTE QUEBRA, ESTRAGA, PERDE, MAS QUEM AMA A GENTE, AMA DE QUALQUER
JEITO.”
Naquela
noite, meu filho mais novo me deu aula de comportamento. Ele achou que estava
ensinando a filha e estava mesmo ensinando o pai dele a ser gente. Eu poderia
estar com eles naquele Natal, se tivesse deixado a bobagem do presente de lado
e ido direto para casa. Será? Fico me perguntando. Só sei que não sabia que
meus filhos eram tão especiais. Sou muito grato ao Senhor que me mostrou como
as coisas realmente são.
IVAN
01/12/18
-----------------------Paula
Alves------------------
“O
NATAL É MUITO MAIS DO QUE EU IMAGINAVA”
Eu
sempre achei uma bobagem esta história de Natal porque as pessoas se aproveitam
da data para comercializar. Ninguém comemora de verdade com o sentido real que
é lembrar de Jesus e tentar seguir seus passos. Eu nunca ganhei presente de
Natal na minha infância porque era pobre demais e achava que, nem por isso,
tinha sido menos que os outros que ganharam. Daí, todo ano, quando se
aproximava o Natal, minha esposa vinha com a mesma conversa, falando que
precisava comprar presente para as crianças, mas tinha tanto que precisava ser
feito. Eu estava terminando nossa casa e ela não entendia que tudo era bem
caro.
Mas,
teve um dia que aquela mulher me irritou tanto pedindo dinheiro que eu fui até
o quarto das crianças e falei a verdade: “Não existe Papai Noel”. Eles eram
pequenos e ficaram de olhos arregalados. O maior chorou e falou que o mundo era
sem graça. Que tudo podia ser bem melhor se eles existissem. O meu filho ficou
tão esquisito que eu me arrependi de falar. Fui dormir e nunca mais tocamos no
assunto, mas minha esposa não gostou do que eu fiz.
Eles
cresceram e eu percebi que não vinham nos visitar no Natal. Eu ouvia meus
amigos comentando sobre os preparativos em suas casas, falando das reuniões
familiares e comecei a sentir falta dos meus filhos porque eu também queria
meus netos por perto e queria a casa cheia. Minha esposa não falava muito
comigo, acho que era porque eu sempre fui grosseiro com ela, mas de repente,
até ela se ausentava nas noites de Natal. Só aqui pude perceber o que
aconteceu.
Depois
de alguns anos, recebi a permissão de visitá-los e foi exatamente neste dia.
Quando todos estavam reunidos na casa do Naldinho. Eles se lembraram de mim e falavam
com mágoa do dia que eu estraguei a ilusão deles. Meus filhos sempre
comemoraram o Natal porque as esposas ensinaram a amarem a data. Minha esposa
sempre esteve presente, mas eles não me convidavam porque achavam que eu não
gostava, eu não acreditava e não queriam que eu fizesse a mesma coisa com os
filhos deles. Aí o senhor me diz que eu errei porque tirei os sonhos das
crianças? Como assim? Eu não quis fazer mal a eles. Eu nunca pensei que é tão
bom viver enganado, só isso, mas o senhor está me falando que as pessoas
precisam ter um motivo para acreditar e as crianças tem fé em muitas coisas,
mas nós destruímos a fé e fazemos acreditar só no que é palpável, ou seja,
material. Ainda por cima, me fizeram conhecer uma plêiade de Espíritos que
trabalham em nome do Natal. Eu fiquei até assustado porque nunca vi tantos
juntos. Mas, como são lindos, iluminados. Eu vivi minha vida de encarnado
achando que era uma história de comercialização e eles existem? Em nome do
Natal.
Papai
Noel que tenta levar esperança e luz para as casas de quem acredita. Nas casas
onde são esperados. O Natal é muito mais do que eu imaginava e já me candidatei
para seguir com eles. Eu preciso saber o que eles sabem e me ofereci para me
redimir dos débitos que adquiri quando menosprezei as crenças dos meus filhos.
Estou envergonhado.
SEBASTIÃO
01/12/18
--------------------Paula
Alves--------------
“NINGUÉM
É PERFEITO, MAS PODEMOS REPARAR O ERRO PASSADO E AINDA CONQUISTAR NOVAS
OPORTUNIDADES DE ENOBRECIMENTO”
Eu
não tive filhos, mas adorava crianças. Via as mães reclamando dos filhos porque
não tinham tempo para elas. Ouvi casos que tentavam dar os filhos ainda na
gestação e eu ficava indignada. Outras histórias me horrorizavam, saber que,
para ter a liberdade de volta, elas faziam abortos cruéis. E eu querendo uma
criança sem ter condições para isso. Meu esposo era amantíssimo. Ele fazia
todas as minhas vontades e ficava entristecido quando me via chorar. Então,
numa manhã aguardando um táxi, me deparei com uma bondosa senhora que estava
cheia de sacolas. Eu tentei ajudá-la e começamos a conversar. Ela trabalhava
num orfanato e eu enchi meus olhos de contentamento, enquanto ela me contava
várias coisas das crianças. Eu a convidei para um chá e ela me falou que eles
precisavam de tudo, inclusive carinho e atenção. Eu prometi que faria uma
visita e adorei tê-los comigo.
Em
outras vezes, meu marido me acompanhou e ele pode ver meu deslumbre por cada
uma delas. Eu não via a cor, o tipo de cabelo, a idade. Eu os admirava pela
sinceridade e honestidade. Me comovi com a carência deles e questionei a Deus
por que eu não podia ter filhos, mas tive uma ideia e meu marido me apoiou.
Naquele ano, eu peguei grande parte do meu orçamento e comprei brinquedos.
Foram brinquedos simples porque eu queria presentear todos, mas todos foram escolhidos
com enorme carinho. Eu me vesti de mamãe Noel e convenci o Leandro a ser Papai
Noel. Foi incrível, nunca vi tamanha magia e alegria. Eles não ligaram para o
tamanho do embrulho, queria falar com a gente, queriam nossa atenção. Muitos
pediram por coisas que eu nunca poderia dar, eles queria a mãe, família, mas
percebi que minha vida se resumia nisso, alegrá-los.
Eu
vivi assim, apesar de todos os comentários maliciosos e zombeteiros por parte
de nossos familiares e amigos. Eles não conseguiam me entender e, mesmo assim,
com Leandro ao meu lado, eu fui feliz, vivendo para o Natal. Economizava em
tudo o que podia para levar presentes para todos no Natal e, assim, depois de
nosso desencarne pudemos vir para cá. Foi como uma promoção, eu ganhei a oportunidade
de continuar aquilo que fiz de todo o coração. Sei que eu passei por uma prova,
por causa da forma leviana com que tratei meus filhos em existências passadas.
Ninguém é perfeito, mas podemos reparar o erro passado e ainda conquistar novas
oportunidades de enobrecimento. Imensamente grata.
MARIA NOEL
01/12/18
-------------Paula
Alves----------
“USAR O NATAL PARA FALAR QUE É BONZINHO
QUANDO NÃO É. ISSO É MUITO FEIO”
Eu
era catador e, na época das festas, conseguia juntar um bom dinheiro porque as
pessoas jogam muitas embalagens e latinhas. Eu precisava trabalhar de noite
para dar conta de catar tudo o que podia antes do caminhão de lixo passar. Eu
fui parar numa área nobre porque sabia que lá tinha mais lixo bom. Foi aí que
eu vi muita moradia linda e banquete pelas janelas. Gente elegante e carrão de
luxo de onde saia o Papai Noel para as crianças ricas. Eu vi de tudo e, ainda
assim, passava fome no Natal.
Tentava
não pensar na dor que a barriga sentia e continuava meu trabalho quando um
menino olhou pela janela e me viu. Ele mostrou repulsa e depois correu para falar
com o pai dele. Dali a pouco, o pai chamou o segurança e o homem me chamou. Ele
disse que a família queria me proporcionar um jantar decente. Que eu devia
estar morrendo de fome e eles tinham um banquete para me oferecer. Falou que eu
até podia tomar um banho na edícula e ele ia me fornecer uma roupa limpa. Eu
não gostei muito porque eu não era morador de rua e nem pedinte. Eu estava sujo
porque não tem como não ficar limpo revirando o lixo, mas eu estava trabalhando.
Pensei na barriga com fome e aceitei. O que podia me acontecer? Mas, eu devia
ter recusado.
Quando
cheguei na cozinha tinha um monte de gente me esperando e mostravam para os
filhos que eu era um carente. Falavam alto como se eu fosse surdo ou retardado.
A comida era cheia de frescura, mas era boa. Eu estava comendo, mas os adultos
começaram a rir e achei que era de mim, me zanguei e eu me levantei para ir
embora. O pior é que a dona da casa ainda quis se ofender. Mas, como? Se eu é
que estava sendo ofendido. As pessoas não percebem o que fazem de errado?
SERÁ QUE NO FUNDO, QUANDO COMETEM UM
ERRO, QUANDO PISAM NA BOLA, ELES REFLETEM E CAEM NA REAL?
Eu
levantei para ir embora e ela me obrigou a comer com o segurança forte do meu
lado. Falou um monte de desaforos e eu, para não apanhar, precisei comer sem
ter vontade. Engraçado, ela falava que eu era miserável e queria se metido. Que
queria escolher onde ia jantar, como se tivesse alternativa. Que raiva! Eu nem
sei o que me deu. Depois de algum tempo, eu tive um acidente, desencarnei e
minha mágoa contra a família me jogou direto na casa deles. Eu ainda me sinto
mal só de lembrar.
USAR O NATAL PARA FALAR QUE É BONZINHO
QUANDO NÃO É. ISSO É MUITO FEIO.
VALMIR
01/12/18
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