Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“VERDADE
QUE AQUELA COMIDA BOA FOI PARA O LIXO E A GENTE COM FOME!”
A
prova foi passar fome. Eu olhava para o prato e, quando tinha feijão com
farinha, a gente dava graças a Deus. Estava tão acostumado a passar fome que já
não ligava de sentir a barriga doendo. Eu ficava comovido com minha esposa que
nem comia e ainda conseguia dar mama para o bebê.
Ficava
até irritado de ver os meninos com o pratinho na mão e os olhinhos pedindo mais
sem ter. Todos magrelos e nós querendo dar fartura, mas não tinha nada. Eu fui
filho da seca, resolvi abandonar a vida de miséria e me aventurar em São Paulo.
Isso tudo agora a pouco, na década de cinquenta. Foi tão difícil chegar em São
Paulo e quando chegamos foi mais crítico ainda porque a gente podia ver comida
a vontade , mas não era pra gente. Eu nem acreditei quando vi uma mulher deixar
comida no prato num restaurante. Ela era bem bonita, chique e deixou bastante
comida no prato. Eu quis pedir porque os meninos estavam com fome, mas o garçom
enxotou a gente de lá.
Verdade
que aquela comida boa foi para o lixo e a gente com fome. Também não posso
reclamar porque encontramos gente muito boa que deu emprego e moradia, as
crianças foram crescendo e tudo foi melhorando. Na nossa mesa tinha até fruta.
Eu sempre adorei fruta, presente de Deus, tudo fresquinho, tinha para todo
gosto. Meus filhos começaram a viver bem e eu trabalhava de ajudante na firma.
A Marlúcia trabalhava na casa de família e chegou contando o que as moças
faziam, eu nem sabia se ria ou chorava. Elas tinham vida boa, comida na mesa,
tudo do bom e ainda recusavam comer. Elas passavam fome para ficarem bonitas.
Eu achei que fosse loucura. A pessoa não comer para ficar magrinha, vê se pode?
Nem comia e quando passava um pouco da conta até vomitava.
Nossa!
Eu achei aquilo o fim do mundo. Aí passei a vida toda pensando que elas eram
loucas, mas quando cheguei aqui entendi porque passei fome. Eu critiquei a
atitude das moças e fiz parecido. Em outra vida, eu tinha vida de rico, tinha
comida de sobra e eu recusava dar para quem precisava. Meus empregados eram mal
alimentados, eu era sovina. O desperdício era demais. Eu preferia jogar na rua
os alimentos bons que colocavam na minha mesa, só para não me igualar aos
serviçais. Eu sei que a minha prova foi bem merecida porque eu soube valorizar
cada prato de arroz com feijão que chegou a minha mesa.
Na
minha casa nunca teve desperdício, a gente fazia questão de reaproveitar as
sobras e todo mundo comia contente agradecendo ao Senhor. Além disso, fiz questão
de doar uma parte para aqueles que, como eu, estavam passando privações alimentares.
É muito bom olhar para trás e perceber que eu assimilei esta verdade. Eu me
libertei de inclinações levianas e estou muito feliz.
HUMBERTO
27/10/18
--------------Paula
Alves----------------------
“EU
FUI UM PROTETOR ENCARNADO”
A
gente abusa da sorte e depois reclama. Minha mãe ficou viúva muito cedo,
coitada. Meu pai morreu de tuberculose e ela ficou com seis filhos para criar.
Na dificuldade, logo começamos a trabalhar. Mãe pôs todos em trabalhos leves
que crianças pudessem executar, mas criança não devia ter tanta responsabilidade.
As meninas foram trabalhar em casas de família e não deu outra. A Ivone foi
molestada, a família nem acreditou. Fizeram questão de desacreditar minha irmã,
mas ela estava tremendamente assustada, traumatizada. Não desejo para ninguém
ver uma familiar passando por isso.
A
gente deseja matar quem cometeu o crime e deseja poder voltar no tempo para
poder proteger a menina que sofre o abuso. Minha irmã nunca mais foi a mesma,
parecia que estava com um pino solto sabe? Eu jurei para mim mesmo que nunca
mais deixaria nenhuma mulher da minha família passar por isso e passei a trabalhar
mais para que elas pudessem ficar em casa. A mãe chorava noite e dia, mas
coitada não foi culpa dela. Acho que no meio de tanta dificuldade ela nem
pensou que poderia surgir uma desgraça dessas. AS MÃES AMAM SUAS FILHAS E NEM PENSAM QUE TÊM QUE PROTEGER DO MUNDO
INTEIRO. Quem é que sabe quando um monstro vai aparecer?
O
fato é que, quando a mãe conheceu o Eustáquio, eu pirei. Parecia que ela tinha
se esquecido de tudo o que a gente passou com a Ivete. Minha mãe falou que
precisava arrumar um marido, que enviuvou muito cedo e merecia ser feliz. Como
assim? E colocar em risco a família toda pela felicidade dela? Eu não fui
egoísta, eu só não podia permitir que ela colocasse um homem dentro de casa porque
isso poderia comprometer minhas doces irmãs. Eu briguei mesmo e fiz tanto que
ela deixou o Eustáquio de lado e nunca mais me perdoou por isso. Minha mãe
queria ter marido, mas eu não aceitei e ela achou que eu a estava privando da
felicidade. Mas, se até pai faz maldade, como eu poderia confiar nele? A
verdade dói. Eu passei a minha vida toda me questionando se havia maltratado
minha mãe. Ela viveu só, desencarnou e eu envelheci. Quando vim para cá,
encontrei com ela e o abraço forte que recebi me fez acreditar que ela havia me
perdoado. Eu não podia crer que a minha missão estivesse ligada a proteção
familiar. Todos nó temos objetivos. Nós esquecemos deles quando estamos na
carne, mas se conseguirmos ouvir a voz do coração, se procuramos ser corretos e
justos é possível reconhecer o caminho que devemos seguir. Tudo ligado a
provas. Minha irmã fez muito mal, ela prejudicou tanta gente que deveria
reencontrá-los pelo caminho para eliminar a animosidade, mas alguns desafetos
buscavam o revide. Eu vim para defendê-la tamanha ligação afetiva que nos une
há muitas existências. Minha mãe pode ver tudo isso quando chegou aqui, isso
para que pudesse me perdoar. Ela falou que Eustáquio era um destes desafetos e,
iria escolher entre o bem e o mal, mas não foi preciso porque eu fiz com que
ele partisse e se afastasse definitivamente da minha mãe, assim Ivete não se
feriu mais. Eu não poderia imaginar que era tudo tão sério e tão justo.
EU FUI UM PROTETOR ENCARNADO.
Agradeço
muito pela oportunidade de esclarecimento. Agradeço também porque minha mãe compreendeu
que não fiz por mal. Eu apenas, as amei demais.
GENIVALDO
27/10/18
---------------Paula Alves-------------
“NÓS
PENSAMOS QUE NUNCA SEREMOS ESCLARECIDOS E QUE TUDO O QUE FAZEMOS PARA AS OUTRAS
PESSOAS SE PERDEM DEPOIS DA MORTE”
“É
UM LEDO ENGANO”
O
serviço era árduo porque a fazenda era grande. Eu tive a confiança do patrão e,
aos poucos, me tornei seu braço direito. Estava por dentro de todos os seus
negócios e minha palavra valia tanto quanto a dele. Eu trabalhava sério e me
sentia feliz por ser repeitado. Eu amava meu trabalho. Tive uma família
maravilhosa e quando chegou a velhice de seu Januário, eu estava lá para lhe amparar,
já que seus filhos mais velhos não se interessaram em cuidar dos negócios da
família. Fiz com tanto empenho que os negócios prosperaram, então, percebi que
eu poderia estudar e, quem sabe, ter um pedaço de terra para deixar para minhas
crianças. Falei com o patrão e ele se recusou em me ceder um tempo para os
estudos, ele dizia que capataz não precisava ter muito estudo, eu nunca seria
um doutor. Ouvi aquilo e tive que aguentar calado porque precisava do meu
emprego, eu morava nas terras dele e era muito dependente do meu serviço, mas
de repente, meu patrão foi acometido de um mal súbito e precisou de doação de
sangue. Todos foram solicitados para doar o sangue que poderia salvar a vida
dele. O sangue era tão raro, só o meu servia. Estranhei. Por que só o meu? Nem
o sangue dos filhos poderia ajudar? Fui falar com a mãe. Ela nunca me falou do
meu pai. Ela dizia que tinha sofrido muito por ele e não quis me contar onde
ele estava, eu respeitei, mas agora estava com uma suspeita e ela confirmou. O
patrão era meu pai. Eu quase tive um colapso. Pensei que ele não soubesse de
mim, que ele não soubesse que eu era seu filho porque sempre me tratou como um
fiel empregado, mas ela disse que ele sempre soube e me tratou muito bem. Como?
– eu perguntei a ela.
- Ele te deu casa, comida e
trabalho. O que mais você poderia querer?
Eu
não acreditei quando ouvi minha mãe dizer isso. Ele era meu pai e sempre me
tratou como um empregado, nem me permitiu estudar porque eu nunca poderia me
igualar aos outros filhos. Eu seria sempre seu empregado. Naquele momento
fiquei com raiva em ter doado meu sangue para ele. Eu sentei e conversei com
minha esposa. Lenita que sempre foi minha luz. Ela me ouviu e me esclareceu do
seu ponto de vista, nós arrumamos nossas coisas e fomos embora. Eu procurei
outro emprego e segui minha vida sem procurá-lo. Vivi bem porque sempre fui
esforçado, estudei e consegui comprar meu cantinho de terra que deixei para
meus filhos amados que estão cuidando de tudo até hoje, mas o que ficou de tudo
isso é que nós pensamos que nunca seremos esclarecidos e que tudo o que fazemos
para as outras pessoas se perdem depois da morte. É um ledo engano. Quando aqui
cheguei, a primeira que vi foi minha mãe que desejava me pedir perdão. Ela compreendeu
que eu nunca tive um pai e isso me fez falta. Depois, ela me falou que ele
estava internado em outro local. Meu pai necessitava de cuidados intensivos por
causa da culpa que sentiu em relação a mim. Eu tive permissão de vê-lo, após um
período de reclusão. Ele me abraçou e pediu perdão por tudo o que me privou de
vivenciar. Ele disse que me amou a cada dia e que eu sempre signifiquei mais
que os outros, mas ele não podia me assumir por causa da sua família. Eu tento
entender. Não quero que ele sofra, não tenho nada a perdoar, foi a vida dele.
A
vida dele sempre foi uma mentira e eu sempre quis uma família só isso.
SÓ SEI QUE A VIDA NÃO ACABA, AS
EXISTÊNCIAS SE INTERLIGAM E TUDO O QUE FOR MAL ENTENDIDO SERÁ ESCLARECIDO, MAIS
CEDO OU MAIS TARDE.
JOSÉ MESSIAS
21/10/18
------------Paula Alves---------
“DE ALGUÉM COM CREDIBILIDADE PASSA A ZÉ
NINGUÉM E ISSO TAMBÉM É PROVA”
Eu
tinha ideias. Eu desejava me expressar. Era como se as palavras brotassem da
minha mente, quisessem sair e se mostrar para todos, mas eu nem tive estudo. Conhecia
as letras de teimoso. Ninguém acreditava como eu gostava de ler os livros que
eu encontrava por aí. Eu fui pintor. Ia pintar a casa dos outros e via livros,
perguntava, ficava interessado. Aí a dona da casa me dava e eu lia contente.
O LIVRO ABRE ASAS À IMAGINAÇÃO, EXPLICA,
ENSINA E A GENTE APRENDE A PENSAR POR CONTA PRÓPRIA.
A gente
consegue ir para toda parte e aumenta o vocabulário para saber falar com
qualquer um porque as pessoas podem até julgar pela aparência, mas quando te
escutam falar até respeitam mais, sabe que de alguma coisa você entende. Eu pintava
e comecei a perceber que podia me expressar com a pintura também. Virei
grafiteiro. Lindo ver como a arte mexe com as pessoas. Arte que deslumbra o
olhar e aciona sentimentos, também faz pensar e racionalizar porque arte é se
ligar ao Criador. Foi assim que eu vivi e consegui solucionar alguns problemas
da minha vida e de outros. Estudei, aprendi a ser gente, isso mesmo porque
quando a gente consegue se intelectualizar, dá um passo em direção ao Senhor.
Cheguei deste lado, todo pintado. Vocês nem vão acreditar porque tinha verde,
azul e lilás que não saiam de mim. Foi como se tivesse deixado alguns pingos de
tanta cair em mim e não saíssem mais. Eu achei bem estranho e dona Eulália me
explicou que a arte não sai mais de mim. Eu estou com as cores e já me
acostumei com elas. As cores me denunciam, afirmando que sou artista, pintor,
mas não fui sempre pintor de parede, já pintei tela, já fui bem especial. É
estranho quando a gente observa o nosso próprio trabalho, estando encarnado e
nem tem a ideia que aquilo partiu de você em outra vida. Uma pessoa que foi bem
importante e que agora ninguém se interessa.
DE ALGUÉM COM CREDIBILIDADE PASSA A ZÉ
NINGUÉM E ISSO TAMBÉM É PROVA.
Eu
deixei o nome e a vida de alguém com prestígio, mas a arte e a tinta nunca
saíram de mim.
CARLOS MANOEL
27/10/18
--------------------------Paula Alves-------------------------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“EU
QUERIA MUITO QUE SOUBESSEM QUE O MUNDO VAI SE TRANSFORMAR SIM, MAS ISSO TUDO
VAI COMEÇAR EM CADA LAR”
Eles
estão carentes de esperança. Precisavam ter a certeza de que não estamos sós.
Eu desencarnei e não fui para parte alguma. Achei estranho não ter saído do meu
lar. Eu tinha consciência do que ocorreu comigo e fiquei me perguntando por que
deveria continuar vivendo entre eles. Meus filhos sempre moraram comigo. Logo
depois, vieram meus netos e tudo era tão corrido. Uma vida de todo dia a mesma
coisa. Vida de sempre que não nos permite questionar, então, nós apenas fazemos
o que tem de ser feito.
Mas,
de repente, eu estava entre eles e eles não me percebiam. Sofreram minha morte
sem dar conta de que eu sempre estive bem perto deles. Foi aí que eu comecei a
ter tempo para pensar. Pensei em tudo o que faziam e o que diziam. Tive tempo
para observá-los bem de perto e fiz conjecturas, análises que não pensei ter
mente para fazer. Eu vi como tratavam seus filhos e o quanto meus netos sofriam
com a falta de atenção e o excesso de punições. As crianças eram boazinhas e,
muitas vezes, solicitavam isso ou aquilo e eles nem ouviam, depois reprovavam
com um tapa ou um grito. Era terrível!
No
início, pensei que era por causa da dor de minha perda, mas me lembrei que
sempre foi assim e depois vi cenas do passado, de quando eram pequenos e eu
também agi da mesma maneira. Percebi que eles reproduziram o que viveram, não
havia como ser de outra forma porque eles só aprenderam isso, comigo. As crianças
sofriam de ausência estando bem perto dos seus pais, isso porque os pais sempre
tinham o que fazer. Ora era a novela, uma visita, o trabalho ou a necessidade
do descanso oportuno. Eu entendi porque estava na minha antiga residência
convivendo com os meus. Eu desejei informar, eu tinha descoberto a verdade
sobre a família e poderia avisar a eles, eu queria corrigi-los, mas não era
possível e isso me doeu.
EU CHOREI QUANDO VI MINHA NETINHA DE
TRÊS ANOS APANHANDO PORQUE HAVIA DERRAMADO SUCO NA TOALHA DE MESA.
Minha
filha bateu na menininha com tanta facilidade, parece que nem mesmo se
emocionou, mas a menina ficou mal e eu percebi quando, no corpinho espiritual
da garotinha, apareceram ALGUNS PONTOS
ENEGRECIDOS.
Eu
abri a boca espantada e vi quando apareceu uma senhora muito linda do meu lado.
Ela procurou me explicar que aquilo era em decorrência dos maus tratos, por
causa, do SENTIMENTO DE REVOLTA E
HUMILHAÇÃO que a CRIANÇA estava SENTINDO. Aqueles pontos podiam se
transformar em doenças nos anos subsequentes. Eu chorei, nunca imaginei que
aquilo poderia ser tão grave e me senti responsável por cada um deles. Eu fui
socorrida naquele dia, mas nunca me esqueci das experiências que tive. Eu
sempre quis falar o que ocorreu, quis que soubessem que nós sempre estivemos
errados.
A PUNIÇÃO NÃO PODE FAZER GERMINAR O
AMOR. A VIOLÊNCIA, O CASTIGO OU A AGRESSÃO, POR MENOR QUE SEJAM, PODEM CAUSAR O
NEGATIVO E NÃO O POSITIVO.
Esta
não é a melhor forma de educar e nem serve para eliminar qualquer tipo de
desavença ou mágoa que podem estar vinculando os seres da mesma família.
APENAS, OS ATOS DE AMOR PODEM CONSOLIDAR
OS LAÇOS AFETIVOS. APENAS A PACIÊNCIA, SERENIDADE, SENSATEZ E O EVANGELHO PODEM
DESATAR OS NÓS DOS DESAFETOS.
Conversa,
olho no olho, exemplo de retidão moral no lar, isso tudo é importante, mas tapas
e gritos apenas desesperam e aumentam o rancor e a hostilidade. Eu queria muito
que soubessem que o mundo vai se transformar sim, mas isso tudo vai começar em
cada lar. Nós devemos cuidar dos nossos lares e espalhar as sementes de amor
por todos os lados.
IRACEMA
21/10/18
----------------Paula
Alves------------
“SEI
QUE EM ALGUMA PARTE EXISTEM PESSOAS QUE PENSAM COMO EU”
Eles
têm medo de tentar fazer o bem. As pessoas estão tão calejadas que temem. Eu
compreendo, também já sofri a ingratidão, mas quando nós estamos empenhados em
fazer o bem e a seguir o Mestre, não devemos nos questionar se seremos
recompensados ou lembrados por nossos bons atos, isso não é fazer o bem, nisso
tem orgulho, ostentação e não a caridade.
Eu
até senti que eles desejavam crer, mas não tiveram ânimo para isso. É uma fé
tão da boca para fora que até dói.
ACHO QUE ISSO ACONTECE PORQUE ESTÃO
PREOCUPADOS COM O TER.
A FÉ E A CARIDADE FICAM PARA SEGUNDO
PLANO E SE ENFRAQUECEM.
As
pessoas têm tantas ambições que deixam os atos de bondade para segundo plano.
Eu
tentei servir e achei um grupo que atuava sem interesses financeiros, eles
apenas doavam alimentos para os moradores de rua. Nós fazíamos os alimentos e
saíamos para distribuir, isso levava a noite toda e tinha quem ia trabalhar
direto, sem dormir nem nada. Eu adorava fazer este trabalho porque eu me sentia
útil. Veio uma época onde passamos crise financeira e foi bem difícil mantemos
as doações porque tudo saia do nosso bolso e comecei a me questionar quanto a
todas as doações que as pessoas podiam fazer. Eu sempre achei que as pessoas
têm obrigação de doar e não falo das roupas rasgadas que rejeitam, pra não jogar
no lixo, colocam no saco do pobre. Eu falo de doação do que se tem de melhor.
O PROFISSIONAL QUE PODE DOAR O SEU
TRABALHO PARA UNS OU OUTROS QUE NÃO PODEM PAGAR, SABE AQUELE QUE ATENDE DEZ E
DOA PARA DOIS?
O RESTAURANTE QUE NO FIM DO DIA, FAZ
MARMITAS COM TUDO O QUE NÃO VENDEU E DOA AOS NECESSITADOS.
SERÁ QUE NÓS SERIAMOS MAIS POBRES SE
FIZÉSSEMOS ISSO?
Eu
sempre me questionei. Sei que em alguma parte existem pessoas que pensam como
eu. Por outro lado, já ouvi muitos mercenários justificando que quem obtém de
graça é esperto porque poderia pagar para o trouxa fazer. Isso é um absurdo
porque aquele que faz com desinteresse, o verdadeiro caridoso, tem de sobra.
Por mais que não aparente, o verdadeiro caridoso tem muito, às vezes, não em
posses, mas tem consciência tranquila, paz de espírito e nunca a parte material
vai lhe faltar porque faz parte da Lei.
MARAJÁ
21/10/18
------------Paula
Alves----------
“FOI COMO SE A CONSCIÊNCIA DESPERTASSE
PARA MIM”
Considerando
toda situação – foi uma prova e tanto. Eu achei que estava errado, mas foi bom
ter vindo daquela maneira. Eu não queria que ele fosse pego pelos traficantes.
É tudo bem difícil no mundo do crime doutor. Às vezes, as posições se confundem
por causa da corrupção. Existem bonzinhos e malvados em toda parte. Eu era
policial e vi quando eles estavam pegando um menor numa viela. Eu temi naquele
dia, mas precisava fazer a minha parte de proteger o indefeso. Eu gritei e eles
correram, soltaram o rapaz que tremia como vara verde. Eu fiquei com pena, ele
tinha idade para ser meu filho. Eu o levei para o DP e conversamos com ele. O
menino era pobre demais, tinha uma avó doente e trabalhava vendendo drogas. É
muito dura a realidade de tantos jovens que se viciam e partem para o dinheiro
fácil, mas isso pode custar a vida. Eu fiquei com pena porque o rapaz só
pensava na avó.
Você
pode achar que era mentira, mas nós averiguamos e realmente dona Lazinha estava
acamada. Ofereci um emprego decente e pedi um emprego num armazém. O rapaz
sorriu contente e jurou não se envolver mais no crime. Eu fique de olho e
percebi que ele estava mudado, ficou bem no emprego. Tentei ajudar nos cuidados
com a vó. Fiz tudo à distância tentando não me envolver, mas foi em vão. Numa
noite fria, senti que precisava vê-los e quando me aproximei do casebre, presenciei
a tortura do rapaz. Eu não podia permitir uma crueldade daquelas e tentei salvá-lo,
mas quem foi atingido fatalmente fui eu. Senti muito aquele momento. Na hora,
dá pra perceber que é o fim e bate um arrependimento. É igual criança que cai
da bicicleta se ralando toda. A gente sabe que podia ter parado a bicicleta um
pouco antes e teria evitado o acidente. Eu senti que estava caindo e sai do
corpo, não foi legal. Quando me soltei completamente, fiquei confuso e ouvi
muitas gargalhadas. Eu senti que estavam chegando para me pegar. Eram aqueles
que tinham ódio de mim pelo que fiz no passado e também naquela existência como
policial, mas uma luz chegou perto de mim e ouvi claramente quando explicou que
eles não podiam me capturar por causa do meu sacrifício. Na hora, eu não
entendi porque eu achei que só estava fazendo o meu serviço, mas depois de
chegar aqui e ser devidamente tratado, eu compreendi.
Eles
disseram que eu dei a minha vida para salvar aquele menino. Eu renunciei minha
vida colocando a dele em primeiro lugar. Eu sinto muito pela família que
deixei, eles sentiram tanto, mas eu fiz o que devia ser feito e com isso, eu me
elevei mesmo. Foi como se a consciência despertasse para mim.
AGORA EU ENTENDI QUE EM TUDO O QUE
FAZEMOS TODOS NÓS PODEMOS SERVIR E COLOCAR A VIDA DAS PESSOAS EM PRIMEIRO
LUGAR.
ISSO É
TUDO O QUE DEVEMOS FAZER. EM CASA, OS FAMILIARES DEVEM SERVIR UNS AOS OUTROS,
COLOCANDO A VIDA DOS FILHOS OU DOS PAIS EM PRIMEIRO LUGAR. NOS TRABALHOS QUE SE
CUMPREM NÓS DEVEMOS SERVIR OS FUNCIONÁRIOS OU NOSSOS CLIENTES. OS GOVERNANTES
DEVEM SERVIR E TODOS QUE TRABALHAM PELA NAÇÃO TAMBÉM. SEMPRE DEVE SER ASSIM,
UNS SERVINDO OS OUTROS, DESTA FORMA, CONSEGUIMOS ELIMINAR O PERSONALISMO E O
ORGULHO.
LEVI
21/10/18
--------Paula Alves-------
“AS BOAS PESSOAS NÃO SE MEDEM PELAS
ROUPAS QUE VESTEM, MAS SIM PELO TAMANHO DOS SEUS SORRISOS”
É
uma vida de escravo. Eu mereci mesmo passar por tudo aquilo. Eu não conseguia
emprego decente. Quando era moça, bonita, eu escolhi demais. Eu escolhi
namorado, escolhi marido. Achei que era tão bonita, não devia me envolver com
qualquer um. Eu podia casar com um bom partido e ter uma boa casa, uma vida
tranquila, mas o tempo foi passando.
Meus
pais morreram e os meus irmãos decidiram vender a fazenda. Cada um ficou com
uma parte bem pequena das terras porque éramos muitos. Eu peguei minha parte e
fui para cidade grande, sozinha. Eu me iludi com tantas coisas, vaidosa, cheia
de luxo. Comprei tanta roupa e sapato, tudo caro e bonito, coisa boa, achei que
ia durar para sempre, mas tudo se acaba. O tempo passou, eu estava num quarto
de hotel e nem percebi que o dinheiro estava diminuindo e eu escolhendo. Passou
gente boa no meu caminho, mas eu não quis nem saber porque eram de trabalho
humilde. Homens que trabalhavam em construção, porteiros, tudo trabalho rude,
sem estudo. Eu tão bonita, não queria isso não, até que um dia sofri um
acidente e fiquei internada, quebrou meus dentes e o dinheiro acabando. Sei que
envelheci, a perna manca, sem dentes. Acabou a beleza, o dinheiro e nem tinha
como usar os sapatos e as roupas caras, tive que vender. Como poderia arrumar
emprego sem experiência e estudo? O jeito foi pegar o carrinho de mão e levar
para o lixo para o descarte. Vida tão difícil. Trabalhar para comer, viver no
quartinho sozinha, sol, chuva, sempre mancando. A perna ainda dói, revirar o
lixo procurando papelão, mas eu preciso esquecer das ruas que subi com o
carrinho cheio e o dinheiro que nem dava para tomar um café com pão.
EU TIVE A VIDA QUE ESCOLHI PORQUE PERDI
TEMPO COM TUDO O QUE NÃO INTERESSAVA. Se tivesse casado com o porteiro
ou com o pedreiro, não tinha ficado sozinha, não tinha sofrido tanto.
ISSO FOI PORQUE FUI INTERESSEIRA E
PRECONCEITUOSA.
A GENTE VESTE A CAMISA DO ORGULHO E SAI
POR AÍ MEDINDO AS PESSOAS. O QUE SE GANHA COM ISSO?
Fiz
isso a vida toda. Eu olhava e só tratava bem se estivesse bem vestido, se
soubesse falar direito, mas eu sempre fui pobre e ignorante. As boas pessoas
não se medem pelas roupas que vestem, mas sim pelo tamanho dos seus sorrisos.
ANA ROSA
21/110/18
----------------------Paula Alves-----------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“NISTO IMPLICA A PROVA PRINCIPAL,
RENÚNCIA E ABNEGAÇÃO, AO INVÉS DE SE ENTREGAR AOS PRAZERES DA CARNE”
Aqueles
meses que se seguiram me transformaram numa pessoa totalmente diferente.
Enquanto minha barriga crescia, minha mente mostrava claramente que eu me
tornava mãe. Antes de Antônio nascer, eu já era uma nova Maria Rita. Uma mulher
mais controlada e consciente do meu papel como mulher, esposa e mãe. Eu nunca
imaginei que uma criança pudesse me modificar tanto. Foi importante para mim me
deparar com inúmeras questões sociais e raciais por causa do meu filho. Meu
esposo sempre foi um homem presente no lar e nos unimos para conduzi-lo, mas eu
percebi, desde cedo, o quanto Antônio era diferente dos outros meninos e me
assustei.
Meu
menino tinha trejeitos. Ele andava, sorria e gesticulava de modo muito
particular. Ele mostrava uma intelectualidade avançada, rapidamente compreendia
tudo o que falávamos e ia bem na escola, mas mostrava comportamentos estranhos
e eu me preocupei. Éramos católicos e eu soube que alguma coisa estava errada
com ele. Temi conversar com meu esposo e que ele não entendesse minha
preocupação, meu filho ainda era muito jovem, mas foi Jorge quem falou comigo
sobre o assunto. Nós percebemos que ele tinha uma tendência a gostar de coisas
de meninas e decidimos educar estando sempre atentos sobre a forma de
direcioná-lo. Não foi fácil, sem meu esposo eu não conseguiria. Me apoiei nos
ensinos de Jesus e na sua forma pura de ensinar a mocidade.
Aos
poucos, as coisas foram melhorando e na adolescência eu nem me lembrava mais
disso. Foi quando Antonio levou um amigo à nossa casa e eu ouvi umas conversas
estranhas. Temi naquele momento. Eu não sou preconceituosa, mas queria que meu
filho vivenciasse tudo o que o corpo masculino o permitisse viver. Conversamos
e ele me disse que estava sentindo algo que não era correto e ele sabia disso,
mas me pediu para não falar para meu esposo. Ele me questionou sobre o que eu
achava e eu falei minha opinião de forma delicada.
Eu
expliquei que eu sempre o amaria independente de suas escolhas, mas eu tive um
filho homem e desejava que ele fosse feliz como homem. Meu filho me abraçou e
eu percebi que, naquele dia, nos unimos muito mais. Eu fiquei insegura e pensei
que eu iria mesmo estar ao lado dele da forma que fosse, mas o tempo passou e
ele nunca mais tocou no assunto. Ele estudou e se tornou enfermeiro. Um ano depois
de sua formatura, sem nunca ter levado namorada alguma em nossa casa, apareceu
Isabel. Em minha mente, estava a certeza de que meu filho tinha envolvimento
com rapazes, mas Isabel chegou tímida e insegura, fazia tudo para me agradar e
Antônio disse que tinha um relacionamento com ela há três anos. Meu filho estava
feliz e empolgado disse que pretendiam se casar. Eu fiquei surpresa e o
abracei, beijei Isabel, chorei. Não porque eu não acreditava nele.
A MÃE SEMPRE QUER O MELHOR PARA O FILHO,
SEMPRE.
Eu
sonhava com o casamento e com meus netos. Eu queria fazer parte da família e
queria estar presente nos dias festivos. E foi o que aconteceu. Eles tiveram um
lindo relacionamento e uma família incrível com meus netinhos que sempre me
honraram e me deixaram tão feliz. Um pouco antes do meu desencarne, eu estava
na casa de Antônio e fui zelosamente cuidada até o final, tanto afeto, tanto
cuidado, como fui feliz. Antes de partir, ele confessou que teve ímpetos de se
entregar num relacionamento homossexual, mas no minuto decisivo se lembrou dos
pais e de tudo o que nós ensinamos. Ele não desejou fugir dos compromissos
assumidos com a família e nunca mais pensou nisso. Passou a olhar para mulheres
e a desejá-las porque em sua mente, apenas isso era possível e permitido.
Antônio se controlou e conseguiu assumir uma postura de namorado de Isabel,
esposo e pai de família. Nós entendemos que poderia ser diferente e isso não
iria mudar o amor que sentimos por ele, mas fatalmente iria mudar os planos que
foram traçados na espiritualidade antes mesmo de ele reencarnar. Planos que envolviam
Isabel e todos os filhos que eles receberam.
A PORTA ESTREITA É IMPERIOSA, MAS É
DOLORIDA E POR QUE NÃO DIZER?
É FORÇOSA PARA MUITOS E NISTO IMPLICA A
PROVA PRINCIPAL, RENÚNCIA E ABNEGAÇÃO, AO INVÉS DE SE ENTREGAR AOS PRAZERES DA
CARNE.
Meu filho
conseguiu e eu também porque fui parte ativa neste processo de reajuste. Graças
a Deus.
IVONETE
13/10/18
-------------Paula
Alves-----------
“MÃE QUE DORME NO PONTO DEIXA O FILHO
SOFRER OS RISCOS DO VÍCIO E DO CRIME”
Muito
difícil conduzir. Eu tive que criar sozinha porque meu namorado me abandonou
quando soube que eu estava grávida e eu fiquei com um bebê, sem emprego e a
cara feia dos meus pais que só me criticaram. Era terrível ouvir os insultos
que proferiam. Falaram até da despesa, dos gastos e aí eu não aguentei. Achei
melhor pegar o bebê e ir para a casa de uma amiga. Isadora nem imaginava que
era a prova de vida dela. A mulher se superou tanto. Me acolheu e foi como uma
mãe para mim e avó para o Gabriel. Ela se superou mesmo. Me ajudou por um ano.
Eu
arrumei emprego e quando estava com uma graninha consegui alugar um quarto para
nós. Nunca deu tempo de pensar em namoro porque meu filho era tão importante
para mim. Eu trabalhava e cuidava dele. O menino foi crescendo na maior
rebeldia, eu nem imaginei que iria passar por isso. Eu dava tudo o que podia,
afeto e o que fosse para ele não sentir falta de pai, de nada. O menino me
olhava com fúria e eu pensei que tinha alguma coisa errada porque não merecia
ser tratada daquele jeito. Pensei que precisava de ajuda e eu não tinha mais
ninguém só a Isadora.
Ela
me falou que sem Evangelho não tem educação que vá para frente e eu fui para a
igreja. Busquei na Palavra um direcionamento e fui aplicando no lar mesmo sem
marido. O pastor até quis mexer nisso, mas não estava nos meus planos arrumar
pai para o meu filho, eu buscava direção para educá-lo e consegui. Fui
profetizando o bem no meu lar, através dos exemplos fui mostrando para ele que
a gente pode ser de periferia, ser pobre e ser trabalhador, honrado.
MOSTREI NA SIMPLICIDADE QUE AS COISAS
BOAS ESTÃO NOS GESTOS SIMPLES, NAS COISAS DE DEUS.
Na
adolescência quis piorar e eu fervorosa, dobrava os joelhos e orava ao Senhor pedindo
discernimento e pulso firme para manter meu menino em casa. Não foi fácil
competir com os prazeres e facilidades do mundo não. Tinha drogas, dinheiro
fácil de furto, contrabando, escolas sem aula, muita ludibriação.
EU OREI E ALCANCEI NO EVANGELHO O SONHO
DE VER MEU FILHO HOMEM DE BEM.
Fui
atrás de curso e trabalho para tirar meu menino da rua, da ociosidade e de
encontro com malandro que a mãe esqueceu de cuidar. A mãe é peça fundamental no
alicerce da sociedade.
MÃE QUE DORME NO PONTO DEIXA O FILHO
SOFRER OS RISCOS DO VÍCIO E DO CRIME.
Nós
somos responsáveis sim. Trabalho de mãe é incessante, eu não dormi muitas
noites. Eu não repousei para que ele tivesse um caminho decente e ele se
transformou. Me viu chorando, sofrendo e ali com o Evangelho na mão eu clamei,
orei na cabeça do meu filho e pedi para o Senhor abençoar minha família. Meu
Gabriel frequentou curso e foi trabalhar na padaria. Foi trabalhando e gostou do
dinheiro digno, gostou de saber, o conhecimento que move as nações. Hoje eu
vejo todas as imagens desta existência e sou grata pela prova. Em outros
tempos, nós fomos desafetos e nos perseguimos tanto. Aquele olhar na infância
justificava toda inquietação de sair correndo de mim. Inconscientemente ele me
culpava pelo que fiz sofrer no pretérito quando arruinei sua família roubando
sua propriedade.
Só o
amor nos liberta e eu o amava de todo o meu coração. Ele sentiu e me honrou.
Gabriel se transformou num homem maravilhoso. Nunca teve facilidades materiais,
mas atraiu uma mulher honrada e muito trabalhadora. Os dois conseguiram uma boa
casa e filhos excelentes, ele me tratou bem a vida toda. Tudo o que vivemos foi
necessário e Deus nos abençoou. Sou muito grata por tudo. FÁTIMA
13/10/18
-----------Paula Alves---------
“NÃO
É O FATO DE MORRER QUE NOS AMEDRONTA, MAS AS ESCOLHAS DA VIDA E O RUMO QUE
DAMOS À VIDA”
Era
uma menininha tão faceira, sorridente. Desde pequena, conquistava a todos e eu
a amei dede o primeiro instante. Cresceu tanto e o tempo voo. Logo, apareceu o
interesse por rapazes e eu estava sempre de olho porque não queria que ela
perdesse a juventude por alguma imprudência. Nós conversamos bastante sobre
tantos assuntos. Eu queria orientá-la. Preferia que ela fosse instruída no lar,
do meu jeito, mas não é fácil ser mãe. Às vezes, você olha para o filho
crescido e deseja que ainda fosse uma criança. Quando ainda cabia no seu colo e
você levava para onde achava que devia levar.
Quando
ele lhe observava com admiração e tanto amor. Mas, o tempo urge e as crianças
crescem. Um dia, simplesmente acham que você é chata e suas ideias
ultrapassadas demais. Eles preferem a turma e têm vergonha da sua companhia. Eu
tentava entender as mudanças hormonais e as necessidades de socialização de
minha filha, mas me preocupava com os locais que ela frequentava e fui atrás de
saber quem eram estes amigos.
Me
assustei quando vi Olívia na moto de um rapaz. Perguntei para a moça quem era
aquele rapaz e ela falou apavorada que o rapaz era barra pesada. Eu me
desesperei, ela estava namorando um inconsequente. Em conversa com ela, tive a
comprovação das minhas suspeitas e falei com meu esposo. Nós dissemos que ela
deveria se afastar dele e ela disse que já era crescida e que não faria o que
pedimos. A minha casa virou uma guerra, a menina se rebelou e disse tantas
coisas revoltantes a nosso respeito. Nunca imaginei que ouviria tudo aquilo. Eu
tranquei minha filha no lar e estava com ela em todos os lugares até que ela
compreendesse que eu não riria permitir que ela se viciasse e se entregasse
para um qualquer.
Eu
sei que as pessoas têm opiniões diversas sobre tudo isso, mas o que importa para
a mãe é o filho e mais nada. Eu até pensei que ela poderia mudar o rapaz e
transformá-lo em alguém melhor, mas ela estava muito pior depois que o conheceu.
O MEU COMPROMISSO ERA COM A MATERNIDADE
E EU NÃO IRIA PERMITIR QUE NINGUÉM ATRAPALHASSE MINHA MISSÃO, NEM MESMO MINHA
FILHA.
Segui
com todo meu empenho na tarefa de transformar minha Olívia numa mulher de bem.
Eu conversava sozinha muitas vezes, porque parecia que ela não estava me
ouvindo. Minha casa tinha a impressão de ser um cárcere privado como ela mesma
falou. Casa de beata porque nem bebida tinha, dizia ela. Eu não permiti que ela
se viciasse, eu a levei à igreja contrariada e nem deixei que ela frequentasse
qualquer lugar onde pudesse encontrar com o sujeito que a estava incentivando
ao vício e a correr riscos de morte. Eu fui criticada por vizinhos e familiares
que me diziam para deixar que ela vivesse a vida dela e um dia, depois de
sofrer um leve acidente, tive que deixar Olívia por conta própria.
Eu
me surpreendi, ela voltou logo para casa e cuidou de mim. Fez as tarefas de
casa e me alimentou como se eu fosse a filha. Eu nutri respeito e admiração por
ela e ela me agradeceu porque soube de uma amiga próxima que havia desencarnado
num acidente de moto com aquele rapaz. Ela envelheceu, se formou arquiteta, se
casou e teve lindos filhos que me chamavam de vovó quelida.
TODO MUNDO MORRE UM DIA, O CORPO MORRE E
A GENTE QUE É ESPÍRITO PROSSEGUE COM SEUS QUESTIONAMENTOS E ANÁLISES DA VIDA
QUE TEVE.
NÃO É O FATO DE MORRER QUE NOS
AMEDRONTA, MAS AS ESCOLHAS DA VIDA E O RUMO QUE DAMOS À VIDA.
Isso
faz total diferença. Eu consegui e sou muito feliz por ter privado minha filha,
por ter dificultado a vida dela e ter sido ruim para ela fez com que nós
evoluíssemos juntas graças a Deus.
IVETE MORAES
13/10/18
--------------Paula
Alves-------------
“NÓS DEVEMOS PENSAR EM AJUDAR SEMPRE E
TER A CERTEZA DE QUE A VIDA É TRABALHO SÉRIO PARA TODOS”
Era o
meu sonho desde pequeno. Eu olhava o céu e queria voar. Eu me questionava por
que os pássaros têm asas, as borboletas têm asas, as mariposas têm asas e nós
não temos. Meu pai incentivava meu sonho e trazia aviões de todos os tipos. Eu
havia me tornado um colecionador dos aeromodelos. Cresci e não abandonei a
estranha obsessão pelo céu. Achava que os limites não existiam. Era a maneira
mais rápida de chegar a qualquer parte. Só perdia para a rapidez do pensamento.
Fiz
tudo o que pude para me alistar e consegui entrar na aeronáutica. Não é fácil.
Eu abdiquei de muitas coisas para realizar meu sonho. Eu não tive horas de
farra ou de brincadeiras, era uma vida séria e bem disciplinada para se
alcançar o objetivo. Enfim, o primeiro dia no céu chegou e eu senti o frio na
barriga, o arrepio percorrer minha espinha e aquela imensidão me deslumbrou.
Era como se tudo valesse a pena e tantas horas de sono que não tive valessem a
pena. Foi um trabalho intenso, tudo o que fizemos e o juramento de servir a
nação.
Pensamento
de servir um ideal da coletividade que nos fizesse transcender todas as
possibilidades de elevação porque estaríamos fazendo o bem e só o bem. Eu tinha
em mente que o serviço de auxiliar era sempre bom e que Deus, de algum lugar,
estava sempre nos abençoando porque nosso objetivo era beneficiar nosso
semelhante. Não importa mencionar como cheguei aqui.
MINHA VIDA FOI MARAVILHOSA.
Eu
conquistei tudo o que quis. Fui bem sucedido na carreira militar, tive uma
família que me ajudou nos serviços especiais e ainda filhos que serviram
seguindo meus exemplos. Eu tive tudo o que um homem pode desejar e mantive
questionamentos que pensei nunca seriam elucidados, mas obtive tantas respostas
chegando aqui. Tão breve fui atendido. Tive tanta lucidez, revi momentos marcantes
desta e de outras jornadas que me apresentaram a certeza de ter seguido os
planos do Senhor. Sim, o certo é fazer o bem para todos. Seguir a Lei da caridade
e do amor ao próximo. Sempre tive ao meu lado um nobre amigo e na ausência da
coragem, eu tinha o apoio dos amigos espirituais que me fortaleceram. O céu não
têm limites e tudo é muito mais bonito deste lado. É um colorido especial,
fantástico.
A MENSAGEM QUE FICA É QUE NÓS DEVEMOS
SEGUIR O CORAÇÃO.
Nós
devemos pensar em ajudar sempre e ter a certeza de que a vida é trabalho sério
para todos. Depois que se faz a passagem, ainda existe vida e trabalho duro. É
só o começo para o que realmente importa. E por todo lado uma nação de
Espíritos que fazem de tudo para que nada fuja do olhar de Deus. Gratidão.
VALTER
13/10/18
------------Paula Alves---------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias
“MUITAS
VEZES, NÃO SÃO AS GRANDES OBRAS QUE NOS ELEVAM, MAS OS PEQUENOS ATOS”
Apenas
quando cheguei aqui foi que percebi o quanto minha visão das coisas era
limitada. Eu não pensava no porvir. Nunca me questionei sobre tantas coisas.
Foi uma vida medíocre, onde eu acusei aqueles que me fizeram sofrer e nem por
um segundo percebi que também havia feito tantos sofrerem. Podia ter sido bem
diferente. Antes de reencarnar eu fiz planos. Eu escolhi a prova principal e
pretendi fazer reajustes com pessoas que estavam ligadas comigo há muitas
existências. Uma delas foi minha mãe. Ela conseguiu retornar jubilosa. Ela
conseguiu nutrir por mim verdadeiro afeto que a elevou. Eu, nem mesmo, me senti
tocado por, todas às vezes, em que ela se privou do básico para me ver sorrir.
Era como se eu não enxergasse as coisas boas que me aconteciam, entende?
A GENTE SE ACOSTUMA A RECLAMAR, A GENTE
SE ACOSTUMA A VER A MALDADE E FECHA OS OLHOS PARA AS COISAS BOAS DA VIDA, NÃO
É?
Eu
tive boas oportunidades porque naquela ocasião estavam todos encarnados na
mesma família. Conseguiram colocar todos aqueles que feri juntinhos de mim e eu
não fui tocado. Acho que eu me deixei levar pelos vislumbres do mundo ou pela
ociosidade. No meu tempo foi o poder da TV em cores. Quanta banalidade! Havia
tanto a fazer. As pessoas passando sufoco bem perto de mim e eu nada. Sabe
quando a pessoa te fala que não tem dinheiro para pegar o ônibus e você nem dá
bom dia?
Muitas
vezes, não são as grandes obras que nos elevam, mas os pequenos atos. Os atos
que você nem pensa que vai salvar a vida de alguém, mas impulsiona esta pessoa.
Isso porque existem pessoas que já sofreram tanto, que estão tão acostumadas a
serem passadas para trás ou ficarem sozinhas que, quando encontram atenção ou
auxílio, já repensam o mundo. Elas encontram esperança e conseguem prosseguir e
eu nunca entendi isso. Eu só vivi sem ambição nenhuma. Não estou me referindo a
ambição material, mas a ambição moral. Esta que te eleva e impulsiona seu
semelhante. A ambição de querer mudar as coisas, de se melhorar ou ajudar a
salvar o mundo sabe?
Já
aconteceu muita coisa para eu querer me acomodar de novo. Eu estou empenhado em
acertar. Estou vendo tantas possibilidades. Não quero pensar que vou seguir
nesta inércia. Eu quero tentar de novo. Eu quero fazer dar certo. Minha mãe
está pronta para voltar e vai me receber novamente. Ela veio ter comigo uma
conversa que me fez sorrir. Foi tão humilde e cordial. Ela me ama e eu me
arrependo ainda mais. Desta vez, escolhemos a enfermidade para nos unir. Ela
precisará muito dos meus cuidados porque, em determinada ocasião, ficará
acamada e eu deverei renunciar minha vida por ela. Tenho medo sim, sei o quanto
sou falho e já fui tão negligente, mas preciso tentar. Me sustentar no fato que
já aprendi muito nestes quarenta anos que estou aqui. Não há tempo a perder
porque eu já perdi demais. Orem por mim.
ANTÔNIO CAMARGO
07/10/18
---------------Paula
Alves-------------
“NÃO
ESTOU JUSTIFICANDO NADA”
Eu
atirei tantas vezes e também fui ferido. Este mundo tem vícios, armas e
infortúnios de todos os tipos. Eu me questiono sobre tantas coisas. Acho que já
errei tanto e novamente estaria propenso a errar. Ele disse para jogar fora o
que fosse motivo de escândalo... Eu não compreendo.
Todos
erraram muito e continuam blasfemando. Os tiros que disparei em vida não foram
suficientes porque tive que mudar de plano com a arma nas mãos. Sempre foi
assim. Desde pequeno me ensinaram a ser cruel porque seria diferente em outra
vida? Eu não sei o que pensar e não sei como posso me livrar do passado de
erro. Eu vou continuar errando em outra vida, você me entende?
Você
me diz para lembrar e eu quero esquecer. Sei que apresentaram um plano para mim
porque eu não teria condições de pensar num caminho produtivo para mim e para
quem quer que fosse. Eu não aceitei e mesmo assim vou ter que regressar na carne
e ver todas as injúrias de sempre. Eu estou bem aqui. Estou me esforçando e
agora vou ter que aguentar tudo de novo. Não existe plano bom para mim e não
estou com revolta.
Vou
viu aquela vida quando eu, ainda pequenino, apontei a arma para o meu pai? Não
era coincidência, uma criança inocente que não sabia o que estava fazendo.
Ninguém nunca foi capaz de julgar e condenar uma criança com aspecto de anjo,
mas eu fiz de propósito. Eu odiava ver como ele chegava em casa e ele nunca me bateu,
nunca me humilhou. Eu não gostava dele. Atirei e ele fez a passagem. Em outra
vida, eu deveria receber um golpe fatal para ter piedade, para ter respeito ao
patrimônio alheio, ou seja, a vida de outrem. Eu deveria passar pela prova
difícil e o mesmo pai que foi morto por mim, me defendeu.
Nesta
ocasião ele foi o tio que me deu tudo o que pode quando o meu pai me abandonou.
Ele percebeu que eu estava em situação de risco quando fui pego de refém num
banco, ainda criança eu tinha a aflição no olhar e o meu tio não pensou duas
vezes quando trocou de lugar comigo e recebeu o tiro certeiro. Ele deu a vida
por mim. Nem assim, eu me compadeci dele. Em outra ocasião viemos como irmãos e
eu o amava demais. Eu fazia tudo para ser igual a ele, mais uma vez passei por
provação com armas de fogo. Nós morávamos em uma região violenta da cidade e
meu irmão defendeu uma moça. O marginal que o ofendeu jurou vingança e atirou
nele pelas costas. Eu me revoltei e jurei revide. Eu comprei uma arma e matei o
meliante. Não estou justificando nada. Só estou afirmando que a vida na Terra é
muito difícil. Existe ódio, revolta, vingança, erro atrás de erro. Eu não conseguiria
voltar em estado de felicidade, júbilo. Eu sei que só erro e sei que devo
melhorar, mas para mim o reencarne é pesar, é temor. Reencarne para mim é ficar
cego, perder a consciência. Eu não desejo voltar.
VLADEMIR
07/10/18
-------------------Paula
Alves----------------
“HOJE
EU COMPREENDO QUE A ESPIRITUALIDADE ESTÁ SEMPRE EMPENHADA EM FAZER-SE OUVIR”
Eu
tinha sonhos e eles me mostravam tantas elucidações. Eu acreditava que era
revelação de Deus. Orava sempre e quando adormecia, ali estavam as respostas
que eu buscava. Incrível como a vida é diferente quando temos fé. As pessoas te
apontam e até riem de você. Elas não se conformam de ver o quanto estamos em
paz com este comportamento. Pessoas da minha família me ridicularizavam. Meu
marido já estava tão cansado de ouvir risinhos que me pediu para parar de
comentar. Disse que era melhor não falar para ninguém o que acontecia comigo.
Até porque Deus não havia mostrado os números da loteria.
Eu
chorei porque pensei que ele me compreendia. Eu pensava que ele me aceitava
como eu era e, naquele instante, percebi que ele tinha vergonha de mim. Eu fui
perdendo o gosto pelas confraternizações e preferia ficar em casa, mas o Senhor
me revelou que eu precisava estar sempre atenta para a palavra. Não deixar
abafar a palavra.
Eu
precisava anunciar o que estava acontecendo comigo. Hoje eu compreendo que a
espiritualidade está sempre empenhada em fazer-se ouvir. Os amigos espirituais
são tão bondosos que pretendem se fazer presentes em nossa vida. Seria muito bom
se as pessoas tivessem esta certeza. De que tudo é real. Você pode não ver, mas
isso não quer dizer que eles não estão bem pertinho de você. Eu falei para o
meu marido que não iria parar de falar de Deus. Eu sonhei que acontecia um problema
no caminhão do meu marido e pedi para ele não viajar. Ele riu porque havia
acabado de passar na revisão e para caçoar de mim perguntou onde era o problema
do caminhão, em qual peça. Eu falei para ele o nome da peça e ele ficou
encafifado porque eu não entendia nada de motor de caminhão. Ele abriu o
caminhão, mas não viu defeito e foi embora. Depois de três dias este homem volta
para casa, suado, pálido. Me abraçou e falou que achou que fosse morrer.
Ah!
Nunca vi dia mais confuso. Ele falou que o caminhão deu problema na peça que eu
falei e ele ainda ouviu uma voz bem clara dizendo: “Ela te avisou!”
Nunca
mais meu marido duvidou de mim e nem permitiu que as pessoas brincassem comigo,
com a minha fé.
EXISTEM MUITOS QUE JULGAM E DEBOCHAM DA
FÉ DOS OUTROS. A verdade é que, se as pessoas fossem mais
tementes, elas economizariam muitos transtornos para si e para os semelhantes.
Saber
que tudo o que você faz tem alguém olhando, saber que tudo o que você faz fica
marcado. As pessoas tentariam realizar melhor seus atos. Saber que tem inteira
responsabilidade por seus pensamentos e atos evitariam muitos tormentos, mas
levam tudo na brincadeira e só se questionam momentos antes de partir. Que
triste! ELENIRA
07/10/18
----------Paula
Alves---------
“EXISTEM
VIDAS QUE PERDEMOS ASSIM, POR ORGULHO”
Nós
tentamos, mas fracassamos mais uma vez. Eu nunca fiz por mal. Trabalhava e
tinha aquele salário ralo que mal dava para pagar as contas do mês. Eu achava
que tinha o direito de beber uma cerveja e comer um tira gosto. Naquele momento,
eu aliviava minhas tensões e nem pensava no quanto estava difícil na minha
casa.
Você
acha que eu ficava pensando nela ou nas crianças?
Quando
chegava em casa, ela me falava que não tinha
dinheiro para o leite. Aquilo já me irritava. A mulher começava a chorar
e eu cansado. Se sentia cheiro da bebida era pior porque falava que eu não saia
do bar. E elas não pensam que, se a gente vai para o bar, é para poder pensar
com tranquilidade porque em casa não tem sossego?
Eu
não estava pensando em bebê, eu só estava relaxando um pouco, mas aquele choro
acabava comigo e eu não sabia o que fazer. Minha mulher sempre me deu motivos
para virar homem. Ela tirava a camisola e colocava a primeira roupa que achava
na frente. Ia pedir na visinha, toda constrangida e eu ficava com vergonha, mas
o moleque tava chorando de fome mesmo.
No
outro dia, ela arrumou emprego na casa de família. Eu briguei porque achava que
aquilo não estava certo. Mulher tinha que cuidar da casa e da família que era
minha e não dos outros, mas eu não entendia que ela precisava das coisas em
casa, não apenas daquela miséria que eu dava para ela. Ela me falou que não
aguentava mais me pedir dinheiro e eu reclamando. Eu não percebia que eu a
humilhava porque ela não tinha que pedir.
O
que era meu, era nosso. Ela foi trabalhar e as coisas começaram a melhorar em
casa. Começamos a comer melhor e ela até conseguiu bater a laje. Ao invés, de
agradecer o esforço dela, eu fiquei nervoso. Fiquei me sentindo menosprezado.
Achei que ela tinha que sair do serviço. Foi uma confusão, briguei, agredi e
ela nunca mais quis olhar na minha cara.
SÓ QUANDO EU PERDI, RECONSIDEREI O FATO
DE AMAR AQUELA MULHER.
Existem
vidas que perdemos assim, por orgulho. A gente deixa uma oportunidade
maravilhosa de ter com alguém um relacionamento duradouro e que te completa
porque você discute quem é mais ou menos no lar. Pura bobagem!
HOMEM E MULHER TEM A MESMA IMPORTÂNCIA
NO LAR. DEVEM SE COMPLETAR, SE AMPARAR, SE FORTALECER NO AMOR E NO RESPEITO.
Eu
aprendi com a solidão. Fui atrás dela porque eu não queria que o meu orgulho acabasse
com a gente. Ajoelhei e implorei pra ela me aceitar. Deixei o bar, trabalhei
sério. Fiz tudo pela mulher. O tempo que eu fiquei sozinho serviu para eu
perceber as qualidades daquela baiana. Mulher de fibra, decente demais, mãe
maravilhosa e ainda me amava. Ela me ama. Depois de cinquenta e dois anos
juntos eu desencarnei e depois ela, depois de cindo anos ela veio. Hoje nos
reencontramos e sei o quanto é bom ser amado. Ainda bem que o meu orgulho não
acabou com tudo. EU DEIXEI O AMOR FALAR
MAIS ALTO E ELA FEZ DO PERDÃO A SALVAÇÃO PARA NOSSA FAMÍLIA.
JOSECLÉCIO
07/10/18
-----------Paula Alves-----------
Boa Noite gostaria muito de receber uma carta psicografada do meu pai João Felipe nasc:24/06/1944 desencarnou dia 18/09/2008 também gostaria de receber uma carta do meu irmão Wilson Santo Felipe nasc: 01/11/1962 desencarnou dia 03/10/2016 cidade de Jaboticabal SP
ResponderExcluirFico muito Grata.