Cartas de Fevereiro (16)

Foto cedida por Magno Herrera Fotografias

“APENAS DEUS PODERIA SABER DO NOSSO TEMPO NA TERRA”

Eu o procurei porque eu precisava de ajuda. Minha esposa sempre foi muito importante em minha vida e quando ela adoeceu, eu vi meu mundo ruir. Fiquei desesperado em vê-la na cama. Uma mulher que sempre foi tão ativa. Ela fazia tudo por todos nós, por mim, pelos filhos e por todos que precisavam. Eu fiquei me questionando onde estava a justiça de Deus em fazer uma mulher tão bondosa se reduzir a moribunda. Eu e meus filhos ficamos estacados porque sempre foi ela que resolveu tudo em casa. Eu colocava o dinheiro nas mãos dela e a dona da casa resolvia tudo.

Ela sempre sabia qual era o melhor caminho para seguirmos e ficamos imóveis. Terrível foi quando o médico anunciou que ela não teria mais chances de voltar a andar e que, possivelmente, não falaria mais. Eu me fiz de forte, mas chorei muito, eu acreditei nas palavras daquele médico e perguntei o que poderia ser feito para que ela se sentisse mais confortável e ele me respondeu que ela não conseguiria sobreviver por muito tempo porque estava muito debilitada, mas poderia ser levada para o ambiente doméstico. Eu acreditei nele, mas minha filha que sempre foi muito religiosa ficou furiosa questionando se ele era Deus. Ela disse que, apenas Deus poderia saber do nosso tempo na Terra. Ela me incentivou a tirar a mãe do hospital. O médico disse que ela daria muito trabalho e que, se fosse da nossa vontade, poderia arrumar uma vaga para ela em sua clínica, ela seria muito bem tratada por toda sua vida. Minha filha criticou a atitude do médico e falou que ela seria responsável pela mãe.

Os outros filhos se ausentaram da responsabilidade e disseram que seria melhor pagar para que ela fosse melhor assistida, mas Caroline não. Falou tanto que nos convenceu, ela sairia do serviço para cuidar da mãe e foi o que fez. Ela ia todos os dias e passou a ter total responsabilidade com a mãe. Ela cuidava da mãe como se fosse filha e fazia carinhos, conversava, dava comida na boca e acompanhava nas consultas onde o médico insistia em afirmar que ela estava sempre pior. Caroline brigou com o médico afirmando que a mãe estava fazendo alguns pequenos movimentos. Tivemos que arrumar outro médico. O fato é que ela conversava tanto e estimulava tanto a mãe que comecei a notar algumas mudanças. No período de um ano, ela melhorou bastante, estava corada, forte e já se movimentava, até que eu tive uma surpresa, ela falou meu nome e eu chorei contente. Elas, que nunca foram tão próximas, se tornaram amigas leais.

Minha esposa só se alimentava com ela, em sua companhia e se sentia feliz ao lado de Caroline que, por sua vez, demonstrou muita paciência e boa vontade. Nunca gritou, nunca reclamou, sempre tão solícita e carinhosa conosco. Após dois anos, com todos os tratamentos que Caroline fez questão de proporcionar a Marinalva, minha esposa voltou a andar e estava tão independente que mandou minha filha de volta à sua liberdade. Ela disse que nunca fora tão bem tratada, tão amada e nunca se esqueceria do que a filha havia feito por ela.

Eu considero a atitude de minha filha a maior prova de amor e perdão que pude presenciar, enquanto estive encarnado. Percebi que o médico queria realmente tê-la em sua casa de repouso porque, para ele, minha esposa era uma fonte de renda, mas outros profissionais bondosos trataram minha esposa com dedicação e permitiram que ela retornasse à independência. Quando chegamos aqui, depois de muitos anos, soubemos que estava nos planos que ela passasse pela enfermidade e Caroline já havia, antes de reencarnar, combinado que cuidaria dela, então, deu tudo certo. Ela podia ter se esquivado como os outros irmãos, mas resolveu fazer o bem e se reconciliou com a mãe, a qual tinha feito sofrer em existências anteriores. Estou feliz por saber que logo minha filha terá o mérito de nos reencontrar deste lado.
RAIMUNDO
25/02/19

-----------------Paula Alves------------

“OS PAIS NÃO DEVEM INCENTIVAR A COMPETITIVIDADE ENTRE OS IRMÃOS, AO CONTRÁRIO, DEVEM FORTALECER OS LAÇOS FRATERNAIS COM SINCERIDADE, AMOR E UNIÃO”

Eu só me lembro de ter batido as costas no chão. Foi um tombo muito feio. Eu subi a escada, caí e senti arrependimento por haver brigado com minha irmã. Naquele dia, Laura e eu, discutimos muito pelos motivos de sempre. Nós éramos verdadeiras rivais. Eu me lembro que eu senti ciúmes dela quando a vi chegar em casa, ainda um bebê enrolada na manta cor de rosa. Ela chorava tanto e meus pais faziam tudo para agradá-la. Desde pequena ela me irritou. Era como se tivesse chegado para tirar meu lugar.

A primeira coisa que dividimos com um irmão são os pais e eu estava muito bem como filha única, nunca quis um irmão. Depois ela tentava se envolver comigo, pegava minhas coisas, rasgava meus cadernos e sempre me deixava em situação de desvantagem com os familiares por causa de suas tolices, de suas gracinhas. Eu queria minha casa para mim, minhas coisas para mim e meus pais também. Mas, tive que aturá-la e aguentar todas as vezes que nossos pais a compararam comigo me fazendo compreender que ela era mais espera, mais inteligente e especial. Eu estava prestes a sair de casa quando caí. Foi um vacilo. Caí da escada e nunca mais pude andar. Eu nem acreditava que estava paraplégica por conta de um tombo tão bobo, mas minha surpresa foi enorme quando notei em Alice um padecimento impar.

Minha irmã não sabia o que fazer para me agradar e deixava para mim as melhores coisas da casa. Nunca mais brigou ou me contrariou. Eu me incomodei no iniciou, mas ela estava sofrendo por mim e fui amolecendo o meu coração. Em resumo, vivi muito. Meus pais desencarnaram e Alice me levou para a casa dela porque nesta ocasião, ela já havia casado, tinha filhos. Eu fui recebida como membro querido da família e fiquei com eles até o fim dos meus dias. Alice foi uma irmã maravilhosa.

Ela foi minha amiga, minha conselheira e me incentivou a estudar, a me reinserir na sociedade. Tive alguns romances passageiros, mas nunca me distanciei deles e compreendi o quanto é importante utilizar este elo de irmão para perdoar os erros do passado. Eu não a queria porque era egoísta. Eu sentia nela um desafeto que me magoou no passado, mesmo sem ter conhecimento disso, eu a rejeitada e não permitia que se aproximasse de mim.

Ela cumpriu tão bem os planos que traçamos. Foi tudo combinado. Eu sabia que seria muito orgulhosa e, apenas uma doença, me faria estar em sua casa, ficar com a família dela. De outra maneira, eu iria embora, teria meus filhos, meu marido e nunca a visitaria. Deu tudo certo!
OS PAIS NÃO DEVEM INCENTIVAR A COMPETITIVIDADE ENTRE OS IRMÃOS, AO CONTRÁRIO, DEVEM FORTALECER OS LAÇOS FRATERNAIS COM SINCERIDADE, AMOR E UNIÃO.
ANA MARIA
25/02/19

-------------------Paula Alves---------------

“EU NÃO CONSEGUI FAZER COM QUE COMPREENDESSEM O REAL SENTIDO DA VIDA”

Eu nunca gostei desta data. Ficava horrorizada quando meus filhos diziam que iam para avenida. Pular carnaval? Como assim? Para quê? Tem gente que trabalha o ano inteiro para comprar uma fantasia e desfilar no carnaval, mas e os reais valores?

Sempre perguntei para eles do restante, de tudo o que eu achava tão importante e eles nunca se interessaram. As pessoas falavam que eu era fanática porque estava sempre na igreja. Eu cozinhava na igreja e ajudava a fazer pratos para os famintos. Era muita gente com fome que morava nas ruas, vinham famílias inteiras e eu sempre tive muito trabalho com a costura e na igreja, em casa e à serviço do Senhor. Mas, minha família falava que eu era fanática porque nunca tinha tempo para mim, só para os outros. Eu me sentia tão bem e eles falavam que se sentiam bem em curtir a vida, que eu era louca.

Eu me cansei de tentar ensinar para eles. Depois de barbados e mulheres feitas? Já tinham família e eu via tanta coisa que achava errada. Falavam que não tinham dinheiro para as contas, mas pagavam a fantasia, ficavam na festa, curtindo o feriado. Sempre tinha dinheiro para a bebida, para a festa. Parecia a cigarra que nos dias frios vinha pedir o dinheiro para a mamãe. Eu sempre fui desprendida, o problema não é este.

A QUESTÃO É O ÓBVIO: o que se faz da vida? Para que estamos aqui? Será que é para nos comprometermos ainda mais com a Lei? Será mesmo que é apenas para vivermos a diversão, sem responsabilidades, sem consequência?

NÃO SERÁ MAIS ADEQUADO SUPERAR AS MÁS INCLINAÇÕES, SUPERAR AS PAIXÕES E OS VÍCIOS?

Estou aqui há algum tempo e ainda me pergunto se eu fui] boa mãe. Eu não consegui fazer com que compreendessem o real sentido da vida, nosso objetivo enquanto seres divinos porque somos filhos do Criador. Todos estão tão envolvidos em mazelas morais, em chagas físicas e são tão tristes que, hoje em dia, nem mesmo estes vãos momentos conseguem lhes ofertar um pouco de alegria.

EU QUERIA QUE ELES SENTISSEM A VERDADEIRA FELICIDADE DA PAZ DE ESPÍRITO.
AMÉLIA
25/02/19

--------------------------Paula Alves-----------------------


“DEUS COLOCA O MELHOR NO NOSSO CAMINHO E NÓS QUEREMOS EXIGIR QUE TUDO SEJA FEITO PARA SATISFAZER NOSSOS INSTINTOS”

Eu não me aceitava. Olhava para mim e via uma mulher perfeita, mas era homem. O carnaval era a data em que eu podia me transformar. Eu podia deixar fluir meu lado criativo, fascinante e me arrumar como a mulher que estava dentro de mim, sem sofrer discriminação, sem que as pessoas ficassem me perguntando o porquê. Era farra e alegria. Eu gostava tanto que começou a mexer comigo, mas era outra época, outra situação. Como homem, eu devia me vestir como homem e agir como homem, mas meus trejeitos eram difíceis de esconder.

Ainda assim, eu me esforçava para que minha família não sofresse naquela sociedade. Minha mãe não poderia sofrer por minha inclinação, meu pai nunca me perdoaria. O tempo passou e eu estava me sentindo frustrado porque eu não me aceitava. Se pudesse faria uma mudança radical, me reinventaria, mas era impossível e eu me cansei, preferi me entregar a vidinha que meu corpo poderia me proporcionar até que conheci Kelly. Ela tinha todos os predicados que uma mulher poderia ter: delicada, inteligente e de extremo bom gosto. Nos tornamos bons amigos e eu passei a ter um grande carinho por ela. Fui desejando estar em sua companhia e ela foi me mostrando um lado que não pensei que existisse em mim. Isso porque ela estava sempre me questionando, sempre me envolvendo com suas graças, com seu charme e eu passei a olhar para ela como uma mulher linda e atraente.

Na minha juventude não imaginaria que Kelly me faria repensar meus instintos. Nos casamos, fomos muito felizes com nossos filhos, com nossos netos. Hoje ainda estou fazendo tratamento porque tenho muitos questionamentos. Hoje, tudo é permitido. Não era assim na minha época, se fosse, certamente teria mudado toda minha vida porque eu teria me entregado aos instintos e me transformado em mulher, mas eu fui homem e precisei aprender coisas de homem que vivenciei com minha própria família. Isso é o que me questiono tanto porque hoje sei que precisamos renascer, ora como homem, ora como mulher.

DEUS FAZ TUDO CERTO. NÓS É QUE QUEREMOS CORRIGIR TUDO, CONTROLAR TUDO.

Deus coloca o melhor no nosso caminho e nós queremos exigir que tudo seja feito para satisfazer nossos instintos, mas nós não devemos evoluir e deixar de ser um ser instintivo e ser cada vez mais racional?
DANIEL    
25/02/19     

---------------------------------------Paula Alves--------------------------------

Foto cedida por Magno Herrera Fotografias

“O IMPORTANTE É SE ASSUMIR. TODOS DEVERIAM RESPEITAR AS DIFERENÇAS PORQUE NINGUÉM É PERFEITO NESTE MUNDO”
Foi bom abandonar aquele envoltório. Parecia que pesava mais que 120 kg.
A vida de gorda é muito dura!
Minha mãe me teve como filha única e me nutriu com um afeto extremoso. Em tudo exprimia seu amor e tentava fazer por mim todos os caprichos.
Pequenina, as pessoas sorriam satisfeitas ao ver a forma como eu me alimentava e faziam graça de minhas bochechas coradas, arredondadas, mas cresci e na adolescência eu era toda redonda. Ouvi de tudo um pouco, apelidos grosseiros e assustadores que me faziam recuar no portão.
Complicado ter roupa para esconder minhas curvas extravagantes. Complicado me esconder de todos e encontrar alguém que não temesse ser motivo de escárnio por andar comigo.
Tive muitos traumas e só as tortas de mamãe podiam me trazer alguma felicidade. Era a satisfação de comer que me fazia sentir bem. Assim, minha mãe demonstrava seu amor e insistia em afirmar o quanto eu era bonita por dentro.
O fato é que eu me escondi do mundo dentro de mim. Formei uma couraça, uma redoma e engordei mais ainda quando mamãe desencarnou.
Ela era a única que via beleza em mim, a única amiga que eu tive. Sofri, comi e me olhei no espelho tentando entender por que eu era daquele jeito: tão gorda e desajeitada.
Após meu desencarne, me senti liberta da couraça, mais leve, porém com o mesmo aspecto de gorda e cabeça de gorda.
O tratamento me ajuda a recompor a imagem mental, reconstrói minha autoestima.
Hoje compreendo que as pessoas são e devem ser diferentes. Isso é importante para despertar as virtudes e a Lei de Igualdade onde cada um deve respeitar seu semelhante, apesar das inúmeras diferenças.
O mundo material nos obriga a acreditar que devemos seguir padrões, estereótipos disso ou daquilo, quando na verdade, o que importa é ser feliz e fazer feliz.
Estou aprendendo que os corpos são diferentes porque tudo depende da sua forma de pensar e quanto mais harmoniosa sua mente for, mais bela você será.
Sinta-se feliz com você mesma, apesar da barriguinha, do culote ou das rugas que indicam a pessoa que você é.
O IMPORTANTE É SE ASSUMIR. TODOS DEVERIAM RESPEITAR AS DIFERENÇAS PORQUE NINGUÉM É PERFEITO NESTE MUNDO.
SILVINHA
21/02/19

--------------------------------------Paula Alves-------------------------------
“VOCÊS FARÃO A REGENERAÇÃO, ENTÃO, COMECEM POR REGENERAR A SI PRÓPRIOS”

Todos têm muito a falar. Diversas formas de expressão que denotam o quanto o ser humano faz parte do todo.
            No fundo, todos pensam parecido e desejam as mesmas coisas.
       O mundo avança, a tecnologia e a ciência se desenvolvem para que a raça humana descubra o quanto está envolvida numa complexidade muito maior que suas consciências.

Temi um dia ser abandonado por meus ideais e percebi pessoas que pensavam como eu.
As pessoas devem falar mais do bem, do interesse coletivo, de sociedade estruturada para apoiar as grandes massas. Existem tantas boas ideias que desejam auxiliar e alavancar as sociedades.
Sempre soube que isso não é interessante para alguns grupos de encarnados e desencarnados que têm interesses ocultos, que desejam se aproveitar para se beneficiar materialmente ou porque é importante para eles que as pessoas padeçam nas misérias sociais.
Mas, existem grupos de bons. Boas pessoas que nascem para fazer progredir e quando se acham, quando se unem, fazem progredir e avançam muito.
Os bons pensamentos devem ser expostos, as boas palavras devem ser ditas. Ganhar tempo divulgando trabalhos no bem que enchem as pessoas de esperança e ânimo.
Quando os bons se pronunciarem, conseguirão calar o mal e é isso que Deus quer, que avancemos cheios de boas intenções, mas só isso não basta, então, a ação deve se multiplicar. Cada um fazendo o seu melhor em todos os momentos do dia.
VOCÊS FARÃO A REGENERAÇÃO, ENTÃO COMECEM POR REGENERAR A SI PRÓPRIOS.
CLAUDIO LUIZ
21/02/19


---------------------Paula Alves------------------------

“O QUE IMPORTA É SE MANTER COM A MENTE SERENA”

Eu achei que fosse amor. Eu imaginei que nossa vida pudesse ser tranquila, pacífica e valorosa.
Eu a desposei, mas no momento em que a vi como minha esposa, tudo mudou dentro de mim. As roupas dela me incomodavam, a maquiagem e aquela forma de sorrir atraíam todas as atenções, não gostei!
Eu conversei com ela, mas não consegui esconder minha raiva. Falei que não queria mais ver aqueles vestidos curtos e os batons vermelhos. Ela me afrontou, então eu rasguei todos os vestidos e ela me estranhou. Depois, era tarde para me desculpar, ela se zangou.
Nunca pensei que o ciúmes era como um bicho me roendo por dentro, acabando comigo. Desejei que ela não me provocasse em público, eu não queria que ela falasse com todos, que a vissem. Não quis que os homens a desejassem, ela era minha esposa e eu não quis sair. Não quis ir para reuniões familiares, não quis ir para lugar nenhum.
Ela percebeu tudo e falou que não queria mais ficar comigo porque eu não a conheci daquela maneira.  Eu estava tentando mudá-la.
Fiquei louco e ela temeu.
Hoje eu me arrependo. Ela se foi após pedir ajuda à família. Os meus irmãos perceberam minha mudança e ficaram contra mim, eu a perdi.
Não importa minha solidão, minha vida vã.
O QUE IMPORTA É SE MANTER COM A MENTE SERENA. É saber que o outro não é posse nossa. Nós amamos, casamos e temos uma vida com alguém, mas ainda assim, esta pessoa tem individualidade. Ela tem um caminho para percorrer que é só dela. Nós podemos estar nesse caminho, mas a trajetória é de cada um.
Entendi que o ciúme é doença mesmo porque não une, só separa. É como se você não confiasse no outro, alegando que ela pode ser infiel e desleal a qualquer momento.
Eu era bom com ela e era feliz, mas não fui capaz de controlar meus pensamentos.
EU ACHEI QUE ELA FOSSE MINHA, MAS NINGUÉM É DE NINGUÉM.
MURILO
21/02/19

CARTAS DE FEVEREIRO
ERASMOGURGEL.BLOGSPOT. COM.BR
PAULA ALVES

------------------------Paula Alves--------------------

“O PRIMEIRO AMOR DEVIA SER O AMOR À VIDA”

Esta mente louca que pensa, sonha e vive. Aqui tem tanta gente com problemas da mente.
       Gente que se arrependeu e já entendeu que tem que mudar de conduta. Tem que mudar a forma de pensar para poder receber a nova oportunidade de mostrar que aprendeu e evoluir um pouco.

TEM QUEM SOFRA DE AMOR LEVIANO, AMOR COVARDE, AMOR CIUMENTO, AMOR POSSESSIVO, SERÁ QUE É AMOR?

A gente se ilude tanto com as palavras porque quando a pessoa ama, ela ama primeiro a si e não tenta mudar o outro.
Acho que muita gente não sabe o que é o amor.
O PRIMEIRO AMOR DEVIA SER O AMOR À VIDA.
A tremenda gratidão por mais um dia, a gratidão por mais uma chance e tem gente que faz tudo para morrer.
Aí se desgasta tanto com tanto vício e quando chega a desgraça reclama como se fosse vítima, como se fosse castigo de Deus, então, chegam aqui arrependidos sofrendo o mal dos vícios: cigarro, bebida, drogas, remédios, sexo, tudo o que destrói o corpo e antecipa a morte do envoltório material.
Todo mundo precisando compreender que errou, ver como errou para não cometer os mesmos erros.
Parece tão fácil, mas quando renascem, logo cometem os mesmos erros. São 4, 5, 10 vidas do mesmo escândalo.
Ainda existem aqueles que têm chagas morais: maledicência, inveja, vaidade, cobiça, furtam, massacram, traem.
E ainda chegam aqui sem entender que não podem agredir moralmente. Quantos não percebem que ferir a moral dói mais que um murro?
“Os mais cruéis não podem entrar aqui, eles devem ir para outro local porque cometeram crimes” – já ouvi dizer, mas que equivoco! Onde somos melhores que eles? Nós ferimos a moral e a mente. Isso também destrói, isso também mata.
Ainda falta muito pra mim. Falta muito para minha evolução, mas uma coisa aprendi:
TODAS AS DÚVIDAS SÃO SANADAS COM JESUS. COM SEUS EXEMPLOS DO QUE É AMOR, PERDÃO E SACRIFÍCIO.
O resto é deslize e vergonha moral mesmo.
ODAIR AZEVEDO
21/02/19


--------------------Paula Alves------------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias

ODIEI TANTO QUE, CHEGANDO DESTE LADO, JÁ TINHA UM GRUPO SOMBRIO À MINHA ESPERA”

No início achei que fosse mais difícil. Encontrei um companheiro que tinha os mesmos objetivos que eu e ele me ensinou muitas coisas. Eu me aproximei dela e lembrei de tudo o que ocorreu em nossas vidas. Eu nutri tanto amor por aquela mulher. Eu me dediquei como esposo amoroso, fazia tudo pensando no bem estar dela, em sua alegria. Mas, percebi as pessoas caçoando. Percebi o quanto me apontavam e ela com falta de interesse, briguenta. Senti que o nosso amor não era como antes e ela maltratava a menina que só chorava. Cheguei mais cedo em casa e vi que minha filhinha estava na vizinha, mas Marília estava em casa com ele. A raiva saiu de dentro de mim com tanta força que me provocou um ataque cardíaco. Eu não morri, mas sofri deveras. Precisei de cuidados médicos e depois da alta hospitalar precisei de atenção doméstica. Ela disse que me ajudaria na recuperação, mas me humilhou, confessou a traição e disse que eu não era mais homem para ela.

Disse que merecia ser feliz ao lado do Félix, meu amigo. Eu chorei e novamente senti a invasão da fúria dentro de mim. Nós nos separamos e, depois de alguns anos, meu corpo não resistiu aos sentimentos nocivos, eu a odiei. ODIEI TANTO QUE, CHEGANDO DESTE LADO, JÁ TINHA UM GRUPO SOMBRIO À MINHA ESPERA.

Todos desejosos de realizar o mal e a vingança. Fiquei ainda pior com dores diversas e males de todos os tipos. Aprendi como dominar e decidi me vingar dela. Influenciei, não permitia que ela se envolvesse com outros homens, ela sentia muito sono, dormia demais e eu a perseguia, enquanto estava liberta do corpo, para ela, eram pesadelos terríveis. Ela começou a tomar remédios e, como não melhorava, se dedicou a bebida. Notei que minha filha estava sendo prejudicada e incentivei que ela a entregasse a sua irmã, ela fez o que desejei. Eu ria, mas não de felicidade e sim de despeito, de vingança, eu desejei que ela sofresse tanto quanto eu e ela ficou só, apenas com minha presença que a impregnava de fluidos nocivos.

Demorou para que eu pudesse perceber o quanto eu sofri de abandono, o quanto eu a amava. Comecei a pensar em fatos que vivemos e que me deram imensa felicidade, como o nascimento de nossa filha. Percebi que a menina precisava de mãe e eu a estava privando deste convívio. Eu não soube explicar por que estava pensando diferente. Muito tempo depois, pude perceber outros seres na casa. Eles sempre estiveram lá conosco. Eram nossos pais. Estavam todos unidos para que pudéssemos perdoar, ela se libertasse de mim e eu dela. Adorei o contato do abraço deles. Chorei, me senti arrependido e constrangido pelo que estava fazendo.

EU ME SENTIA UM COBRADOR JUSTO, MAS ERA APENAS UM ALGOZ CRUEL.

Haveria outra forma de modificar aquela situação? Eu queria que nossa família tivesse dado certo. Eu queria muito que pudesse ter sido amado e tivesse feito minha esposa feliz para que ela não tivesse necessidade de se completar com outro homem. Queria muito que tudo tivesse sido diferente. Deus permitiu que estivéssemos juntos. Após minha partida, pouco a pouco, ela se reergueu e interpretou tudo de outra forma. Ela desejou estar com a filha e se dedicou a educação da Amanda. Se tornou uma mãe responsável e uma mulher muito direita. Ela foi visitar meu túmulo e eu pude ver o quanto estava modificada. HOJE POSSO DIZER QUE ME ARREPENDI, MAS COMPREENDO O QUANTO TUDO ISSO FOI NECESSÁRIO PARA EVOLUIRMOS.
VALDEMAR
09/02/19

-----------------------Paula Alves---------------------

“SEMPRE EXISTE UM GRANDE MOTIVO PARA AGRADECER”

O balé era o meu sonho. Ninguém acreditava que seria possível conquistar o objetivo de dançar para todos. E eu não desisti. Tão sonhadora, tão necessário para seguir um ideal. Foi um sentimento de certeza que me conduziu pela vida. Sabe quando todos riem? Sabe quando acham que o que você deseja é bobagem? Meus pais de classe média, achavam que eu deveria me empenhar nos estudos, mas eu amava dançar e tive sorte de encontrar pessoas generosas que me permitiram fazer parte de grupos incríveis. Eu dançava com leveza e graça, não ligava para o não de todos aqueles que não sabiam dos meus porquês. Tinha pretendente a marido, um rapaz lindo com um cargo promissor que me adorava, mas eu estava de viagem marcada e podia ser que conseguisse uma bolsa numa importante escola de dança, mas Deus sabe de nossa vida, nós só temos a sensação do que deve ser. Eu entrei naquele ônibus sabendo que minha vida iria mudar, mas não pensei que seria daquela forma. Olhei para meus pais e senti um aperto no coração, como se eu pudesse desistir e mudar todo o meu destino, mas eu estava disposta a arriscar para ter o meu objetivo alcançado. Me despedi com medo e me entreguei aos planos de Deus. Num trecho perto dali o ônibus derrapou e capotou atirando alguns para fora. Eu fiquei entre as ferragens e machuquei gravemente as minhas pernas aniquilando para sempre meu sonho de dançar.

Para mim, foi pior do que a própria morte. Levei meses para me olhar no espelho e aceitar que nunca mais poderia andar. Fiquei na cadeira de rodas muito dependente de auxílio. Tanto que o rapaz que me adorava nunca apareceu para conversar comigo, logo arrumou outra moça com quem casou e teve muitos filhos. Eu me entreguei à revolta e demorei para sair de casa. Até que um dia, fui ao supermercado com minha mãe e encontrei uma senhora que me abraçou e começou a chorar. Ela chorou muito e me deixou constrangida. Ela me soltou, enxugou as lágrimas e falou que eu estava no mesmo ônibus que levava o filho dela para estudar na cidade, mas o filho dela havia morrido. Ela disse que eu estava na cadeira de rodas, mas isso para os meus pais eram uma benção porque ela também queria o filho dela do jeito que fosse. Ela falou ainda que nós sempre devemos agradecer a Deus por tudo o que temos. “Só as pernas não funcionam, use os braços, mas agradeça mesmo assim. SEMPRE EXISTE UM GRANDE MOTIVO PARA AGRADECER”.

Ela partiu e quando eu cheguei em casa coloquei uma das minhas músicas favoritas e dancei com os braços. Como se eu estivesse me libertando da sensação de inutilidade que me prendia à cadeira de rodas. Vivi assim muito tempo e desencarnei de forma tranquila. Ainda estou fazendo tratamento aqui, mas estou bem melhor, já estou andando com bengala. Soube de meus instrutores que foi necessário para eliminar o mal que realizei em outras existências. Eu me lembrei perfeitamente de quando prendi um rapaz para roubar o veículo e não me incomodei em soltá-lo quando percebi que ele seria atropelado. A LEI NÃO FALHA E NÓS SEMPRE TEMOS VÁRIAS CHANCES PARA ACERTAR.
CLAUDIA
09/02/19

---------------------------Paula Alves--------------

“AS PESSOAS NEM FAZEM IDEIA DO QUANTO SÃO BENEFICIADAS POR BONS PENSAMENTOS, BOAS PALAVRAS, BOAS AÇÕES E PRECE”

Eu não queria que ela tivesse acesso ao trabalho. Eu preferia que ela não tivesse esclarecimento. Queria que ficasse confusa, amedrontada. QUANDO AS PESSOAS SABEM, ELAS SE FORTALECEM.
Para que permitir que ela saiba que tem proteção, que pode se proteger mediante seus bons pensamentos, boas ações, palavras do bem? Se eu queria lhe causar mal, não poderia permitir que ela soubesse que o bem poderia afastá-la de mim. Então, fiz com que ela mandasse a moça embora. A mulher que falava o tempo todo desse Jesus. Ela que levava sempre uma solução para os problemas com tanto otimismo e fé. Me irritava.

Quando ela chegava, trazia sempre aquele sorriso, aquele abraço. Eu vi que saíram jatos do peito dela. Eu vi que precisei ficar um pouco distante. Mas, eu fiquei nervoso e me esforcei para que ela se sentisse mal e fosse embora. A mulher era esperta, ela sentiu, mas não falou nada, ela pensou. Ela pensou forte no Mestre e veio a imagem de Jesus bem iluminado, parecia acender todo o quarto dela. Elas riram, falaram sobre muitas coisas e eu tive que ficar de longe porque não consegui chegar pertinho para influenciar, daí ela falou de mim. Minha esposa lembrou de mim com mágoa por tudo o que eu havia feito. Ela quis chorar e a moça perguntou dos nossos bons momentos. Ela falou que todo mundo deve se concentrar em boas lembranças. Aí minha esposa lembrou bem forte do nosso casamento, do nascimento dos nossos quatro filhos e foi tão forte que eu vi as cenas bem na minha frente. Eu revivi tudo de bom que vivemos juntos e eu senti saudade. Era como se eu desejasse voltar no tempo e deixei meu escudo cair.

A moça falou bem de mim. Ela me defendeu e disse que eu merecia orações. Ela foi embora e depois de algum tempo, lá estava eu fazendo minha mulher sofrer de novo. Aí eu percebi que a moça influenciava a Madalena, eu não queria perder a força que eu tinha sobre ela, eu precisava que ela sentisse a dor do meu padecimento. Impedi que a mulher voltasse para cuidar da Madalena porque eu não queria que ela se desvencilhasse de mim. Eu não contava que ela ia ficar orando. De longe, ela orava pensando na Madalena e quando eu percebi a imagem de Jesus estava lá em casa. Eu gostava porque me sentia mais tranquilo, em paz. Foi assim por longos dias até que a dona Gê se aproximou e me ofereceu ajuda. Eu já estava cansado de ficar lá sentindo dor e aceitei o socorro. Depois que eu resolvi vir para cá, ela melhorou totalmente e eu estou bem melhor. AS PESSOAS NEM FAZEM IDEIA DO QUANTO SÃO BENEFICIADAS POR BONS PENSAMENTOS, BOAS PALAVRAS, BOAS AÇÕES E PRECE.
Graças a Deus.
DANILO
09/02/19

---------------------------Paula Alves-----------------

“O CONSOLO, O OUVIR, A ATENÇÃO E O ENCORAJAMENTO VALEM TANTO QUANTO AQUECER NO FRIO E MATAR A FOME”

Para quem gosta de fazer o bem, o trabalho é sempre intenso, cada vez mais minucioso e preciso. Muitos podem se perguntar pra quê, por quê? Muitos vão imaginar que as pessoas perdem tempo porque não ganham nada fazendo o bem para outras pessoas. Se esforçam, encontram mil empecilhos, uma série de barreiras e para tantos outros são tidos como tolos.
QUEM NÃO SENTE, NÃO PODE COMPREENDER.
Quem nunca vivenciou a alegria de poder auxiliar e receber um abraço sincero, não poderá entender. É o brilho no olhar, a gratidão, a amizade que se colhe de um gesto simples do bem. Nem sempre vinculado a doação material, inúmeras vezes, ligada ao gesto moral.
O CONSOLO, O OUVIR, A ATENÇÃO E O ENCORAJAMENTO VALEM TANTO QUANTO AQUECER NO FRIO E MATAR A FOME.

Se existe o questionamento sobre por que continuar, existe a segura confiança de prosseguir alicerçada nos sorrisos que se recebe e que nunca ficam esquecidos. Estas pessoas, amigos em grande potencial, emanam energias de gratidão que envolvem o trabalhador do bem. E se, a maioria das pessoas, atadas aos bens materiais, ainda não puderam compreender os motivos destes sinceros auxiliares do Mestre, se eles ainda não pararam para ler, para ouvir ou para ajudar a propagação do bem, é porque ainda não necessitaram do mesmo socorro. Sempre chega a hora da corrigenda para todos aqueles que estão impregnados de materialidade.

Para aqueles que se acham superiores por suas posições, para aqueles que desejam a satisfação do momento. Todos nós devemos estar convictos de nossa pequenez e do quanto fazemos parte da mesma unidade, portanto, só estaremos realmente vivendo a felicidade quando ninguém mais passar por privações de qualquer espécie e quando o sofrimento alheio tentar ser aliviado por tantos que possam observar.
A PRIORIDADE SENDO O BEM ESTAR GERAL E NÃO PESSOAL.
ELÍSIO
09/02/19


-----------------------Paula Alves-------------------


Foto cedida por Magno Herrera Fotografias

“EU SOFRI AS ALGEMAS DA VINGANÇA”

Estranho perceber que eu estava perdendo o meu tempo com ele. A vingança é algo deprimente. Eu não perdoei o que ele havia feito. Eu não podia perdoar. Ele cometeu um ato terrível contra minha filha amada e eu jurei que ele pagaria, mesmo que passassem mil anos. Eu não me esqueci e esperei pacientemente. Eu vivi para isso, eu morri almejando isso e quando consegui reencontrá-lo, eu sabia que poderia aplicar a minha vingança. É bem mais fácil oprimir quando se está invisível.

Quando você está fora da carne, você tem acesso aos pensamentos, às criações mentais do encarnado. Você sabe de tudo e poderia ser impossível para mim o acesso a ele se ele estivesse melhor, melhorado moralmente, mas como não estava, eu me liguei a ele facilmente.

Desejei não ter visto aqueles pensamentos, desejei estar errado quanto às intenções imundas que ele tinha. Ele iria cometer o mesmo ato terrível contra outras moças que poderiam ser a minha filha amada. Eu pensei que estava fazendo a justiça, eu as estava defendendo. A mente fornece o que você quer acreditar. Me liguei a ele com um elo fortíssimo de vingança, ele me recebeu porque éramos dois almejando o mal, mas eu achei que fosse bem diferente dele.

Para alguma coisa serviu, eu me uni tão fortemente que consegui fazê-lo falar coisas que ele não queria dizer, eu fiz com que ele passasse por ridículo e facilitei sua prisão, sua confissão. Eu admito que fiz tudo para que ele fosse preso. Deu tudo certo, mas quando consegui e, após ter impedido que ele fizesse mais algumas vítimas, eu não me senti tão bem assim. Pensei que eu pudesse respirar aliviado, mas não pude. Eu estava sujo, tanto quanto ele porque desejei o mal para alguém e por pior que fosse esta pessoa, eu me sujei.

Com tudo finalizado, ele quase em loucura, delirando na prisão, eu desejei me afastar. Eu precisava ficar livre dele e daquele lugar horrível, mas eu percebi que estávamos presos e não era por minha inteira vontade.

O OFENSOR PERCEBE QUE NÃO TEM O COMANDO DE TUDO E SE DEPRIME.

EU SOFRI AS ALGEMAS DA VINGANÇA.
Eu estava tão preso quanto ele. Choramos, clamamos e depois de vinte anos unidos, eu vi Lilian. Tão linda minha filha, pedia para esquecer tudo o que ocorreu e irmos embora. Eu quis ficar com ela, mas me sentia prisioneiro, eu não podia me soltar dele. Ela orou e me fez orar. Eu era um obsessor que queria a paz de um recomeço. Consegui me soltar e vi o quanto Afonso respirou aliviado, ele estava livre de mim e eu dele. Sei que o tratamento é necessário porque eu ainda estou chocado com as cenas dos seus atos.
EU AINDA NÃO ME CONFORMO QUE UM SER HUMANO POSSA TORTURAR MULHERES. Eu ainda não estava em paz, por isso, preciso deste tratamento e agradeço por ele.
JOSÉ MANUEL
02/02/19

---------------------Paula Alves---------------

“PERGUNTEI A DEUS COMO ERA POSSÍVEL UMA MÃE DE FAMÍLIA VIVER UMA LOUCURA DAQUELAS”

Não foi apenas inveja. Sempre houve uma história. Sempre houve um porquê. Eu fui uma esposa amantíssima. Boa mãe, boa dona de casa. Eu faria qualquer coisa pela paz e proteção da minha família. Sempre achei que meu esposo me amava e fiquei deveras frustrada quando soube de suas traições. Eu soube, mas fiz de tudo para que ele ficasse no lar. Fiz de tudo para ser interessante, para que ele abandonasse a vida de leviandade e ficasse conosco. Ele sempre voltava para casa e reconheci que elas não passavam de aventura, mas de repente, ela chegou.

Chegou com força, munida de uma beleza ímpar, intelectualidade, independência financeira, tudo o que um homem poderia desejar. Foi rápida a tomada de decisão. Ele queria o divórcio para que pudessem se casar. Eu não suportei. A amargura destruiu meu coração. O abandono fez com que eu arruinasse meu corpo e eu desencarnei. Acho que morri de desgosto. O pior foi depois. Eu poderia ter vindo direto para cá, mas não compreendi que deveria prosseguir com meu caminho individual.
EU NÃO TOLEREI SER ABANDONADA, SER TROCADA.

Eu não aceitei que ele não era meu e quis voltar para o lar. Eu vi tudo. Ela como dona da minha casa. Consolando meus filhos, cuidando deles, dominando tudo o que era meu, jogando meus pertences. Ela estava se apropriando da minha vida e eu fiquei furiosa. Desejei matá-la. Eu não queria deixá-los em paz e fiz muita confusão. Mexi bastante no meu lar. Fiz com que brigassem, com que sofressem, desestabilizei meus filhos para perturbá-los. Eu queria que ela fosse embora. Uma amiga dela era sensitiva e falou que me viu. Me descreveu e pediu para ir ao terreiro fazer alguma coisa para libertar a casa.
A interferência foi imediata. Meu ex-marido nem soube. As coisas voltaram ao normal para eles, mas eu sofri. Realmente me afastaram. Me dominaram e nem mesmo quiseram ouvir meu ponto de vista. Fiquei presa por algum tempo. Senti muito. Gritei muito. Achei tudo terrível.

PERGUNTEI A DEUS COMO ERA POSSÍVEL UMA MÃE DE FAMÍLIA VIVER UMA LOUCURA DAQUELAS.

Eu não devia estar naquela situação porque me sentia vítima, mas entendi que eu estava provocando o mal até dos meus filhos. Eu tinha revolta e desejei me vingar, alastrar o mal. Eu me arrependi, chorei e vi uma luz tão forte que me fez ajoelhar até adormecer. Acordei aqui necessitando de cuidados e compreensão. Estou fazendo o tratamento aguardando pela chance de retornar como filha de um dos meus filhos. Sou imensamente grata por terem me tirado de lá.
MARINA
02/02/19
--------------------Paula Alves---------------------

“SEMPRE EXISTIRÁ ALGUÉM QUE PENSA DIFERENTE DE NÓS”

O ÓDIO NÃO PODE TER NADA DE BOM. A VINGANÇA NÃO PODE TER NADA DE BOM. TODOS OS SENTIMENTOS PROVENIENTES DO EGOÍSMO OU DO ORGULHO NÃO PODEM GERMINAR AS SEMENTES DO BEM.
Quando duas pessoas se ligam com sentimentos nocivos, só podem proliferar o mal. Todos que não conseguem perdoar se unem com aliança de discórdia e dor. Por isso, tão sabiamente Jesus nos informou que devemos perdoar sempre. As setenta vezes sete nos dão a certeza de que devemos nos esforçar para sermos melhores a cada dia.

SEMPRE EXISTIRÁ ALGUÉM QUE PENSA DIFERENTE DE NÓS.

Sempre existirá alguém que vai nos ferir de alguma forma se estivermos vulneráveis. E quando não conseguimos compreender que todos são passíveis de erros, nos ofendemos. Quando não conseguimos relevar as ofensas que nos fazem, nos ofendemos. Quando não podemos perceber que muitas das ofensas não são pessoais porque cada um tem sua vida e suas próprias lamúrias, nos ofendemos e assim, nos ligamos ao ofensor, estando encarnados e também desencarnados.

EXISTEM ELOS QUE SE PROLONGAM PELA VIDA E ADENTRAM A MORTE DO CORPO PROSSEGUINDO POR VÁRIAS EXISTÊNCIAS.

Elo este que só pode ser quebrado pelo amor, pelo perdão, através do esquecimento. Bendita reencarnação que nos permite esquecer os inimigos do passado e recebê-los no lar como irmãos, pais, filhos, avós, cônjuges. Nos desvarios da falta de respeito pode nascer a união que nos atropela a serenidade. O melhor é ver o outro com proximidade. Fazer a todos, apenas o que desejamos para nós para que jamais possamos germinar o ódio e a vingança.
CLAYTON
02/02/19

---------------------------------Paula Alves------------------

“TER PENSAMENTOS NOBRES E ATITUDES DE UM HOMEM DE BEM”

É FÁCIL FALAR MAL. MUITO FÁCIL CRITICAR. Eu estive na reunião mediúnica e pude perceber o pensamento deles. Eu ouvi quando pensaram que o obsessor era mal, terrível, egoísta. Muitos aprovaram todo tempo de infortúnio nas regiões inferiores. Outros acreditaram que não merecia ser socorrido. “Coitada da vítima”. No meu caso não foi diferente.

SÓ SABE QUEM PASSA E NINGUÉM ESTÁ LONGE DE SE TRANSFORMAR NUM ALGOZ.

Eu fui ao centro espírita acompanhando aquele que foi meu pai em encarnação passada. Eu persegui um homem que todos achavam honesto, trabalhador, ia casar com moça formosa que desejava formar um lar com filhinhos. Estavam felizes quando eu o encontrei para cobrar tudo o que ele havia feito minha mãe passar. Eu não conseguia me esquecer das surras que ela levou muito tempo atrás, em outra vida. Eu não podia me esquecer do abandono após a morte dela. Morte da qual ele era responsável. Bateu tanto na coitada que ela não aguentou, mas o marido podia dizer qualquer coisa e acabar solto: lei dos homens. Eu nunca me esqueci.

Nunca consegui me reerguer moralmente e mentalmente. Quando o encontrei em outra roupa, outro corpo, outra vida, desejei que ele pagasse. Eu não poderia permitir que ele fosse feliz e fizesse com a moça inocente o que fez com minha mãe. Mas, ele tinha amigos. E estes amigos o encorajaram a procurar auxílio espiritual. Eu fui receoso, mas não podia libertá-lo. Entrei e vi muitos sendo socorridos. Não me incomodaram. Permitiram que eu o acompanhasse e achei estranho. Falaram que ele deveria se modificar.
TER PENSAMENTOS NOBRES E ATITUDES DE UM HOMEM DE BEM.
Parecia até que o conheciam. Eles falaram bonito e os iluminados eram generosos, delicados com todos. Eu gostei de lá e o acompanhei novamente. Não me importei quando disseram que ele tinha que estudar. Na verdade, eu também quis frequentar a aula, desejei aprender. Foi decisivo para nós.

INEXPLICÁVEL A NOSSA MUDANÇA.
Fomos nos soltando. Observando a vida diferente e as diversas oportunidades que temos para nos elevar. Eu fui bem tratado. Ninguém me prendeu, pelo contrário, fui respeitado e socorrido. Aqui é uma extensão do trabalho que fizeram lá. Continuo com esclarecimentos, cursos e tratamento psicológico para aceitar o que ocorreu no passado. Eu agradeço por tudo.
SEBASTIÃO   
02/02/19      

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Um comentário:

  1. Em cada leitura, há vários ensinamentos. Obrigada pelo trabalho e por divulgar os conteúdos. Abraços

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