Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“A VIDA TEM ATRATIVOS PARA VOCÊ SER
FELIZ”
Eu
tinha medo de tudo. Medo de sair sozinha, de dormir porque eu tinha pesadelos,
medo de ser assaltada, de atropelamento, tudo. Resolvi me distanciar dos
horrores do mundo e fiquei em casa. Minha mãe achou estranho demais, conversou
comigo e disse que eu precisava me tratar, mas como? Se eu me recusava a
procurar um médico? Foi de repente, meus familiares acharam que poderia ser
espiritual. Alguém devia ser culpado por meu comportamento. Eu não liguei para
nada porque eu estava cansada de lutar contra tudo o que eu sentia. Era mais
fácil para mim ficar em casa. E eu me isolei.
Eu
esperava que ela viesse me visitar e trouxesse minhas compras. Falávamos por
telefone, mas eu nunca tinha novidades, então, a vida foi se tornando um
calvário pior do que já tinha sido até ali. Uma mulher sem nenhum atrativo que
só trabalhou na vida e não conseguiu amigos ou um romance sincero que pudesse
se transformar numa família sólida. Parando para pensar, eu nunca tive nada a
perder. Eu conquistei meus bens materiais que não me serviam de nada porque não
me traziam alegria. Só tinha os meus pais e três irmãos que não viam a menor
graça em mim e, por isso, nem me convidavam para as reuniões familiares.
Me
enclausurei na minha casa depois que me aposentei e percebi o quanto o mundo pode ser injusto com quem
não oferece o que ele deseja. As pessoas são muito exigentes porque se você não
fala o que elas querem ouvir, elas não querem te ouvir nunca. São exigentes com
sua aparência, com seus trajes e sua ideologia. Eu estava cansada de não ser
aceita, por isso, resolvi não fazer parte de grupo nenhum. Resolvi parar de
tentar ser aceita. Isso tudo não reduziu minha dor por causa da exclusão que eu
senti a vida toda. Gorda, vesga, eu tinha tudo o que ninguém queria ter e ninguém
queria olhar para mim. Era difícil mudar o jogo, mas num domingo qualquer,
minha mãe não apareceu e eu fiquei muito preocupada porque ela nunca se
atrasava com minhas compras. Eu liguei, mas ela não atendia o telefone e tomei
coragem para ir à casa dela de tanta preocupação.
Cheguei
a tempo de chamar o socorro, ela havia caído e fraturado a perna. Graças a Deus
não foi tão grave quanto imaginei e por causa daquele acidente, eu saí de casa
depois de cinco anos. A vida parecia bem diferente, as ruas estavam mudadas e
eu fiquei curiosa para conhecer tantas coisas. Quando tudo parecia bem pior foi
que eu percebi que a gente não precisa de ninguém para ser feliz.
A VIDA TEM ATRATIVOS PARA VOCÊ SER
FELIZ.
Cada
um de nós tem o seu jeito de sorrir e obter satisfação no dia a dia. Eu fui ao
cinema e achei linda a tela nova. Tomei um sorvete de um sabor diferente e me
encantei com as roupas da vitrine. Entrei numa livraria e comprei um livro
belíssimo que me fez chorar. Eu ainda tenho momentos de medo, ainda sinto vontade
de ficar sozinha e não ver ninguém, por isso, este tratamento, sem ele ficaria
bem difícil formalizar os planos que tracei. Sou muito grata.
DEUSUITE
27/01/19
-----------------------Paula
Alves------------------
“COMO VOCÊ VAI QUERER ENCERRAR SEU DIA
HOJE?”
Naquele
dia, eu me arrumei como sempre. Eu fiz planos para o período da tarde e estava
disposta a aceitar as exigências dele de vendermos a casa. Eu estava tentando
de todo o coração recomeçar aquele casamento e ele não desejou ser feliz
comigo. Sabe quando você insiste de todas as formas e percebe que a pessoa está
cansada da vida que tem com você? Eu não ia tentar mais por nós dois. Eu
resolvi deixá-lo ir. Quando retornasse para casa teria uma conversa definitiva,
mas meus planos tiveram que ser adiados.
Eu
fui ao banco e fiquei de refém. Um assalto, ganância, revolta e um tiro que
acabou com a minha vida. Não pude acreditar que eles iam atirar em todos nós.
Seis pessoas que tiveram que adiar seus planos para sempre. Tudo por dinheiro.
Será que aqueles dois não vão pensar que nós tínhamos nossas vidas? Todos nós
tínhamos pessoas que nos amavam? Por causa de dinheiro que pode comprar tanta
coisa, mas não compra honestidade, lealdade, amor ou sonhos. Eu senti uma dor
profunda e naquela hora estava tão consciente que só pensei que não ia
conseguir conversar com o Fábio. Eu caí entorpecida e quando me ergui o local
estava mudado. Eu desejei ir para casa e rapidamente me lancei para lá. Vi o
Fábio chorando demais e fiquei preocupada com o meu estado estranho. Por que
tinha que ser assim? Ele sentia dor e desespero. Ele gritou e quebrou os
móveis, ele sentiu muito a minha partida. Por que tinha que ser assim? A gente
nem ia mais ficar junto, já estava tudo decidido.
ESTOU ENTENDENDO QUE AS PESSOAS FAZEM
TUDO SEM PENSAR.
Nós
somos muito imaturos porque se pensássemos o quanto a vida não nos pertence,
talvez nossas atitudes seriam melhor pensadas.
SE VOCÊ SOUBESSE QUANDO SERIA SEU ÚLTIMO
DIA, TALVEZ FIZESSE TUDO DIFERENTE.
Então,
por que não fazer isso sempre? Sei lá fiquei pensando nisso porque o Fábio
sabia que eu estava morta e pensava que dava para ter sido diferente, mas como,
se ele mesmo não se esforçou para dar certo? Uma notícia de morte muda tudo. A
gente se converte a santo, bonzinho. Não tá certo. Devíamos viver cada dia como
se fosse único porque é mesmo. Fazer o melhor hoje e se tem alguma coisa para
falar, dizer agora. Não deixar para depois porque você não sabe se vai voltar
para casa. Acho que é, por isso, que a gente não pode saber o dia que vai voltar
para cá. Porque assim, não tem mérito. Tem que ser uma incógnita para que você
possa se esforçar ao máximo e fazer dar certo todos os dias. Como se sua vida fosse
composta por vários capítulos para dar a história completa.
COMO VOCÊ VAI QUERER ENCERRAR SEU DIA
HOJE?
CLÉIA
27/01/19
-------------------Paula
Alves-----------------------
“FOI
COMO SE EU TIVESSE CAUSADO BOA IMPRESSÃO”
Na
minha casa cada um ia para um lado. A família era grande, mas o pessoal não
tinha união. Acordava e saia sem tomar café, não vinham para o almoço. Ficava tudo
largado por aí. Eu comecei a prestar a atenção na casa da vizinha que estava
com a casa sempre cheia, uma fartura, lá sempre tinha churrasco e na minha casa
não tinha nada. Muitas vezes, meus meninos chegavam de lá, falando bem da dona
Nádia. Eu fiquei enciumada.
Parei
para pensar por alguns dias. Por que será que eles não querem ficar comigo? Pensei
que seria bom analisar o que aquela senhora tinha que eu não tinha. Eu queria
que meus filhos e netos ficassem comigo, mas eles não desejavam estar em minha
casa, fiquei observando e a primeira coisa que notei foi o jeito de falar. Ela
era tão calma, tão educada. Eu era explosiva, irritada, brigava com eles. Era
isso.
COMO ELES IAM QUERER FICAR PERTO SE EU
SÓ BRIGAVA?
Pensei
dias sobre o assunto e minha inclinação inicial foi justificar para mim mesma
que, cada um de nós é de um jeito, eu nunca seria como ela e eles tinham que me
amar do jeito que eu sou, mas isso, não os traria para meu convívio. Eu teria
de mudar. Percebi que na casa dela sempre tinha um cheiro muito bom de comida.
Dava para sentir da minha casa. Entendi que ela cozinhava para eles, atraia
pelo estômago. Eu podia começar por aí. Eu não gostava de cozinhar, mas valia a
pena tentar. Fiz um bolo que ficou terrível, mas não me dei por vencida e fiz
outro que ficou muito cheiroso. Chamei minha neta para provar e ela veio
cismada porque eu não era disso. Aproveitei para treinar o jeito de falar.
Falei com carinho e ela fez cara de assustada, comeu o bolo e ficou feliz,
falou que estava uma delícia. Me deu um beijo e chamou meu filho para provar,
ele chamou a esposa e logo a casa já tinha conversa e riso. Eu gostei muito e
comecei a testar algumas receitas novas, fiz almoços e convidei todos para
provar, sempre treinando meu jeito de ser e estava dando tão certo que eles me
convidaram para passear, foi muito legal. Eu aprendi bastante com aquela
situação porque, depois disso, tive os melhores anos ao lado da minha família.
Foi como
se eu tivesse causado boa impressão, eles me viam diferente porque eu estava
mesmo mudada para melhor. Eu prestei atenção na vida da vizinha porque eu a
admirava e queria ser boa como ela. Desejava ter minha família perto de mim e a
usei como exemplo de vida.
TODOS NÓS PODEMOS NOS ESFORÇAR UM POUCO
MAIS, PODEMOS NOS ENVOLVER COM AQUELES QUE AMAMOS E PODEMOS NOS TORNAR PESSOAS
DIFERENTES E AGRADÁVEIS SE DESEJARMOS SINCERAMENTE.
EUSÉBIA
27/01/19
----------------Paula
Alves--------------------
“SERÁ
QUE A GENTE NÃO PODE FAZER MAIS?”
Na
enfermagem a gente aprende muito. Lidar com pessoas não é fácil, mas é
gratificante. O ser humano nos ensina demais. Eu sabia que a criança não estava
bem e expliquei para a mãe. Falei que ele tinha que fazer o tratamento de
anemia direitinho porque, senão, podia piorar, mas a mãe não parecia muito
preocupada. Fiquei angustiada com a situação daquela criança e a cabeça da mãe.
Ela falava que no outro dia ia tentar marcar o médico. Amanhã.
Eu
vi que a criança estava desnutrida, percebi os olhos fundos. Chegou descalça, sem
agasalho, mas a mãe estava bem vestida disse que ia trabalhar. Eu senti muito
quando soube da morte daquela criança e fiz questão de ir ao velório. Todo
mundo do posto quis ir porque ficou indignado com a situação daquela mãe. Eu
fiquei compadecida quando olhei para ela. Acho que ela se arrependeu quando
perdeu o filho, ninguém quer passar por isso, mas eu fiquei com um nó no meu
peito. Me deu raiva, fiquei mal por alguns meses. Eu não aguentava trabalhar na
pediatria. Achava que tudo era culpa das mães, relaxo, pouco caso, maus tratos,
pobreza por falta de vergonha na cara, preguiça. Me desculpe a franqueza,
inadmissível uma criança morrer por falta de nutrição adequada, falta de
higiene, medicação e amor materno.
TEM CRIANÇA QUE MORRE DE FALTA DE AMOR
SABIA?
Eu
quero muito atuar com a infância, mas não posso porque tenho estes sentimentos
dentro de mim. Estou revoltada, preciso me tratar. A gente critica quem
abandona, mas será que é melhor viver assim? Estou aprendendo bastante no grupo
de auxílio. Me explicaram que não existem acasos, tudo está nos planos de Deus.
O filho é sempre prova para os pais. É missão. Se o filho sofre, o pai sofre
bastante. Mas, eu ainda não aceito.
SERÁ QUE A GENTE NÃO PODE FAZER MAIS?
INICIATIVAS PÚBLICAS E VOLUNTÁRIAS QUE
INFORMEM A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS BÁSICOS NA INFÂNCIA.
As
mães na estão brincando de boneca! É um ser humano e frágil que precisa delas
em tempo integral. A mãe tem que saber que a vida dela muda para sempre e
exigirá muita atenção e seriedade para que este pequenino cresça com saúde
mental e física. Tanta coisa pode ser feita. Será que vamos conseguir?
VANESSA
27/01/19
----------------Paula Alves----------------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“ÀS VEZES, ME PERGUNTO POR QUE NÓS
FAZEMOS MAL A NÓS MESMOS, MAS EU SEI A RESPOSTA”
Não
importa o tamanho da doença. Elas sempre são devastadoras. Eu aproveitei bem
minha juventude, curti tudo o que pude e nem me dei conta de que o tempo passou
rápido e foi me desgastando. Um pouco pelo efeito do álcool, outro pouco efeito
do cigarro e das muitas mulheres com quem tive o prazer de encontrar nas
noitadas. O fato é que, de repente, fui me sentindo limitado. Era como se o
corpo não fosse o mesmo. Como se ele já não pudesse suprir minhas necessidades.
Os comandos não respondem e você fica abalado. Os pulmões foram extremamente
comprometidos e o fígado ficou em estado deplorável. Tudo culpa minha, não cuidei
dele e sofri demais. O pior foi o depois.
As
perturbações não acabam com a morte. Eu sofri no instante da morte, foi
terrível. Quando o corpo acaba vítima de desgastes provocados por toxinas,
venenos, ele tem um fim muito doloroso. Eu não conseguia respirar e na minha
barriga era dor e a sensação de que errei de forma irreparável. Claro que me
arrependi. Não deixei o corpo de imediato. Senti por longo tempo o desgaste
natural da matéria orgânica e acompanhei o meu cortejo fúnebre. Os comentários
dos amigos e familiares que diziam o quanto eu aproveitei a vida, o quanto eu
havia provocado o sofrimento e o fim. Muitos sofreram, muitos debocharam
dizendo que era natural a minha morte. Eu queria sair dali porque percebi que estava
morto na carne, mas demorei para sair dali. Foi inexpressível meu padecimento.
Quando
consegui me soltar fui arremessado para um local de gemidos e dor, todos
padeciam. Lugar onde quem não é louco, fica louco. Eu tinha fome, sede e dor,
muita dor. O arrependimento que senti não consigo descrever. Um dia, recebi uma
luz que me conduziu para cá. Me informaram que nestes locais, existe muita
ajuda, mas a gente não consegue ver por causa das perturbações. Meu martírio
ainda não acabou porque agora estou na fase de reajuste, desintoxicação e
reparação perispiritual. Complicado recompor o corpo que você destruiu, tudo
mental. Tem gente que consegue de boa, mas eu nem me lembro de quando meu corpo
era perfeito, só lembro dos vícios e das dores. Sei que vou conseguir.
ÀS VEZES, ME PERGUNTO POR QUE NÓS
FAZEMOS MAL A NÓS MESMOS, MAS EU SEI A RESPOSTA.
É
porque nós desejamos sentir o êxtase, o frenesi. Nós desejamos ser o maior da
turma e aproveitar cada segundo da vida sem se preocupar com obrigações e responsabilidades,
mas sempre chega o momento do reajuste. A gente tem que considerar se vale a
pena. Eu sei que não.
CARLOS
20/01/19
-----------------------Paula
Alves------------
“AS
CRIANÇAS QUE NÃO FAZEM O MESMO QUE AS OUTRAS, DESEJAM SIM O QUE NUNCA TIVERAM
PORQUE A BASE DE REFERÊNCIA É A MAIORIA”
Eu
só me lembro do suporte de oxigênio e da mamãe tentando me fazer sorrir. Eu
tive sorte porque nunca nos faltaram recursos financeiros e ela estava sempre
interessada em novos tratamentos para me fazer respirar melhor. Eu nasci assim.
Nunca pude correr ou brincar fora de casa, nem sequer tive amigos porque não
conseguiria respirar um pouco mais fundo. Foi a vida que eu consegui e eu
escutei muitas pessoas se questionando como eu poderia almejar o que nunca
tive, mas a gente sempre quer ficar bem e se compara aos outros. Eu quis ser
normal. E fazer parte da vida normal dos meus irmãos. Eu quis sair para brincar
com eles com pernas normais que correm e pulam, mas não pude, então, as
crianças que não fazem o mesmo que as outras, desejam sim o que nunca tiveram
porque a base de referência é a maioria, o normal.
EU TENTAVA SORRIR POR CAUSA DELA.
Sempre
fui apaixonado por minha mãe, ela foi tudo de melhor que poderia ter acontecido
na minha vida. Eu não entendia de outras existências ou de reencarne, imagina!
Mas sentia que nos conhecíamos demais e eu daria minha vida por ela. Mal sabia
que isso mesmo que aconteceu no passado. Eu me suicidei para provar o meu amor.
Quanta loucura! Eu a desejei tanto, queria que ela fosse minha esposa, eu
ofereci o mundo inteiro para ela e ela recusou porque estava interessada
naquele que veio como o meu pai, novamente ele. Eu fiz chantagem, perseguições
e nem assim, ela atendeu meus pedidos. Até que, em desespero, eu armei uma
situação para constrangê-la e tomei um veneno que acabou comigo bem diante
dela. Isso tudo só por maldade, eu queria que ela sofresse tanto quanto eu. Eu
aceitei que nunca alcançaria meu objeto de desejo – ela. Ela sofreu sim, ficou
com a imagem imantada para sempre e desencarnou muito tempo depois, teve sua vida,
sem ter se esquecido de mim. Ela orava e eu sentia um algo de bom onde estava
em sofrimento. Eu só pensava nela em delírio. Quando ela desencarnou, pediu
para me ajudar e após o preparo necessário, depois de inúmeras tentativas, ela
me socorreu. Eu fiquei tão feliz quando a vi, mais do que linda, iluminada. Ela
cuidou de mim na colônia e quando me recuperei obtive meu plano, ela me ajudou.
Ela se comprometeu comigo. Sei que ela é muito boa. Sei que ela tem consciência
de que nunca errou porque não me deu falsas esperanças, ela nunca nutriu meu
desejo por ela, mas sua bondade não tem fim e ela quis me dar força, esperança
e resolveu me receber como filho. Eu voltei muito melhor depois desta última
experiência. A doença ajudou bastante. Depurou tudo o que eu tinha de ruim no
organismo frágil e agora estou recuperado. Além disso, o tempo em que estivemos
juntos como mãe e filho foi maravilhoso. Eu me senti amado como nunca havia
sido. O sentimento dela me fortaleceu em todos os sentidos e eu estou bem melhor
mentalmente. Só tenho a agradecer a dona Isadora Figueiredo que foi uma mãe
maravilhosa e me forneceu tudo o que eu poderia desejar para ser uma pessoa
melhor. Eu te amo mãe.
TONINHO
20/01/19
-------------------Paula
Alves-------------
“AS
PESSOAS PODEM ESCOLHER O CAMINHO DO BEM OU DO MAL”
Eu
não fui sempre mal. Me lembro de uma fase onde esperava pelo melhor das
pessoas, mas foi difícil conservar os pensamentos bons com o pai que eu tive.
Foram tantas surras, palavrões. Ele me humilhava e eu passei a desejar o pior
para ele. Aos poucos, percebi uma similaridade enorme em nós. Ele criou um
monstro. Eu me pergunto se teria sido diferente com uma família boa cuidando de
mim, mas sei que não é o momento de justificar minhas fraquezas, meus erros de
conduta por causa do meu pai.
Minha
mãe foi ainda pior porque me abandonou e ele teve que cuidar de mim sozinho. Vida
bandida! Eu precisava ter família. Achar uma mulher que fosse boa para ter uma
família, mas qual é a boa moça que vai se interessar por um mau elemento? Eu
tinha má fama por causa do meu pai. Tentei ser educado com ela, tentei mostrar
que eu a amava e poderia ser um cara decente, mas ela não me suportava e a
rejeição fez brotar em mim sentimentos terríveis ligados à minha mãe. Foi tanto
que eu confundi as coisas, minha mente ficou perturbada. Mandei meu pai para
uma viagem e preparei a casa. Sequestrei aquela que deveria ser minha esposa e
estava decidido a torturá-la para obter o que queria – o meu sim.
Veja
que, quando a pessoa se perde não tem mais volta. Tenho pensado que existem
muitos malucos por aí. Cuidem das suas famílias porque a gente nunca sabe o que
se passa na cabeça de alguém. Quantas pessoas que fantasiam, pressupõe,
entendem errado e projetam outras pessoas em suas vítimas. Brigas de trânsito,
amores platônicos, enfim, tudo ligado ao orgulhoso, àquele que não pode ser
contrariado. Eu olhei para ela e escutei dentro da minha mente que ela tinha
família, ela tinha pessoas que se importavam com ela e poderia ser a minha
filha, poderia ser eu. Achei estranho naquele momento, escutar minha consciência.
Falando que eu poderia mudar e me tornar alguém diferente.
NINGUÉM ESTAVA FADADO À RUÍNA DEPENDIA
DAS SUAS ESCOLHAS.
Eu a
desamarrei, ela correu desesperada e eu arrumei minhas coisas, parti para bem
longe com medo de que ela me denunciasse e viessem me prender, mas aproveitei
tudo aquilo para me separar do meu pai. Eu fugi daquela vida miserável para
sempre. Fugi do homem leviano que estava me tornando e no auge da minha loucura
eu decidi fantasiar. Eu seria tudo o que quisesse longe dali. Eu assumiria
qualquer papel, mas decidi assumir alguém decente. Decidi que iria encontrar um
bom emprego e ter uma vida diferente da vida do meu pai.
Eu
imaginei que tinha tido uma excelente família e que estava me mudando para
trabalhar e conseguir melhor situação financeira. Eu acreditei tanto na minha
história que consegui reconstruir o meu eu. Eu arrumei emprego numa fábrica,
tive amigos e anos depois conheci uma mulher maravilhosa que se tornou minha
esposa. A quem eu devo as melhores recordações desta vida. Ela foi minha amiga,
mãe dos meus cinco filhos. Pessoas adoráveis que preencheram o meu ser. Com isso
eu só tenho que acrescentar que, todos podem mudar suas vidas a qualquer
momento.
ACHO MESMO QUE É ISSO QUE DEUS QUER PARA
NÓS.
A
superação.
AS PESSOAS PODEM ESCOLHER O CAMINHO DO
BEM OU DO MAL. APESAR DE TUDO E DE TODOS, VOCÊ SEMPRE TERÁ ESCOLHAS, MESMO COM
INÚMERAS DIFICULDADES A VIDA VAI LHE OFERECER A CHANCE DE ESCOLHER E SE VOCÊ
OUVIR A VOZ DA CONSCIÊNCIA QUE É DIVINA, TUDO VAI DAR CERTO PARA VOCÊ TAMBÉM.
LUCIMAR
20/01/19
----------------------Paula
Alves--------------
“A GENTE SENTE E NÃO SE ENGANA QUANDO SE
DEIXA GUIAR PELO CORAÇÃO”
As
pessoas falavam e nos ridicularizavam. Quando eu olhei para ele, não vi as
rugas, mas um caráter irrepreensível. Tentei me aproximar, mas fiquei
constrangida porque imaginei que ele era um homem experiente, cheio de conhecimento
e eu era apenas uma estudante. Tomei coragem e fui até ele. Foi impressionante
como nós tínhamos afinidade. Ele parecia saber meus pensamentos e parecia
conhecer minha história de vida. Alguns falaram que eu me apaixonei porque
estava carente de um pai mais atencioso, mais presente, porém eu preciso
afirmar que tive um ótimo relacionamento com meu pai e isso não se encaixa no
meu caso.
Eu
olhava para ele e desejava que estivesse comigo em todos os minutos do meu dia
e não há quem diga que ele me olhou por causa das minhas perfeições físicas
porque eu não era bonita, mas era leal, amiga e perseverante. Eu não tinha
atributos físicos, mas tive qualidades morais. Eu percebi que estava apaixonada
por um homem que era quarenta anos mais velho do que eu. E este homem soube me
respeitar. Soube respeitar meus sentimentos e me orientou quanto às coisas
importantes da vida. Eu falei com amigas que diziam que eu era maluca porque se
ficasse com ele, logo estaria trocando suas fraldas (risos), eu ficava nervosa
e percebi que a sociedade nunca aprovaria nosso relacionamento, mas fui me
revelar para ele e tive uma surpresa. Ele disse que também me amava e que sabia
que seria imensamente feliz ao meu lado, mas não podia aceitar que eu me
envolvesse com ele tamanho amor que tinha por mim. Eu não compreendi.
E
ele me falou que amor é desejar a felicidade integral do outro. É saber se
anular em benefício do outro e existem muitas formas de amar. Eu não precisava
ser mulher dele para trocarmos amor. Nós podíamos ser amigos, estar sempre
ligados e manter este sentimento glorioso. Naquela altura da minha vida, eu não
conseguia entender o que ele dizia, mas aceitei suas conjecturas. A filosofia
dele me deixava encantada. Foi o que fizemos. Nós saímos muitos. Fomos a
museus, viajamos, conversamos sobre tudo, ele me contou sua vida e eu aprendi
muito com ele. Ninguém entendia nossa amizade, mas realmente nunca passamos
disso. Por aí, era como se eu fosse sua neta e eu o considerava o homem mais
inteligente e atencioso do mundo. Ele dizia que eu precisava de alguém e me
apresentou um sobrinho muito parecido com ele, na forma de pensar, nos traços
do rosto. Eu me apaixonei e sofri muitíssimo quando meu amigo partiu da morada
na carne. Logo que cheguei aqui tive uma surpresa, ele estava me aguardando.
Como assim?
Me
aguardando para tomar decisões sobre o próximo plano. Eu já me lembrei de tanta
coisa. Sei que estivemos ligados por muitas vidas, com um sentimento único. Eu
não tinha como me lembrar disso, enquanto encarnada, mas eu senti.
A GENTE SENTE E NÃO SE ENGANA QUANDO SE
DEIXA GUIAR PELO CORAÇÃO.
Paloma
---------------Paula Alves------------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“EU
NÃO COMPREENDIA QUE A GENTE TAMBÉM ADOECE DA MENTE, DA ALMA”
Eu
não sei se eu quero rever. Eu tenho consciência de tudo o que fiz. Não pretendo
presenciar os detalhes. Naquela época, eu me sentia o dono da verdade,
considerava que o homem da casa era superior à esposa e aos filhos que lhe
deviam um respeito sem igual. Na minha casa ninguém falava como eu, sempre mais
baixo e depois de mim, mas quando eu determinava, todos silenciavam. Eu pensava
que era respeito, mas era outra coisa, eles tinham medo de mim, mas criança não
fica criança para sempre e, um dia, eles cresceram e tratavam a mãe com
adoração, enquanto eu era tratado com certo desprezo. Achei que era assim que
se devia tratar a família.
Na
rua, eu era muito amistoso e todos gostavam de mim, mas em minha casa, eu
chegava a ser cruel com todos. Eu estranhei quando minha esposa morreu e eu
fiquei praticamente abandonado naquela casa enorme. Aí, depois de tanto tempo
vagando, chego aqui e vocês me propõe tratamento, pra quê se não estou doente?
Eu não
compreendia que a gente também adoece da mente, da alma. Eu já lembrei de
muitas coisas. Lembrei de coisas desta existência, da minha infância, das vidas
passadas. Eu estou entendendo que a mente da gente é gigantesca e guarda tudo o
que foi bem importante. Eu guardei tanta coisa e nem me lembrava tanto delas,
mas as sensações que eu tive, os receios, as decepções, frustrações fizeram de
mim este cara meio amargo e infeliz. Eu não deveria justificar o que fiz aos
meus familiares, mas esta é a verdade. Fica tudo guardado. Eu também fui criado
assim e meus filhos também exercem esta autoridade castradora e repressiva.
Estou entendendo que, se todos nós somos Espíritos em evolução, todos nós temos
a acrescentar na vida uns dos outros, portanto, aquele filho que você acha
estar numa posição inferior à sua, pode ser muito mais experiente que você, ele
pode ter muito a ensinar.
Eu
não os ouvi nunca e exigi que se cumprisse minha vontade. Perdi de ter um bom
relacionamento no meu lar, sinto muito. Em relação às vidas anteriores, sei que
não é a primeira vez que erro desta forma, mas já foi bem pior. Eu quero muito
acertar com eles, ainda não sei como será possível. O triste é que, por hora,
terei que esperar um bom tempo até que todos estejam deste lado para que
possamos formalizar novas oportunidades em comum e eu possa me esforçar para
mostrar para eles que posso ser um bom pai de família.
JUSCELINO
13/01/19
--------------------Paula
Alves-----------
“OS
PAIS PODEM POSITIVAR, É SÓ QUERER”
Charlatanismo
pode ser uma boa palavra. Eu fui criado vendo o meu pai aplicar pequenos golpes
para ganhar a vida. Em nossa casa faltava de tudo, apesar do grande esforço da
minha mãe para ganhar um dinheiro honesto. Meu pai não gostava do trabalho, ele
gostava de diversão, bebida e mulheres. Ele fazia de tudo, carteado, apostas,
furtos e eu fui crescendo achando que o mundo é dos espertos.
Sempre
achei alguém que caia na minha conversa e eu não queria ver o mal de ninguém,
mas me divertia em tirar vantagem. Nunca trabalhei, eu ganhava muito dinheiro
desta forma. Aprendi a mentir com a maior facilidade e ouvi do meu pai que as
pessoas gostam de ser enganadas. Nós sempre sabemos o que elas desejam ouvir,
custa aproveitar a situação favorável?
Fingi
com tudo. Conquistei senhoras ricas, eu fingi amá-las, ganhei tanta coisa,
relógios caros, carros, vida mansa com meu bom papo, mas me acostumei à boa
vida e o dinheiro acabava rápido. Mamãe dizia que tudo o que vem fácil, vai
fácil. Acho que era verdade.
Precisei
enganar e me deparei com uns ricos que queriam cura. Mas, como curar doença?
Isso eu não sabia, mas comecei a ter dó dos coitados. Eram situações tão
terríveis. Pensei: o que serve ter tanto dinheiro e não ter saúde, não ter
disposição para fazer coisa alguma? Eu precisava ganhar minha vida, mas eu
queria mesmo que eles pudessem se curar e eles começaram a melhorar. Fiquei
indignado comigo mesmo porque não tinha medicação, era bala de açúcar, placebo.
Não podia curar, mas eles estavam melhorando. Eu atendia e dedicava meu papo,
minha atenção, afinal não custava nada dar um pouco do meu tempo para eles, já
que eu não estava fazendo nada sério para curá-los. Eles melhoravam e eu
comecei a me sentir culpado. Eu resolvi ir embora dali, onde eu já havia
enganado muita gente e já tinha um dinheiro para ficar sossegado por algum
tempo, mas eu estava diferente e senti vontade de ajudar os pobres que não
tinham como pagar, foi minha derrocada.
Alguma
coisa havia modificado em meu ser. Ainda é difícil para mim compreender que eu
doei fluido reparador e a gratidão dos doentes me converteu em energia
reparadora. EU AJUDEI A CURAR O FÍSICO E
ELES REPARARAM A MINHA MORAL. Eu nem sabia que isso era possível. Um dia
antes de vir para este lado, resolvi doar tudo o que eu tinha para um orfanato
e eu me senti bem com minha atitude. Feliz.
FICO ME QUESTIONANDO O QUE TERIA SIDO
FEITO DE MIM, SE EU TIVESSE RECEBIDO EDUCAÇÃO MORALIZADORA DO MEU PAI, ASSIM
COMO MINHA MÃE SE ESFORÇOU PARA FAZER.
Fico
me questionando o que pode ser de uma pessoa que é bem estimulada no lar. Deve
ser muito bom quando os pais têm consciência de que toda pessoa pode ser
melhorada, por isso, Deus coloca na família certinha.
OS PAIS PODEM POSITIVAR, É SÓ QUERER. RICARDO
13/01/19
-------------------Paula
Alves----------------
“POR
ISSO, NÓS NUNCA DEVEMOS JULGAR AS PESSOAS”
Eu
detestava aquela mulher. Eu via apenas defeitos nela e não entendi como meu
filho pode se apaixonar por ela. Será que ele não percebia que ela era fingida
e só queria explorá-lo? Mas, meu menino se encantou com ela e não deu tempo de
tentar fazê-lo acordar. Num instante, estavam casados. Foi o meu calvário
porque nós não podíamos nos encontrar que estávamos discutindo por tudo. Meu
filho ficava numa situação delicada entre nós e passamos a nos ver cada vez
menos. Mas, eu só tinha ele e ela queria tirar meu filho de mim.
A
coisa ficou muito pior porque um ano depois do casamento, estavam morando
distante e eu caí da escada. Na hora percebi que havia quebrado minha perna.
Como poderia melhorar, quem cuidaria de mim? Foi aí que eu tive uma grande
surpresa. Ela se ofereceu para ficar comigo, para cuidar de mim. Eu sempre
achei que ela me odiasse e que fazia de tudo para afastar meu filho de mim e
ela se ofereceu para cuidar de mim? Eu estava com receio, mas não havia o que
fazer. Ela preparou um quarto para mim na casa deles e me levaram para lá onde fui
cuidada com todas as regalias que você pode imaginar. Eu fui tratada como se
fosse a mãe dela. Com cortesia, carinho e todos os cuidados necessários para
que eu pudesse curar completamente. Em pouco tempo, eu estava restabelecida e
pude retornar à minha casa. Quando fiquei sozinha na minha casa, senti mais
falta dela do que do meu filho. Era como se ela me tratasse melhor do que ele
porque nós conversamos muito e ela me entendia como só uma mulher pode entender
outra mulher.
Me
senti tão mal e arrependida por tê-la tratado mal, por ter desejado que meu
filho se separasse dela. EU FUI EGOÍSTA
PORQUE QUERIA MEU FILHO, APENAS PARA MIM. Fui leviana com a mulher que me
tratou como a uma mãe. Eu pedi perdão pelo jeito que nos tratamos no início do
casamento deles e vivemos muito bem depois disso, nunca mais discutimos e nos
olhamos sempre com amor fraternal. EU
SOU MUITO AGRADECIDA A DEUS POR AQUELA QUEDA QUE ME FEZ TER A NECESSIDADE DE
PRECISAR DE OUTRA PESSOA. Por isso, nós nunca devemos julgar as pessoas. Nós
podemos nos surpreender muito com todos. Graças a Deus.
JUDITE
13/01/19
-----------------------Paula
Alves-------------------
“APRENDI AQUI QUE NÃO IMPORTA A RELIGIÃO”
Quantas
vezes eu disse que é besteira? Minha filha insistia em ir à igreja. Ao invés,
de ficar com os filhos, tranquila em casa, ia para a igreja, ajudava nos
trabalhos sociais, fazia comida, faxina na igreja e eu achava aquilo um abuso.
Acreditei que ela nunca mais se casaria porque não saia para lugar nenhum e
estava sempre envolvida com igreja. Cheguei a falar que ela era fanática porque
tudo era igreja. Minha filha é muito boa, eu não entendia por que ela precisava
de tanta oração. Aí, num dia qualquer, eu tive um ataque cardíaco e quando ela
chegou em casa, eu já estava caído no chão, roxo. Ela se desesperou e eu também
porque eu achava que devia morrer, mas continuei vivo num corpo gelado, como
podia ser?
Demorou
a aparecer um cara que ria e me tirou dali. Ele ficou debochando de mim, mas
logo a minha filha se pôs a orar e a casa toda ficou tão iluminada que o cara
foi embora. Eu fiquei ali espantado com tanta luz e consegui sentir alguém me tocando
e ouvi quando falaram para eu sair. Ali não era mais lugar para mim. Eu fui tão
bem atendido, nem sofri. Ela orava por todo mundo, ela ora tanto que eu estou
cada vez melhor.
APRENDI AQUI QUE NÃO IMPORTA A RELIGIÃO.
Quando
as pessoas estão se unindo a Deus e quando isso só tem intenção de produzir o
bem. Fiquei confuso porque me falaram desta carta e eu achei que era coisa ruim
porque não é da nossa prática, do nosso jeito de ver a vida. Eu nunca conheci
ninguém que fizesse isso e achava que era coisa de gente louca ou, então, de
coisa do coisa ruim, mas não é não.
Fiquei
ansioso de poder mandar notícia, como as coisas estão mudadas, agora a gente já
pode até mandar telegrama daqui, muito bom mesmo. A gente pode informar que
está tudo bem ou que se arrependeu e ela ouve o pensamento como se a gente
estivesse bem pertinho e nem está ali junto dela né?! Impressionante mesmo.
EU SÓ SEI QUE ESTOU APRENDENDO QUE O
IMPORTANTE É ORAR SEMPRE.
Pedir
proteção, agradecer, lembrar de Deus durante todo o dia para ele permitir que o
anjo da guarda possa encaminhar bem, né?! Agora eu sei que fui preconceituoso
com minha filha e com a mulher aí também porque elas oram demais e as pessoas
acham isso estranho. Eu devia ter aprendido com ela a orar, mas é bom sentir a
oração dela chegando aqui. Eu conheci um monte de gente aqui que não recebe
oração de ninguém. Eles não reclamam porque é feio reclamar, mas sentem que
estão esquecidos e eu sou muito agradecido porque minha filha lembra de mim
todo dia. Ô benção!
SEVERINO
13/01/19
-----------Paula Alves-----------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“ACHO
QUE TODOS NÓS SEMPRE TEMOS DOIS CAMINHOS A ESCOLHER”
Ah!
O início... As primeiras fases da vida, as descobertas, a esperança dos
acertos... Eu estava disposto a tentar mais uma vez. Eu estava disposto a
investir em mim e nas minhas expectativas de triunfo. Eu sentia que podia dar
certo e eu havia esperado tanto por todo aquele plano. Eu havia me organizado,
eu tracei bons planos de reajuste e entrei em contato com aqueles que me foram
desafetos no passado, eu expliquei minha falha, eu pedi perdão e eles disseram
que eu fui perdoado. Eles se comprometeram comigo e isso me deixou tranquilo e
feliz. Eu estimava retornar ainda jovem, mas as pessoas estariam todas unidas a
mim e minha família seria composta por muitos daqueles a quem fiz sofrer. Eu
estudei meus deslizes e fiz cursos para que pudesse melhorar. Eu sabia que as
pessoas poderiam mudar de ideia depois, estando na carne. Eu sabia que poderiam
escolher me abandonar, me virar as costas e revidar o mal, que um dia, eu fiz,
mas eu precisava tentar e foi isso que fiz.
Eu
poderia retornar levando toda esta felicidade da nova oportunidade que me foi
colocada nas mãos, como o criminoso que recebe a soltura após longo tempo para
pensar atrás das grades ou poderia ficar na erraticidade arrependido dos males
que cometi. Como um covarde que teme errar novamente. Eu precisava tentar. De
fato, quando eu precisei ser encaminhado à crosta fiquei ansioso e inquieto,
mas ainda assim, eu sorri.
Seria
bom começar tudo de novo. Acho que todos nós sempre temos dois caminhos a escolher:
o da alegria ou da tristeza. O da insegurança ou o da descoberta de coisas
novas. Eu estava feliz em voltar a ser criança e ainda tinha a alegria de poder
contar com uma linda mãe que já havia sido minha mãe em outras jornadas e me
mostrou o seu amor incondicional, o quanto ela é maravilhosa. De verdade foi a
melhor coisa que eu fiz, partir com fé e esperança porque foi a melhor vida que
eu tive até agora. Não foi fácil. Muitos tentaram me prejudicar desde a
infância. Meus irmãos me castigavam e dificilmente me enviavam um olhar fraterno,
mas ela sempre chegava na hora exata e conseguia me proteger. Eu tinha boas
intenções e, aos poucos, fui mostrando a eles minha cordialidade e lealdade,
nunca revidei as ofensas que me faziam. Meu pai me surrava, ainda assim,
jovenzinho eu o retirava dos bares e ele foi olhando para mim diferente.
O
fato é que estas pessoas passaram a nutrir por mim um sentimento de amor. Sei
que eles ainda não me amam, mas quem sabe nas próximas não será amor? Eu acho
que triunfei sim porque, quando desencarnei vítima de afogamento, pude ver nos
olhos de todos, a tristeza ímpar. Eles oraram muito por mim e se lembraram de
coisas boas que realizei pela família. Eu sou muito grato a Deus que permite
que planos tão perfeitamente arquitetados sejam colocados em prol de nossa
evolução.
CIÇO
06/01/19
----------------Paula
Alves-----------
EU
APRENDI QUE TODOS NÓS PODEMOS CONSEGUIR O QUE DESEJAMOS A PARTIR DOS NOSSOS
ESFORÇOS, DA NOSSA FÉ, FAZENDO O BEM.
È
realmente estranho como nós podemos reduzir nossa consciência para renascermos.
Eu mantive presente aquele momento porque fiquei satisfeito com o cheiro dela.
Ela chorava e eu não conseguia entender, eu apenas respirei e me deixei envolver
sem nenhum tipo de pensamento. Foi bom sentir o seu toque e eu pensei: “De novo
ela!”.
A MÃE É A MELHOR DAS CRIATURAS.
Eu
me recordo de momentos importantes desta nossa vida. Fase onde fui briguento, deu
trabalho e ainda assim, ela tinha docilidade para ralhar comigo. Fazia
curativos e beijava o dodói. Minha mãe foi uma santa e ainda é a pessoa mais
bondosa que eu conheço. Eu cresci indignado pelos fatores sociais, as
desigualdades, as dificuldades do pobre. Nem conheci meu pai porque ele nos
abandonou e, por isso, ela nunca mais se envolveu com outro homem, ela tinha
medo de se ferir novamente. Eu queria para ela a melhor vida que fosse possível
ter, mas nunca dei além do necessário.
Hoje
compreendo que tínhamos muito a resgatar juntos. Num determinado momento, ela
caiu e quebrou a perna. Foi tão difícil para mim cuidar de tudo, de mim, dela e
da casa, do cão.
NÓS SÓ PERCEBEMOS O QUANTO A OUTRA
PESSOA EXECUTA NO LAR, QUANDO PERDEMOS O SEU AUXÍLIO.
Conseguimos
superar a fase e eu pensei tanto pra quê servia viver. Eu pensava pra quê esta
vida de dificuldade, onde as pessoas tem que correr atrás do sustento e não tem
ninguém. Pode parecer revolta, mas não é. Acho que foi falta de conhecimento
mesmo porque bastou conhecer Vivian para tudo mudar. As pessoas olham para
gente e, de repente, encontram um sei lá o quê. Foi assim que nós nos
reencontramos. Eu estava procurando emprego e ela estava me entrevistando. Uma
mulher bonita e inteligente ia querer o que comigo? Tanta gente criticou quando
soube do nosso romance, mas mamãe apoiou. Parecia que aquela velha sabia de
tudo. Ela me incentivou e disse que ela não tinha tido sorte no amor, mas eu
podia amar. E eu tentei com a Vivian. Ela me ajudou a arrumar um bom emprego e
me orientou a estudar, você precisava ver como me modifiquei.
Em
dois anos, eu estava mudado demais. Mudei de aparência e também na mente, na forma
de enxergar a vida e as pessoas. Eu sou muito agradecido por estas
oportunidades que a vida nos dá. Foi uma vida muito boa.
EU APRENDI QUE TODOS NÓS PODEMOS
CONSEGUIR O QUE DESEJAMOS A PARTIR DOS NOSSOS ESFORÇOS, DA NOSSA FÉ, FAZENDO O
BEM.
Eu tive uma vida muito boa ao lado das mulheres que amei.
SÉRGIO
06/01/19
-----------------Paula
Alves---------------
“NADA ACONTECE POR ACASO, NÃO EXISTEM
VÍTIMAS”
Eu
já estou pronto para o trabalho. Sei que não será um mar de rosas, pelo
contrário, estou indo para trabalhar num hospital psiquiátrico. Eu preciso me
reconciliar com a última vida que tive. Após os tratamentos que realizei aqui,
após todos os cursos preparatórios para este trabalho, eu me sinto capaz. Eu
recordo com pesar porque eu confiei neles e no plano que traçamos juntos. Confiei
naqueles que seriam meus pais carnais e eles me abandonaram. Eles se deixaram
levar por sugestões alheias, foi um deslize do qual se arrependeram para sempre
e nisso já está o seu castigo. A mediunidade iria me elevar muito. Eu me
comprometi num trabalho edificante que poderia beneficiar inúmeras pessoas e
foi tudo perdido para evitar um escândalo social. Quando se nasce rico, os
maiores empecilhos são a vergonha e a exposição do ridículo.
Desde
rapaz apresentei uma facilidade para me comunicar com os Espíritos. Meus pais
logo perceberam e ficaram intrigados, mas ao invés de buscarem investigações
sobre o assunto, caíram nas garras de um médico que fez com que eles
acreditassem que eu estava doente. Uma clínica de alto nível poderia me resguardar
dos fotógrafos e pessoas curiosas que poderiam incomodar toda a família. Meus
pais me entregaram aos tratamentos convencionais que tiraram de mim toda a
dignidade do ser humano. Eu gritei de pavor e depois vivi drogado por muitos
anos. Depois de um tempo, minha mãe engravidou de novo e eles acharam melhor
não me visitarem porque sofriam muito em ver meu estado catatônico. Eu não
conseguia falar por conta das drogas, mas eu pensava, eu sofria.
NADA ACONTECE POR ACASO, NÃO EXISTEM
VÍTIMAS.
Agora
sei que eu mereci tudo. Eu já havia feito sofrer, eles próprios já haviam
sofrido por meus desmandos, mas não justificou o erro daquela ocasião. Depois
do meu desencarne, eu quis vingança, mas fui assistido por um grupo de
enfermeiros espirituais que estavam no hospital. Eu vi que em toda parte somos
auxiliados. Ninguém está sofrendo, além do que pode aguentar. Eles me cuidaram
e me trouxeram para cá quando eu já havia dissolvido a vontade da cobrança.
Hoje eu só quero me dedicar a eles. Quero ajudar aqueles que sofrem assim como
eu sofri.
EXISTEM MUITOS MÉDIUNS EM HOSPITAIS
PSIQUIÁTRICOS E EU QUERO AJUDAR.
MARCELO
06/01/19
-------------------------Paula
Alves------------
“NÓS DEVEMOS SEMPRE OUVIR A VOZ DO
CORAÇÃO”
Será
uma nova tentativa e eu tenho medo sim. Já compreendi que sempre teremos fases
ruins, as boas vão depender do nosso empenho. A verdadeira vida é a daqui. Este
nosso mundo, o espiritual é o real, o verídico. Eu sei que, quando estamos
encarnados, nos esquecemos das outras existências, nos esquecemos deste local
aqui e também dos compromissos que traçamos, dão a dificuldade, mas se eu
conseguir realizar o que almejei, por este motivo, terei méritos. Eu já
compreendi tudo isso. E hoje me parece bem estranho porque é como se
estivéssemos jogando nas escuras. É como se eu me esquecesse de quem eu realmente
sou e de tudo o que eu já fiz para iniciar do zero. Eu preciso saber se eu já
aprendi muitas coisas e só saberei na prática.
Eu
já estive ligada ao vício em outras existências e preciso estar próxima do
vício para saber que eu nunca mais chegarei perto dele, é uma das minhas
provas. Se eu conseguir me manter distante do vício, ponto para mim. Aparecerá
outra prova. Eu fiquei assustada quando percebi do que se tratava e fiz alguns
cursos para manter na minha mente o que eu devo e não devo fazer por simbologia.
Eu preciso dar ouvidos à minha intuição e aos meus sentimentos porque eles me
moverão para o caminho certo.
NÓS DEVEMOS SEMPRE OUVIR A VOZ DO
CORAÇÃO.
Se
eu conseguisse me lembrar de Jesus daria tudo certo porque ele só pediu para
amar a Deus de todo o nosso coração e ao próximo como a nós mesmos e se eu
levasse isso ao pé da letra, eu já iria voltar jubilosa. Eu seguirei com fé.
Fé
em Jesus e nos amigos espirituais. Ainda bem que Deus não manda a gente
reencarnar sozinho. Ele é tão bom que coloca junto de cada um, o amigo que
protege e ainda intui a prosseguir no bom caminho. Que bom.
JANAÍNA
06/01/19
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